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O Brasil também tem as terras raras que Donald Trump e Elon Musk querem tirar da Ucrânia – entenda a sua importância

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 22/02/2025 às 18:34
terras raras, Donald Trump, Ucrânia
Foto: Grok

Reservas de terras raras no Brasil chamam a atenção devido à sua importância tecnológica e econômica

Recentemente, Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, recusou ceder quase metade dos minerais de terras raras da Ucrânia em troca de garantias futuras consideradas insuficientes. Essa decisão é uma das principais razões para a irritação de Donald Trump com o presidente ucraniano.

Zelensky afirmou que a exploração desses valiosos recursos naturais será fundamental para reconstruir a economia e as cidades do país após a guerra.

Na semana anterior, Trump já havia feito outra exigência. Solicitou de Kiev a entrega de US$ 500 bilhões em terras raras. Esses minerais são essenciais para setores de defesa e indústrias de alta tecnologia. O pedido foi justificado como um reembolso pelos três anos de apoio dos EUA à Ucrânia.

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Por que Donald Trump e Elon Musk estão de olho nas terras raras

Os motores de ímã permanente, amplamente utilizados na indústria, dependem de materiais como neodímio e disprósio para produzir ímãs de alta potência. Esses ímãs, conhecidos por serem leves e compactos, proporcionam maior eficiência energética, ampliando o alcance dos veículos e otimizando o desempenho geral.

Fundamentais para tecnologias de energia limpa

Os minerais críticos, como cobre, níquel, grafite, cobalto, lítio e terras raras, são essenciais para tecnologias de energia limpa.

Eles são usados em painéis solares, baterias de carros elétricos e turbinas eólicas. Suas propriedades únicas, que incluem características magnéticas e capacidades eletrônicas diferenciadas, os tornam indispensáveis para aprimorar a eficiência dessas tecnologias.

Por outro lado, a extração e o processamento desses minerais são processos complexos. Separar elementos valiosos dos rejeitos e garantir uma produção sustentável são desafios que limitam a disponibilidade desses recursos.

Potencial do Brasil em terras raras

Segundo dados da International Energy Agency (IEA), a demanda por minerais críticos para energia limpa deve dobrar até 2030 e triplicar até 2040.

Desde 2012, a maioria das novas instalações de geração de energia no mundo provém de fontes renováveis. Em 2022, cerca de oito em cada dez projetos instalados eram oriundos de fontes limpas. Isso demonstra a tendência mundial rumo à sustentabilidade.

Brasil: Nesse cenário global de alta demanda, o Brasil surge como um potencial protagonista. O país possui reservas significativas de minerais críticos.

Um relatório da consultoria Deloitte, em parceria com a AYA Earth Partners, destaca o papel estratégico do Brasil na transição para uma economia de baixo carbono. Segundo o estudo, o Brasil pode agregar grande valor à sua economia ao investir no beneficiamento dos minérios que já extrai.

Estima-se que essa atividade pode contribuir com cerca de R$ 30 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) até 2030. Esse valor pode subir para R$ 42 bilhões ao se considerar o impacto positivo em setores correlatos.

Se o Brasil for além e investir na exploração de novas minas e na produção ativa, o impacto econômico pode ser ainda mais expressivo. O país pode alcançar até R$ 233 bilhões até 2050. Caso também invista no refino, o impacto pode chegar a R$ 243 bilhões nos próximos 25 anos.

Brasil em destaque

O Brasil detém aproximadamente 10% dos minerais críticos do mundo. Possui a maior reserva global de nióbio, a segunda maior de grafite e a terceira maior de terras raras e níquel.

Também há disponibilidade de lítio, cobre e cobalto, fundamentais para tecnologias emergentes. No entanto, atualmente, o país responde por somente 0,09% da produção global desses recursos. Isso mostra um potencial subaproveitado, mas que pode ser transformado com investimentos certos.

Em 2021, foi estabelecida uma classificação estratégica para esses minerais. Eles foram divididos em três grupos: aqueles cuja importação é vital para setores econômicos-chave; os essenciais para produtos de alta tecnologia, como grafite, lítio e terras raras; e os que oferecem vantagens competitivas para gerar superávit comercial. Essa divisão reforça a necessidade de repensar a exploração e o aproveitamento dos recursos naturais do país.

Disputa global pelas terras raras

A disputa global por esses recursos, evidenciada nas tensões entre EUA e Ucrânia, mostra como os minerais críticos se tornaram peças-chave no tabuleiro geopolítico.

Para o Brasil, investir em toda a cadeia de valor — da extração ao refino — representa não apenas uma oportunidade econômica, mas também a chance de desempenhar um papel central na transição energética global.

Ao fortalecer sua capacidade de produção nacional, o Brasil pode consolidar sua posição como um dos principais fornecedores mundiais desses recursos essenciais. Essa movimentação seria decisiva para impulsionar o crescimento econômico e promover um futuro mais sustentável.

Com informações de Valor e hibridosyelectricos.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail [email protected].

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