No ano 536, uma misteriosa escuridão cobriu a Terra, o Sol brilhou menos que a Lua, temperaturas despencaram, plantações morreram e a primeira grande epidemia da Peste Negra devastou populações. Esse foi o pior ano da história e o começo de uma era de caos e destruição.
Sabe aquele dia nublado, meio esquisito, que parece que o Sol não quer aparecer? Agora, imagina isso durando não só um dia, mas quinze anos. E pior: sem chuva na medida certa, sem colheitas, sem comida suficiente e com doenças devastando cidades inteiras. Pois foi exatamente isso que aconteceu no ano 536, um dos momentos mais sombrios que a humanidade já viveu – tanto que muita gente chama esse período de o pior ano da história.
O Sol, que sempre esteve lá, brilhando forte, simplesmente perdeu a intensidade. De tão fraco, parecia até a luz da Lua. E assim começou um inverno forçado, que transformou a vida das pessoas em um verdadeiro pesadelo.
O início da pequena era do gelo: O pior ano da história
A pergunta que não quer calar: o que diabos aconteceu em 536 para o mundo desandar desse jeito?
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Os registros históricos mostram que esse foi o início de um período de frio intenso, que durou até meados de 550. Os dias eram escuros, o clima ficou imprevisível, e as plantações começaram a fracassar uma atrás da outra. E não era só uma estação ruim – era como se o inverno tivesse resolvido ficar por tempo indeterminado.
Historiadores da época descreveram um Sol tão fraco que mal conseguia se destacar no céu. E a situação foi tão bizarra que nevou no verão em algumas regiões. O resultado? Uma crise alimentar global, fome e, claro, o colapso de várias civilizações.
O que causou a pequena era do gelo?
Tá, mas qual foi o motivo desse caos todo? Bom, os cientistas aram anos tentando descobrir quem ou o quê foi o grande culpado. Existem três principais suspeitos:
Erupções vulcânicas colossais, que jogaram tanta poeira e cinzas na atmosfera que bloquearam a luz do Sol.
Poeira de um cometa, que pode ter deixado a Terra envolta em partículas que escureceram o céu.
Uma erupção vulcânica subaquática desconhecida, que teria lançado não só gases, mas também vapor d’água e sedimentos marinhos no ar.
A teoria mais forte até agora vem da análise dos anéis de árvores. Como as árvores crescem de acordo com as condições climáticas, os cientistas conseguem “ler” o que aconteceu no ado. E olha só: os registros desse período mostram que o crescimento das árvores simplesmente travou, o que indica anos de frio intenso e pouca luz solar.
A hipótese da atividade vulcânica
A explicação mais aceita até agora é a seguinte: um vulcão entrou em erupção em 536 e jogou tanta sujeira na atmosfera que bloqueou a luz do Sol. Mas não parou por aí – depois dessa, vieram mais duas grandes erupções, uma em 540 e outra em 547.
E não foram vulcõezinhos qualquer, não. Essas erupções foram gigantescas, do tipo que pode mudar o clima global por anos. O problema é que ninguém sabe exatamente quais vulcões foram os responsáveis, já que as evidências diretas são escassas.
E se você acha que uma erupção já é ruim, imagina três seguidas. Foi um efeito dominó: a atmosfera ficou carregada de partículas, a temperatura caiu, as colheitas falharam e a fome se alastrou.
A teoria da erupção submarina
Mas e se o desastre de 536 não veio só da superfície da Terra? Pois bem, uma nova teoria sugere que o grande culpado pode ter sido um vulcão subaquático, e isso muda tudo.
Dois pesquisadores, Dallas Abbott e John Barron, estudaram amostras de gelo da Groenlândia e encontraram algo curioso: microrganismos marinhos de águas tropicais misturados ao gelo. Mas como esses bichinhos foram parar ali?
A resposta pode estar em uma erupção vulcânica submersa, que teria lançado toneladas de sedimentos e vapor d’água na atmosfera. Esse vapor se espalhou pelo planeta e pode ter agravado ainda mais a escuridão e o frio.