Participação do grupo francês reforça cooperação com a Marinha do Brasil e avança no fortalecimento da indústria naval nacional
Entre os dias 1º e 4 de abril de 2025, o Naval Group, empresa sa especializada em defesa naval, estará presente na LAAD Defence & Security, no Riocentro (Rio de Janeiro). A participação ocorrerá no estande D-40, com o objetivo de apresentar soluções desenvolvidas em parceria com a Marinha do Brasil, dentro de programas como o PROSUB. A exibição contará com o submarino da classe Riachuelo, o torpedo F21 e a fragata Belh@rra, todos com aplicação confirmada ou em desenvolvimento para marinhas internacionais.
Cooperação entre Brasil e França estrutura programa de desenvolvimento naval desde 2009
O acordo de cooperação técnica entre Brasil e França foi formalizado em 2008, sendo operacionalizado a partir de 2009, com a criação do PROSUB (Programa de Desenvolvimento de Submarinos). Nesse contexto, as autoridades selecionaram o Naval Group para apoiar o projeto, focando na transferência de tecnologia e na capacitação de profissionais brasileiros. Em 2010, a ICN – Itaguaí Construções Navais iniciou a construção do estaleiro e da base naval de Itaguaí (RJ), oferecendo e técnico ao empreendimento. Segundo informações do Ministério da Defesa, o programa já gerou mais de 3 mil empregos diretos e atraiu cerca de R$ 40 bilhões em investimentos desde sua criação.
Classe Riachuelo avança cronograma com entregas previstas até 2025
A Marinha do Brasil baseou a classe Riachuelo no modelo francês Scorpène e ajustou o projeto para atender às suas especificidades operacionais. Em dezembro de 2018, a Marinha lançou o primeiro submarino, o Riachuelo (S40), e o incorporou à esquadra em setembro de 2022. Na sequência, a Marinha lançou ao mar o Humaitá (S41) em dezembro de 2020 e o entregou oficialmente em janeiro de 2024. A Marinha realizou o lançamento do Tonelero (S42) em março de 2024 e prevê concluir o Almirante Karam (S43) até o final de 2025. A Assessoria de Comunicação da Marinha do Brasil confirma essas informações com base em seus dados.
-
O navio afundado com um tesouro de US$ 20 bilhões: por que o San José é o “Santo Graal dos naufrágios”
-
Mais de 110 anos no mar: conheça o Laurindo Pitta, o último navio da Primeira Guerra ainda ativo no Brasil
-
O naufrágio mais profundo do mundo não é o Titanic: conheça o USS Samuel B. Roberts, encontrado a quase 7 mil metros no fundo do mar
-
Casas flutuantes de luxo: novo cruzeiro residencial da Crescent Seas oferece moradia global a bordo com preços de até € 8,8 milhões
Torpedo F21 integra sistemas de armamento adotados pela França e oferecidos ao Brasil
Desenvolvido pelo Naval Group a pedido da Marinha sa, o torpedo F21 é um armamento de uso subaquático com sistema de autoguiamento e capacidade de resistir a interferências. Segundo documentos técnicos da própria empresa e reportagens da publicação Le Marin, sua adoção oficial na França ocorreu em 2018, com produção iniciada em 2019. O torpedo possui alcance superior a 50 km e pode operar em ambientes complexos, incluindo áreas costeiras e de baixa profundidade. No Brasil, a Marinha integrou o modelo à classe Riachuelo como parte do pacote de transferência tecnológica acordado no PROSUB.
A Marinha apresentará a Fragata Belh@rra como solução em superfície modular e adaptável.
Além dos sistemas submarinos, o Naval Group apresentará na LAAD 2025 a fragata Belh@rra (FDI), atualmente em construção para a Marinha sa e para a Marinha Helênica (Grécia). A Direction Générale de l’Armement (DGA) divulgou que lançaram a primeira unidade ao mar em novembro de 2022, prevendo entregas para a França a partir de 2025. Trata-se de uma embarcação de uso múltiplo com foco em operações antiaéreas, antisubmarino, antissuperfície e assimétricas, com destaque para seu projeto ciberprotegido desde a origem. De acordo com o Naval Group, seu design modular permite adaptação conforme os requisitos operacionais de cada marinha.
Scorpène mantém relevância internacional com unidades operacionais em cinco países
A plataforma Scorpène, utilizada como base para a classe Riachuelo, é uma solução desenvolvida em parceria com o estaleiro espanhol Navantia desde 1999. Atualmente, há 14 unidades Scorpène em operação em países como Índia, Malásia, Chile, Peru e Brasil, de acordo com a revista especializada Jane’s Defence Weekly. Esses submarinos são conhecidos por seu baixo índice de acústica, capacidade de operação prolongada e manutenção simplificada. A Marinha desenvolveu a versão brasileira, ajustou-a para maior autonomia e capacidade de carga, e atendeu às suas necessidades estratégicas.
Cooperação resulta em transferência de conhecimento e fortalecimento industrial
A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) relata que o PROSUB resultou em mais de 30 acordos formais de transferência de tecnologia entre o Naval Group e empresas brasileiras. Segundo o Ministério da Defesa, centros de formação técnica na França já capacitaram mais de 200 profissionais brasileiros desde o início do programa. Com isso, o Brasil fortaleceu a cadeia de suprimentos do setor naval, envolvendo empresas nacionais em processos produtivos antes exclusivos de fornecedores estrangeiros. Dados do IBGE indicam que o segmento naval cresceu 18% entre 2018 e 2023, impulsionado principalmente por contratos ligados à defesa.
Naval Group mantém posição como parceiro confiável da Marinha do Brasil
Fundado em 1624, o Naval Group está presente em mais de 18 países e, além disso, atua como fornecedor de soluções navais integradas para mais de 50 marinhas ao redor do mundo.
Com sede em Paris, o grupo possui cerca de 16 mil colaboradores, conforme seu relatório anual de 2023, e foca em inovação naval com base em parcerias estratégicas. Sua atuação no Brasil representa uma colaboração de longo prazo com foco em soberania, capacitação e desenvolvimento industrial, alinhada às diretrizes da Marinha. Por fim, sua presença na LAAD 2025 ocorre em conformidade com os projetos já em andamento, sem anúncios promocionais ou promessas não verificadas.
Cooperação tecnológica com foco em continuidade e desenvolvimento
A participação do Naval Group na LAAD 2025, portanto, representa mais uma etapa de uma parceria de longo prazo com o Brasil. Além disso, essa colaboração é voltada ao fortalecimento da capacidade naval do país.
Sem prometer soluções prontas ou resultados irreais, a presença da empresa está centrada na apresentação de tecnologias já utilizadas ou em processo avançado de desenvolvimento. Além disso, o compromisso com a transferência de conhecimento e a formação de mão de obra especializada são prioridades fundamentais para o setor marítimo nacional.
Da mesma forma, a modernização da frota brasileira também é considerada essencial e vem sendo compartilhada como objetivo comum com a Marinha. Por isso, o grupo francês reforça sua atuação de maneira técnica, transparente e alinhada com as diretrizes editoriais exigidas para conteúdos de confiança.