Uma análise técnica sobre a vibração dos motores 3 cilindros que dominam o mercado brasileiro. Saiba o que é fato e o que é mito antes de escolher seu carro 1.0.
Os motores 3 cilindros conquistaram o Brasil, impulsionados pela busca por eficiência energética. Eles equipam muitos dos carros 1.0 mais vendidos. Mas uma dúvida comum persiste entre os consumidores: esses motores realmente vibram muito?
Este artigo investiga a fundo essa questão polêmica. Analisaremos a física por trás da vibração, as soluções de engenharia adotadas pelos fabricantes e o comportamento dos principais modelos do mercado para separar os mitos das verdades.
A origem da vibração: por que os motores 3 cilindros tendem a trepidar?
A tendência à vibração nos motores 3 cilindros é uma consequência direta de sua configuração. Em um motor de três cilindros, as explosões ocorrem a cada 240 graus de rotação do virabrequim. Como a combustão dura 180 graus, há uma defasagem de 60 graus onde nenhum pistão entrega potência ativamente. Essa intermitência é uma causa primária da vibração.
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Ademais, a “má distribuição de massa” em um arranjo de três cilindros dificulta o balanceamento natural das forças de inércia. Diferentemente dos motores de quatro cilindros, onde os pistões se movem aos pares ajudando a cancelar forças, nos tricilíndricos esse contrabalanceamento não ocorre da mesma forma. Isso resulta em desequilíbrios de primeira ordem, que podem fazer o motor oscilar. A questão central não é se eles vibram, mas com que intensidade e quão bem essa vibração é gerenciada.
Engenharia contra o “trimilique”
Para combater as vibrações nos motores 3 cilindros, a engenharia automotiva utiliza diversas soluções. Uma das mais eficazes são os eixos balanceadores, que geram forças contrárias para anular as vibrações do motor. Os coxins do motor e câmbio também são cruciais. Eles podem ser de borracha, hidráulicos (com fluido interno) ou ativos (controlados eletronicamente) para isolar a vibração da carroceria.
O volante de dupla massa (DMF) é outra peça importante, especialmente em motores com maior irregularidade torcional como os tricilíndricos. Ele absorve flutuações de torque. O design otimizado de componentes internos, como contrapesos do virabrequim e o uso de “offset crank” (virabrequim deslocado), também contribui. Além disso, a calibração precisa da ECU (unidade de comando do motor) pode suavizar a entrega de torque, reduzindo a percepção de aspereza.
Raio-X dos populares: o comportamento dos principais motores 3 cilindros no Brasil
Analisando os motores 3 cilindros mais vendidos no Brasil, a experiência de vibração varia:
Chevrolet Onix (1.0 Aspirado e Turbo): A versão turbo é elogiada por quase não vibrar em marcha lenta. Contudo, o conhecido problema crônico da correia dentada banhada a óleo nestes motores pode ofuscar suas qualidades de NVH (Ruído, Vibração e Aspereza).
Hyundai HB20 (1.0 Kappa Aspirado e T-GDI): Apesar de incorporar tecnologias como o “offset crank”, existem queixas de proprietários sobre níveis elevados de ruído (um “tec-tec” característico) e vibração, especialmente na versão 1.0 Turbo.
Volkswagen Polo (1.0 MPI e TSI EA211): O motor 1.0 TSI, mesmo sem eixo balanceador segundo algumas fontes, geralmente tem seu NVH bem avaliado. As queixas mais frequentes sobre o Polo costumam ser relacionadas a ruídos de acabamento interno e da suspensão.
Motores Firefly (Fiat Argo, Peugeot 208, Citroën C3): O motor 1.0 Firefly é frequentemente elogiado pela suavidade em marcha lenta. No entanto, há relatos sobre a durabilidade dos coxins do motor, que, se falharem, podem aumentar significativamente a vibração percebida com o tempo, como observado no Citroën C3 em teste de longa duração.
Renault Kwid (1.0 SCe): Este modelo parece concentrar as queixas mais consistentes sobre vibração perceptível nos pedais e no conjunto mecânico, além de problemas relacionados ao desgaste prematuro de coxins do motor e câmbio, e ruído excessivo.
Mitos e verdades sobre a vibração
Mito 1: “Todo motor 3 cilindros vibra demais e é desconfortável.” Isso é uma generalização. A percepção de vibração varia muito. Motores como o Firefly e o 1.0 Turbo do Onix mostram que é possível ter suavidade.
Verdade 1: “Motores 3 cilindros têm maior tendência natural à vibração.” Sim, isso é uma característica física de seu design devido ao número ímpar de cilindros.
Mito 2: “Vibração é sempre sinal de defeito.” Uma vibração característica pode ser normal em alguns modelos, especialmente em marcha lenta. Uma mudança no padrão ou aumento súbito de vibração é que pode indicar um problema.
Verdade 2: “Durabilidade das soluções anti-vibração (coxins) é crucial a longo prazo.” Comprovado por casos de desgaste prematuro de coxins, que levam a um aumento da vibração e do ruído com o tempo de uso do veículo.
Escolhendo o carro com motor 3 cilindros
A vibração é uma característica física dos motores 3 cilindros, mas sua intensidade percebida no carro depende da engenharia de cada fabricante. Afirmar que todos vibram excessivamente é um mito. A engenharia moderna possui soluções eficazes, mas a qualidade e durabilidade dessas soluções variam.
Ao considerar um carro com motor 3 cilindros, realize um test drive criterioso. Avalie o veículo em diferentes rotações e tipos de piso. Pesquise opiniões de proprietários e testes de longa duração para o modelo e ano específicos. Para carros usados, um histórico de manutenção detalhado é vital, com atenção especial aos coxins. Pondere se o nível de NVH é uma troca aceitável pelos benefícios de consumo ou preço. Lembre-se que a manutenção preventiva, incluindo o uso do óleo correto, é fundamental para controlar a vibração ao longo do tempo.
Para o motor parar de vibrar tem que inclinar mun determinado grau,como os da motos
Informações muito relevantes, obrigado.
Diferentemente do que foi dito, esse motores NÃO conquistaram o Brasil. Estamos sendo OBRIGADOS a conviver com essas ****, que trazem.lucros obscenos às montadoras.