Uma análise sobre a alegação de um motor que utiliza água do mar, criado no Brasil, e seu real potencial para transformar a mobilidade e enfrentar a hegemonia dos combustíveis fósseis, baseada na invenção de Sandro Alves.
A notícia de um motor que funciona com água do mar, uma invenção brasileira com potencial para revolucionar o transporte e assustar gigantes do petróleo, acende a esperança por alternativas energéticas. O foco recai sobre a motocicleta modificada pelo inventor Sandro Alves, que utiliza um reator de alumínio para gerar hidrogênio a partir de “água”. Contudo, a viabilidade e o impacto real dessa tecnologia ainda geram debates.
O sonho brasileiro do carro movido a água e a invenção de Sandro Alves
A ideia de um motor a água fascina globalmente. No Brasil, essa busca ganha contornos especiais. O país possui um histórico de soluções energéticas alternativas, como o etanol. Eventos como a greve dos caminhoneiros de 2018, que evidenciou a vulnerabilidade aos preços dos combustíveis fósseis, impulsionam ainda mais esse anseio.
Foi nesse contexto de frustração com os altos preços da gasolina que Sandro Alves de Oliveira, um inventor autodidata da Paraíba, conhecido localmente como “Sandro das Antenas”, foi motivado. Ele superou o analfabetismo e utilizou sua engenhosidade para buscar uma alternativa energética para sua motocicleta.
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Como funciona o suposto “motor a água”? A tecnologia por trás da promessa
A invenção de Sandro Alves consiste em um sistema adaptado a uma motocicleta. O coração do mecanismo é um reator de alumínio. Este reator seria responsável por separar as moléculas de hidrogênio da água. O hidrogênio liberado, então, alimentaria o motor do veículo. O sistema é descrito como utilizando também soda cáustica e uma bateria.
Uma alegação notável é a capacidade de percorrer 1.000 km com um único litro de “água”. No entanto, é crucial destacar que as fontes primárias referem-se a “água” de forma genérica. Não há especificação clara ou confirmação de que a motocicleta de Alves utilize especificamente água do mar. A informação sobre o uso de água do mar parece ser uma distorção popular.
Viabilidade e desafios do motor a água
Do ponto de vista científico, a água (H₂O) é uma molécula estável, produto da combustão do hidrogênio. Para extrair hidrogênio da água, é necessário um input considerável de energia. No sistema de Alves, a presença do “reator de alumínio” sugere que o alumínio é consumido no processo. A energia, provavelmente, vem da reação química do alumínio com a água, que libera hidrogênio.
Assim, o sistema se assemelharia mais a um dispositivo energético baseado no consumo de alumínio, com a água atuando como um portador de hidrogênio. O alumínio, cuja produção demanda muita energia, seria o verdadeiro “combustível”. A tecnologia permanece em estágio experimental. Carece de validação científica independente, testes por terceiros e patentes registradas que corroborem seu desempenho e viabilidade.
Uma ameaça real à indústria do petróleo ou exagero midiático?
A narrativa de que esta invenção “assusta gigantes do petróleo” contrasta com seu estado embrionário e não verificado. O potencial atual desta tecnologia para transformar o setor de transportes ou ameaçar a indústria petrolífera é consideravelmente limitado. A ideia de uma disrupção imediata parece mais uma especulação do que uma capacidade demonstrada.
Existem imensos obstáculos econômicos e de escalabilidade. O custo do alumínio, a eficiência da conversão energética e a durabilidade do sistema são fatores críticos. Além disso, o Brasil, conforme apontado, “carece da infraestrutura necessária, políticas públicas, incentivos à pesquisa independente e regulamentação adequada para escalar tais projetos nacionalmente”.
