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O navio-plataforma Marechal Duque de Caxias que já opera no máximo da sua força no Campo de Mero

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 21/05/2025 às 14:17
Navio-plataforma Marechal Duque de Caxias atinge pico de 180mil bpd no pré-sal! Veja o ramp-up recorde em Mero e a futura tecnologia HISEP. Saiba mais!
Navio-plataforma Marechal Duque de Caxias atinge pico de 180mil bpd no pré-sal! Veja o ramp-up recorde em Mero e a futura tecnologia HISEP. Saiba mais!

O navio-plataforma Marechal Duque de Caxias atingiu sua capacidade máxima de 180.000 barris/dia no campo de Mero, destacando a eficiência da Petrobras e avanços tecnológicos como o futuro HISEP.

O navio-plataforma Marechal Duque de Caxias (MDC), um FPSO (Floating Production, Storage and Offloading), alcançou sua capacidade nominal de produção de 180.000 barris de óleo por dia (bpd) no campo de Mero, Bacia de Santos. Este marco, atingido em 19 de maio de 2025, reforça a capacidade produtiva do pré-sal brasileiro e a eficiência operacional da Petrobras e seus parceiros.

Notavelmente, o pico foi alcançado em apenas 201 dias desde o primeiro óleo em 30 de outubro de 2024, um novo referencial para projetos em águas ultraprofundas. A unidade eleva a capacidade de Mero para mais de 590.000 bpd e se prepara para implementar a tecnologia pioneira HISEP em 2028, visando operações mais sustentáveis.

O feito do navio-plataforma Marechal Duque de Caxias: produção máxima em tempo recorde

O navio-plataforma Marechal Duque de Caxias atingiu sua capacidade máxima de 180.000 bpd em 19 de maio de 2025, apenas 201 dias após iniciar a produção em 30 de outubro de 2024. Este rápido ramp-up, aproximadamente 6,7 meses, supera o de outras unidades similares em Mero, como os FPSOs Guanabara e Sepetiba, que levaram cerca de oito meses. A licença de operação foi concedida pelo Ibama em 9 de setembro de 2024.

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Essa eficiência na aceleração da produção sugere uma otimização nos processos de comissionamento e interligação de poços, refletindo a curva de aprendizado da Petrobras. O FPSO Marechal Duque de Caxias, afretado da MISC, processa também até 12 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, ancorado a 180 km da costa do Rio de Janeiro, em lâmina d’água de 2.000 metros, e interligado a 15 poços (8 produtores de óleo e 7 injetores WAG).

Mergulhando em Mero

Navio-plataforma Marechal Duque de Caxias atinge pico de 180mil bpd no pré-sal! Veja o ramp-up recorde em Mero e a futura tecnologia HISEP. Saiba mais!

O campo de Mero, descoberto em 2010 no bloco de Libra, é um ativo estratégico no pré-sal brasileiro. Localizado em lâminas d’água de 1.800 a 2.100 metros, possui reservatórios carbonáticos com óleo de 29° API e um desafiador alto teor de CO2 (40-45%) no gás associado. As estimativas de volume in-place (31/12/2021) são de 10,27 bilhões de barris de óleo e 375 bilhões de metros cúbicos de gás.

O navio-plataforma Marechal Duque de Caxias é o quarto sistema de produção definitivo em Mero, elevando sua capacidade instalada para 590.000 bpd. O próximo, FPSO Alexandre de Gusmão, previsto para 2025, adicionará mais 180.000 bpd. Mero é o terceiro maior campo do Brasil, operado pela Petrobras (38,6%) em consórcio com Shell Brasil (19,3%), TotalEnergies (19,3%), CNOOC (9,65%), CNPC (9,65%) e PPSA (3,5%).

Tecnologia de ponta

O navio-plataforma Marechal Duque de Caxias será o primeiro no mundo a utilizar em larga escala a tecnologia HISEP (High Pressure Separation), patenteada pela Petrobras, a partir de 2028. O HISEP permite a separação do gás rico em CO2 e do óleo diretamente no leito oceânico, com o gás sendo reinjetado no reservatório a partir do fundo do mar. Esta inovação pode reduzir a necessidade de equipamentos de processamento na superfície, otimizar o escoamento e viabilizar projetos em campos com alto teor de gás e CO2.

Além do HISEP, a Petrobras lidera em CCUS (Captura, Uso e Armazenamento de Carbono), tendo reinjetado 11 milhões de toneladas de CO2 em 2022. Todas as 23 plataformas do pré-sal possuem tecnologias de redução de emissões. A empresa também avança com FPSOs “All Electric”, que podem reduzir emissões de GEE em até 20%, e visa zerar a queima rotineira em flare até 2030.

O desempenho do navio-plataforma Marechal Duque de Caxias e as metas da Petrobras

O rápido ramp-up do navio-plataforma Marechal Duque de Caxias (6,7 meses) é uma melhoria em relação aos 8 meses dos FPSOs Guanabara e Sepetiba em Mero. Esta eficiência impacta positivamente o Valor Presente Líquido (VPL) dos projetos, antecipando fluxos de caixa e demonstrando a capacidade da Petrobras em otimizar desenvolvimentos complexos em águas profundas.

A unidade é fundamental para a meta da Petrobras de alcançar 2,8 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) em 2025, e 3,2 milhões boed em 2029, com o pré-sal respondendo por cerca de 80%. O desenvolvimento faseado de Mero, com múltiplos FPSOs de grande porte, sustenta um patamar de produção elevado e contribui para a “dupla resiliência” (econômica e ambiental) do portfólio da companhia.

O futuro do pré-sal

O sucesso do navio-plataforma Marechal Duque de Caxias insere-se na estratégia de longo prazo da Petrobras para Mero e o pré-sal. O próximo FPSO em Mero, Alexandre de Gusmão, inicia em 2025, elevando a capacidade para 770.000 bpd, e o projeto “Mero 5” está em estudo. A PPSA projeta que a produção total de óleo sob partilha atinja um pico de aproximadamente 2,2 milhões bpd em 2030.

A estratégia de E&P da Petrobras (2025-2029) foca em maximizar o valor de ativos rentáveis, repor reservas e promover a descarbonização, com CAPEX de US$ 77 bilhões. Dez novos FPSOs estão previstos até 2029, incluindo unidades com redução de 30% na intensidade de emissões. O sucesso do navio-plataforma Marechal Duque de Caxias é um o firme nessa jornada de inovação e produção sustentável.

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Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 5.000 artigos publicados nos sites G, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no [email protected]

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