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O fim da engenharia no Brasil? País perde 186 mil alunos, enfrenta crise silenciosa nas exatas e agora vê futuro incerto na área

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 12/06/2025 às 16:50
Matrículas em engenharia despencam e Brasil enfrenta risco de apagão técnico. Futuro da infraestrutura e inovação pode estar ameaçado.
Matrículas em engenharia despencam e Brasil enfrenta risco de apagão técnico. Futuro da infraestrutura e inovação pode estar ameaçado.

Com a evasão crescendo nos cursos de engenharia e o número de matrículas despencando no país, especialistas alertam para impactos estruturais e riscos futuros em setores fundamentais da economia, como infraestrutura, inovação tecnológica e energia, exigindo ações imediatas de todos os setores.

Nos últimos dez anos, o Brasil registrou uma queda expressiva nas matrículas em cursos de engenharia.

O número de ingressantes recuou de cerca de 469 mil em 2014 para 358 mil em 2023 – uma redução de 23%, conforme dados do Mapa do Ensino Superior, do Instituto Semesp.

Só na Engenharia Civil, o quadro é ainda mais gritante: de 358 mil alunos em 2015, esse número caiu para 172 mil em 2023, uma queda de 51%.

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A crise na engenharia no Brasil se manifesta em quase todas as áreas tradicionais do setor — como Produção, Mecânica, Elétrica, Eletrônica e Química.

Enquanto isso, apenas cursos voltados à tecnologia, como Engenharia de Computação e Engenharia de Software, continuam crescendo, impulsionados pela transformação digital.

Especialistas soam o alerta

“É um alerta que não pode ser ignorado”, enfatiza Marcos Massahiro Wada, engenheiro civil e presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos da Alta Noroeste (AEAN) em artigo publicado na entidade citada..

Ele aponta a instabilidade da carreira, a evasão precoce e a defasagem curricular como fatores que agravam a crise na engenharia no Brasil.

Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a queda nas matrículas em engenharia já provocou um déficit de 75 mil profissionais entre 2014 e 2021.

Além disso, o país perdeu cerca de 150 mil estudantes nesse mesmo período.

Por que os jovens estão desistindo da engenharia?

A percepção de que a profissão perdeu prestígio e estabilidade tem afastado os jovens.

Muitos recém-formados encontram dificuldade de inserção no mercado formal, ou acabam migrando para outras áreas como gestão e tecnologia.

A dificuldade dos cursos também pesa.

Dados do Semesp mostram que a evasão em cursos presenciais privados de engenharia ultraa 39%.

“Muitos desistem nos primeiros semestres, desestimulados pela carga intensa das disciplinas”, afirma Wada.

Outro ponto central da crise na engenharia no Brasil está no desalinhamento entre o que as universidades oferecem e o que o setor produtivo exige.

Currículos engessados, pouca ênfase em inovação e sustentabilidade e ausência de práticas interdisciplinares afastam ainda mais os alunos.

Impactos estratégicos para o país

A queda nas matrículas em engenharia compromete diretamente a capacidade de o Brasil executar obras de infraestrutura, conduzir a transição energética e competir em setores como mobilidade urbana e tecnologia industrial.

Sem engenheiros qualificados, o país corre o risco de perder relevância em áreas estratégicas para o desenvolvimento nacional.

“Sem esses profissionais, não há avanço sustentável possível”, resume Wada.

Como reverter o cenário?

Especialistas defendem uma atuação coordenada entre governo, instituições de ensino e setor privado para conter a crise na engenharia no Brasil.

Wada propõe medidas como:

  • Reformulação curricular conectada à indústria 4.0
  • Estágios desde os primeiros anos
  • Projetos práticos voltados à sustentabilidade
  • Parcerias com empresas e centros de inovação

Além disso, políticas públicas de incentivo à permanência e valorização da carreira são essenciais.

Bolsas, mentorias e programas de incentivo podem contribuir para reverter a queda nas matrículas em engenharia.

Inspirações internacionais

Países como Coreia do Sul, Estados Unidos e China continuam a investir na formação de engenheiros como parte de suas estratégias de crescimento econômico.

O Brasil, em contraste, vive uma crise na engenharia que ameaça seu potencial de desenvolvimento.

Na sua visão, o que pode ser feito para tornar a engenharia novamente uma carreira atrativa e essencial para o futuro do país?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, agens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: [email protected]. Não aceitamos currículos!

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