Petrobras vai reduzir capacidade de produção de petróleo do novo FPSO que será instalado no campo de Búzios.
A Petrobras anunciou uma importante mudança em sua estratégia para o campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos: a 12ª unidade FPSO (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo) a ser encomendada terá capacidade reduzida em relação às plataformas anteriores.
A decisão integra o plano de contenção de custos da companhia diante das variações no preço do petróleo no mercado internacional.
A nova plataforma terá capacidade de produção de 180 mil barris de petróleo por dia (bpd), diferentemente das anteriores, que operam com 225 mil bpd.
-
Mesmo com avanços no Brasil, mundo ainda depende 85% de fontes fósseis e aceleração na transição energética é urgente
-
Aprovação de plano da Petrobras na foz do Amazonas gera protesto e racha no IBAMA
-
Royalties de maio sobem no Norte Fluminense, mas instabilidade preocupa setor de petróleo, diz especialista
-
Após mais de meio século de disputa entre Gabão e Guiné, TIJ (ONU) define quem ficará com ilhas ricas em petróleo no Golfo da Guiné, na África Ocidental
Estratégia da Petrobras para manter eficiência com menor investimento
A mudança foi confirmada pela diretora de Exploração da Petrobras, Sylvia Anjos, durante a 3ª edição do evento Brasil Epicentro Global de FPSOs, no Rio de Janeiro. Segundo a executiva, o projeto da nova unidade será mais enxuto, mantendo a eficiência operacional.
“Búzios 12 vai ser 180 mil [bpd] e a gente ainda vai dar uma enxugada nele, para otimizar e produzir do mesmo jeito”, declarou Anjos.
Ela também destacou que o lema da companhia segue sendo “fazer melhor com menos”, reforçando o compromisso com a eficiência.
Outro destaque apresentado foi a estratégia adotada para a plataforma P-78, que irá operar no projeto Búzios 6.
A diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Renata Baruzzi, informou que a unidade será trazida da China já tripulada, o que permitirá sua entrada imediata em operação no campo.
Essa prática, comum em outras grandes petroleiras internacionais, será incorporada pela estatal para agilizar o início da produção.
“Estamos absorvendo a boa prática de quem vem de fora, com a plataforma tripulada para o local”, reforçou Anjos.
Campo de Búzios se aproxima de se tornar o maior do Brasil
O campo de Búzios, uma das maiores promessas da Petrobras no pré-sal, tem papel central nos planos de expansão da companhia.
Atualmente, já conta com uma unidade FPSO em operação com capacidade de 225 mil bpd e receberá mais três plataformas de igual porte até 2027.
Búzios também figura como o principal ativo da estatal na corrida para elevar sua produção de petróleo, ao lado da Margem Equatorial brasileira, cuja exploração tem sido adiada repetidamente.
De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o campo de Búzios produziu 715 mil bpd em março, contra 780 mil bpd do campo de Tupi, que atualmente lidera a produção nacional.
No entanto, considerando a produção de gás natural, Búzios atingiu 912 mil barris de óleo equivalente por dia (boed), aproximando-se do total de Tupi, que fechou o mês com 1 milhão de boed.
Ajustes fazem parte do novo Plano de Negócios 2026-2030 da Petrobras
A redução da capacidade da nova FPSO estará contemplada no próximo Plano de Negócios da Petrobras, que abrange o período de 2026 a 2030.
A medida reforça a preocupação da empresa em manter a sustentabilidade financeira de seus projetos, mesmo em um cenário de preços instáveis do petróleo.
A decisão também reafirma a importância do campo de Búzios na estratégia de crescimento da Petrobras, mantendo-o como protagonista nos investimentos futuros da companhia.