Motor a água: Entre a engenhosidade brasileira e a necessidade de comprovação
A invenção de Sandro Alves é um exemplo da engenhosidade brasileira. No entanto, para que o motor a água deixe de ser uma promessa e se torne uma realidade palpável, um longo caminho precisa ser percorrido. Outras alegações de motores movidos a água já surgiram no Brasil, como a de Ricardo Azevedo, indicando um interesse persistente no tema.
Contudo, a abordagem de inventores independentes difere dos esforços globais em hidrogênio, que envolvem grandes investimentos e rigor científico. Qualquer tecnologia com alegações revolucionárias necessita de transparência total, validação independente rigorosa e análise econômica abrangente. Sem isso, o sonho do motor a água permanece distante da aplicação prática em larga escala.
Quanta bobagem da articulista…
A Toyota já está fabricando automóveis movidos a hidrogênio (vendidos só no Japão) e é uma tecnologia cada vez mais comum. O nordestino em questão fez o mesmo, só que com as tecnologia a de que dispõe.
Agora, fazer a digressão que a “jornalista” fez, realmente parece coisa de “jornaleiro”.
À propósito: vou contar um segredinho: com o advento da internet, o jornalismo “padrão” já morreu.
O negócio não é um motor a hidrogênio, mais a forma de conseguir o hidrogênio.
Neste caso o motor brasileiro utiliza o hidrogênio extraído como combustível num motor comum a combustão. Salvo engano o motor da Toyota faz o processo inverso misturando oxigênio e hidrogênio entendi sim a eletricidade quer alimenta um motor elétrico, tendo, este sim, como único resíduo a água.
A toyota desenvolveu prototipo de motor A COMBUSTAO que usa hidrogenio liquido. Nos testes, nao houve prova de melhoria em relaçao a gasolina… e há alguns fabricantes europes e japoneses que ja vendem carro com motor ELETRICO que usa hidrogenio como combustivel na “bateria”, tbm chamada de celula a combustivel. A questao é: obter hidrogenio puro em larga escala e por metodo nao poluente e barato ainda é um desafio.
Sempre tem um imbcil querendo desmerecer um brasileiro que por ser humilde conseguiu inventar um sistema em que os que se acham inteligentes não conseguem nem limpar a própria B..nda.
A inveja mata de raiva o ignorante que ainda diz ser bobagem e se baba por uma montadora famosa.( (heliols)
Sempre tem um com síndrome de Vira Lata, se fosse um americano eles tavam batendo palma.
Não se trata de querer desmerecer um brasileiro humilde, mas sim de mostrar o que ele realmente fez: ao usar alumínio, ele recupera a energia usada para produzir esse metal na siderúrgica. Para se mover um motor, a combustão ou elétrico, tem que se lançar não de uma fonte externa de energia: gasolina, eletricidade ou hidrogênio, que pode ser obtido por eletrólise da água ou por reforma de álcool ou gasolina. Agora, o **** no caso é vc que também não sabe disso e não tem condições de postar uma mensagem educada e com argumentos convincentes.
Não é questão de desmerecimento.
Para quebrar a molécula da água é necessário energia. E a energia utilizada e maior que a energia produzida. Isto torna o processo inviável.
Já vi esse conteúdo anteriormente em vários lugares na Internet; se fosse algo relevante, já teria investidor para o suposto produto.
Acredito que tal conteúdo mostrado como uma “descoberta”, é por falta de algo impactante para mostrar.
A água é uma molécula muito estável e não é combustível. Para extrair o hidrogênio da água, NECESSARIAMENTE você precisa GASTAR MAIS energia que um litro de água pode conter.
Mesmo que existisse um método de hidrólise 100% eficiente, 1 litro de água só contém 13,3 Mega Joules de energia, o que é bem menos que os 32 Mega joules que é possível extrair de 1 litro de gasolina.
Apesar de existirem motores movidos a hidrogênio, que é altamente combustível, o hidrogênio é de difícil armazenamento e sempre é obtido por um processo que não é eficiente.
Motor a água não existe porque vai contra as leis da termodinâmica.