Nan Madol é uma cidade construída sobre ilhotas artificiais no meio do Oceano Pacífico
Nan Madol é um sítio arqueológico singular localizado na costa sudeste da ilha de Pohnpei, nos Estados Federados da Micronésia, no Oceano Pacífico. Conhecida como a “Veneza do Pacífico“, esta antiga cidade é composta por mais de 90 ilhotas artificiais interligadas por uma complexa rede de canais, formando um impressionante complexo de ruínas megalíticas que testemunham a engenhosidade e organização social de seus construtores.
Origem e construção no Oceano Pacífico
A construção de Nan Madol teve início por volta dos séculos VIII ou IX, com a edificação das primeiras ilhotas artificiais naquele local do Oceano Pacífico.
No entanto, a arquitetura megalítica característica do local começou a ser erguida entre 1180 e 1200 d.C. A cidade serviu como centro cerimonial e político da dinastia Saudeleur, que unificou a população de Pohnpei sob um governo centralizado.
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Estima-se que a população residente em Nan Madol não ultraasse mil habitantes, incluindo nobres, sacerdotes e seus servos.
A construção das ilhotas envolveu o uso de colunas de basalto e blocos de coral, formando plataformas elevadas sobre o recife de coral.
As paredes de algumas estruturas atingem até 7 metros de altura, demonstrando um impressionante conhecimento de engenharia e organização social por parte dos construtores.
Organização social e funções cerimoniais
Nan Madol não era apenas um centro político, mas também desempenhava um papel crucial nas atividades religiosas e cerimoniais da dinastia Saudeleur.
A cidade era altamente estratificada, com a hierarquia social refletida no tamanho e na complexidade das residências dentro dos complexos.
As maiores estruturas pertenciam à elite governante, enquanto as menores eram destinadas a membros de menor status social.
Cada ilhota dentro de Nan Madol tinha uma função específica, variando de residências e locais de reunião a templos e tumbas.
Por exemplo, a ilhota de Nandauwas é notável por abrigar um grande túmulo real, cercado por paredes de basalto maciço.
Outras ilhotas eram dedicadas à construção de canoas, preparação de alimentos e outras atividades essenciais para a vida cerimonial e cotidiana da cidade.
Declínio e abandono
A dinastia Saudeleur governou Pohnpei até aproximadamente 1628, quando foi derrubada por Isokelekel, um invasor de origem estrangeira que estabeleceu um novo sistema de governo na ilha.
Após a queda da dinastia, Nan Madol foi abandonada por volta do século XVII, embora a data exata não seja conhecida, e acabou sendo engolida pela vegetação e pelos elementos naturais.
Estudos recentes sugerem que mudanças climáticas e a elevação do nível do mar desempenharam um papel significativo no declínio de Nan Madol.
Análises de datação por carbono indicam que a região onde Nan Madol está localizada era terra firme no ado, e que a cidade foi abandonada no século XV devido a fatores climáticos.
Patrimônio mundial e esforços de preservação
Em 2016, Nan Madol foi inscrita na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO, sendo o primeiro sítio dos Estados Federados da Micronésia a receber tal reconhecimento.
Contudo, devido a ameaças como o assoreamento dos cursos de água, crescimento descontrolado de manguezais e a fragilidade das estruturas, o sítio também foi incluído na Lista do Patrimônio Mundial em Perigo.
Atualmente, esforços estão em andamento para preservar e proteger Nan Madol. A preservação do sítio é crucial não apenas para a compreensão da história da Micronésia, mas também como um estudo de caso sobre os impactos das mudanças climáticas em civilizações costeiras.
Nan Madol permanece como um testemunho impressionante da engenhosidade humana e da complexidade social das antigas civilizações do Pacífico.
Suas ruínas oferecem insights valiosos sobre a organização política, religiosa e social da dinastia Saudeleur, além de servirem como um lembrete dos desafios ambientais que podem levar ao declínio de sociedades inteiras.
Com informações de heritageadapts.
Essa Juíza merece um troféu!
Valeu Fábio Lucas. Muito interessante. Já conhecia pelas séries do History. Esse tipo de reportagem é intrigante
Excelente matéria. Parabéns.