O Exército Brasileiro vem modernizando sua frota de veículos blindados com o VBTP-MR Guarani, um blindado 100% nacional que se destaca por sua impressionante autonomia de 600 km com apenas um tanque de combustível, característica que tem chamado a atenção de militares estrangeiros e especialistas em defesa.
Desenvolvido pelo Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército Brasileiro em parceria com a Iveco, o Guarani representa uma evolução significativa em relação ao tradicional EE-11 Urutu, que serviu às Forças Armadas por mais de três décadas. Segundo dados públicos, o projeto inicialmente foi denominado “Urutu-3”, evidenciando sua proposta de sucessão ao antigo blindado nacional.
“A adoção da viatura Guarani às fileiras do Exército é totalmente válida, tendo em vista que representa um grande avanço no campo militar em função de sua evolução tecnológica, maior eficiência em combate e segurança para a tropa”.
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Destaca o estudo de Rodrigo Corrêa, que comparou o Guarani com o Urutu em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Tecnologia de ponta com DNA brasileiro
Produzido na fábrica da Iveco em Sete Lagoas (MG), o Guarani é um exemplo de sucesso da indústria de defesa nacional, com aproximadamente 90% de componentes brasileiros. O aço da blindagem, elemento crucial para a proteção da tropa, é fabricado pela Usiminas em seu centro de pesquisa e desenvolvimento em Ipatinga.
A viatura possui um chassi formado por duas longarinas na base, que abriga toda a suspensão e elementos de transmissão. Sobre este conjunto foi montada a estrutura blindada em forma de V, capaz de resistir a minas de até 6 kg, proporcionando proteção superior aos seus ocupantes.
Desempenho que impressiona em qualquer terreno
O Guarani é equipado com um potente motor FPT Industrial Cursor 9F2C de 383 cv e transmissão automática ZF Friedrichshafen 6HP602S, conjunto que garante excelente desempenho em diversos tipos de terreno. Sua versatilidade permite operações eficientes nos variados ambientes operacionais brasileiros, desde as florestas amazônicas até os pampas gaúchos.
Com capacidade anfíbia, o Guarani pode atravessar rios e áreas alagadas, ampliando significativamente suas possibilidades táticas. Sua velocidade máxima de 110 km/h em estradas e autonomia de 600 km garantem rápido deslocamento e reduzida necessidade de reabastecimento durante operações prolongadas.
Poder de fogo moderno e versátil
O sistema de armamento do Guarani pode incluir diferentes configurações, como a torre UT-30BR com canhão automático de 30mm ou o REMAX (Reparo de Metralhadora Automatizada X) para metralhadoras de 7,62mm e 12,7mm. Segundo a monografia de Lucas Costa Pimentel, o poder de fogo da VBTP-MR Guarani representa um salto qualitativo em relação aos sistemas anteriormente utilizados pelo Exército Brasileiro.
O REMAX, desenvolvido pelo Centro Tecnológico do Exército (CTEx), permite ao operador controlar a arma do interior do veículo, aumentando significativamente a proteção da tripulação. Este sistema inclui recursos avançados como visão termal e acompanhamento automático de alvos.
Programa estratégico para a defesa nacional
O programa Guarani faz parte da Estratégia Nacional de Defesa (END) e do Plano de Articulação e Equipamento de Defesa (PAED), visando substituir a infantaria motorizada pela infantaria mecanizada e modernizar a cavalaria mecanizada do Exército Brasileiro.
Até o momento, centenas de unidades já foram entregues ao Exército Brasileiro, com previsão de fabricação de até 2.044 viaturas em diferentes versões ao longo de 20 anos. O custo unitário, segundo dados públicos, é de aproximadamente R$ 3,6 milhões, valor considerado competitivo para um veículo com suas características.
Em 2023, o governo da Ucrânia chegou a solicitar a compra de 450 blindados Guarani para uso em missões humanitárias no contexto da Guerra Russo-Ucraniana, demonstrando o reconhecimento internacional da qualidade do veículo brasileiro, embora a venda tenha sido posteriormente vetada pelo governo brasileiro.
O Guarani representa não apenas um avanço tecnológico para as Forças Armadas brasileiras, mas também um marco para a indústria nacional de defesa, provando que o Brasil tem capacidade de desenvolver e produzir equipamentos militares de alta performance que atendem aos mais exigentes padrões internacionais.