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O homem que vendeu a Torre Eiffel (duas vezes) para comerciantes de sucata

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 06/06/2025 às 12:08
Victor Lustig: a incrível história do homem que vendeu a Torre Eiffel (duas vezes)
Victor Lustig: a incrível história do homem que vendeu a Torre Eiffel (duas vezes)

Conheça a saga de Victor Lustig, o vigarista charmoso e mestre da fraude que se tornou o homem que vendeu a Torre Eiffel como sucata para empresários em Paris

Esta é a incrível história do homem que vendeu a Torre Eiffel, não apenas uma, mas duas vezes (ou quase). Sua trajetória de crimes, marcada por charme e astúcia, revela as vulnerabilidades da ganância e da credulidade humanas.

A história do crime é repleta de figuras audaciosas, mas poucas se comparam a Victor Lustig, o mestre da fraude que realizou um dos golpes mais impensáveis do século XX. Em 1925, ele se ou por um funcionário do governo francês e negociou o maior ícone de Paris como se fosse sucata.

Quem foi Victor Lustig, o “Conde da Fraude” que enganou até Al Capone?

Nascido em 1890 na Boêmia, então parte do Império Austro-Húngaro, Victor Lustig demonstrou desde cedo uma inteligência aguçada e um talento para línguas. Após se mudar para Paris, rapidamente trocou os pequenos furtos por fraudes mais sofisticadas. Para conferir credibilidade aos seus golpes, Lustig adotou a persona do “Conde Victor Lustig”, um nobre charmoso e persuasivo.

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Seus primeiros golpes ocorreram a bordo de luxuosos navios transatlânticos, onde enganava ageiros abastados com falsos esquemas de investimento. Descrito como “tão elusivo como um sopro de fumo de cigarro”, Lustig confiava apenas em sua perspicácia e manipulação psicológica, sem nunca recorrer à violência.

A Paris de 1925 e uma Torre Eiffel em debate

O Homem que vendeu a Torre Eiffel (duas vezes) para comerciantes de sucata

No rescaldo da Primeira Guerra Mundial, a Paris dos “Loucos Anos Vinte” vivia um misto de otimismo e dificuldades econômicas. A Torre Eiffel, construída como uma estrutura temporária para a Exposição Universal de 1889, era vista por alguns como uma relíquia cara e de manutenção dispendiosa.

A opinião pública estava dividida sobre o futuro do monumento, com algumas vozes sugerindo seu desmantelamento. Foi nesse contexto de incerteza que Lustig encontrou a oportunidade perfeita, ao ler um artigo de jornal que discutia os problemas e os altos custos associados à torre.

Como Lustig se tornou o homem que vendeu a Torre Eiffel

Assumindo a identidade de Subdiretor-Geral do Ministério dos Correios e Telégrafos (órgão responsável pela torre na época), Lustig usou documentos falsificados para convocar uma reunião secreta com os maiores comerciantes de sucata de Paris no luxuoso Hôtel de Crillon. Lá, ele explicou que o governo havia decidido, secretamente, vender as 7.000 toneladas de metal da Torre Eiffel.

Ele enfatizou a necessidade de discrição para evitar um clamor público. Para selar o negócio, Lustig identificou o comerciante mais inseguro e ambicioso, André Poisson. Em uma manobra genial, Lustig “confessou” ser um funcionário corrupto e pediu um suborno, o que, paradoxalmente, tornou o negócio mais crível para Poisson. O comerciante pagou uma quantia substancial, e Lustig fugiu para Viena com o dinheiro.

A segunda tentativa e o legado de um vigarista lendário

Encorajado pelo silêncio de Poisson, que ficou envergonhado demais para denunciar a fraude, Lustig retornou a Paris um mês depois. Com uma audácia notável, ele tentou aplicar exatamente o mesmo golpe em um novo grupo de comerciantes de sucata. Desta vez, porém, uma das vítimas desconfiou e contatou a polícia antes que o dinheiro fosse pago.

O homem que vendeu a Torre Eiffel foi forçado a fugir para os Estados Unidos para escapar da prisão. Sua história se tornou uma lenda, um testemunho de sua incrível capacidade de “vender o impossível”.

Outras fraudes, prisão e o fim do mestre da decepção

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A “venda” da Torre Eiffel foi seu feito mais célebre, mas não o único. Lustig ficou famoso pela fraude da “Caixa Romena”, uma suposta máquina de duplicar dinheiro. Em outra demonstração de audácia, ele conseguiu obter US$5.000 do gângster Al Capone, não através de um golpe direto, mas fingindo honestidade em um falso negócio que “fracassou”.

Seu fim veio com o envolvimento em operações de contrafação de dinheiro em larga escala, que atraíram a atenção implacável do Serviço Secreto dos EUA. Preso em 1935, Lustig ainda protagonizou uma fuga espetacular, mas foi recapturado. Ele foi condenado a 20 anos e morreu na prisão de Alcatraz em 1947, encerrando a carreira de um dos vigaristas mais habilidosos e notórios da história.

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