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O plano secreto dos EUA para usar pombos para guiar mísseis durante a Segunda Guerra

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 06/06/2025 às 12:06
Projeto Pombo: o incrível plano secreto dos EUA para usar pombos como guias de mísseis na Segunda Guerra
Projeto Pombo: o incrível plano secreto dos EUA para usar pombos como guias de mísseis na Segunda Guerra
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Conheça o Projeto Pombo, o plano secreto dos EUA idealizado pelo psicólogo B.F. Skinner. Uma história de engenhosidade, ceticismo militar e um legado tecnológico inesperado.

Durante a Segunda Guerra Mundial, em meio à busca por tecnologias militares avançadas, surgiu um projeto que parece ficção científica. O Projeto Pombo foi um plano secreto dos EUA para usar pombos para guiar mísseis, uma aplicação pioneira da psicologia comportamental à engenharia de guerra.

Este artigo explora a história do Projeto Pombo. Veremos a visão do renomado psicólogo B.F. Skinner, a engenharia por trás dos “pombos-piloto”, os desafios enfrentados e o surpreendente legado que este plano secreto dos EUA deixou para a tecnologia moderna.

Projeto Pombo: uma ideia inconvencional em meio à Segunda Guerra Mundial

No auge da Segunda Guerra Mundial, as forças Aliadas precisavam de mais precisão em seus bombardeios. Os sistemas de guiamento de mísseis da época eram grandes e primitivos. Foi nesse cenário que B.F. Skinner, ao observar um bando de pombos, teve uma ideia radical.

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“De repente, vi-os como ‘dispositivos’ com excelente visão e extraordinária manobrabilidade. Não poderiam eles guiar um míssil?”, recordaria Skinner. Assim nasceu o “Projeto Pombo” (Project Pigeon), um plano secreto dos EUA para usar as habilidades naturais das aves, refinadas por treinamento, como o “cérebro” de um sistema de orientação.

Como o gênio de B.F. Skinner treinou os pombos-piloto

O plano secreto dos EUA para usar pombos para guiar mísseis durante a Segunda Guerra

O plano secreto dos EUA foi uma aplicação direta da filosofia de Skinner, o behaviorismo radical. Ele utilizou o condicionamento operante para treinar os pombos. O comportamento desejado (bicar um alvo) era recompensado com comida, um processo chamado “shaping” (modelagem).

Os pombos eram treinados para bicar imagens de alvos, como couraçados, projetadas em uma tela. Para garantir que continuassem a bicar, Skinner usou esquemas de reforço específicos, alcançando até 10.000 bicadas em 45 minutos. As aves também foram dessensibilizadas a ruídos altos, forças G e outras condições de combate, mantendo seu desempenho sob estresse extremo.

Por dentro do míssil “Pelican”

O sistema de orientação por pombos foi projetado para ser integrado na bomba planadora “Pelican”. O nariz do míssil continha lentes que projetavam a imagem do alvo em uma tela interna.

O pombo, posicionado em frente à tela, bicava a imagem do alvo. Se a bicada fosse fora do centro, a tela se inclinava, acionando mecanismos que corrigiam o curso do míssil. Para aumentar a confiabilidade, Skinner desenvolveu um sistema com três pombos. A orientação do míssil era determinada por um “voto majoritário”: se dois ou três pombos bicassem o mesmo alvo, o míssil ajustaria seu curso naquela direção.

A eficácia comprovada do plano secreto dos EUA, o ceticismo militar e o cancelamento do Projeto Pombo

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A opinião de especialistas e os registros históricos revelam que o Projeto Pombo enfrentou um enorme ceticismo. A ideia era frequentemente rotulada como ‘excêntrica’ ou ‘maluca’. Após rejeições iniciais do governo, a empresa General Mills interveio com um financiamento crucial de US$ 5.000, o que permitiu o avanço da pesquisa. O sucesso do plano secreto dos EUA levou a um financiamento governamental de cerca de US$ 25.000 em 1943.

Apesar dos testes de simulação mostrarem taxas de acerto de até 99%, a percepção de que o projeto era “fantástico” demais persistiu entre os militares. O projeto foi cancelado em 1944, com a justificativa de que outras tecnologias, como o radar, tinham promessa mais imediata. Especialistas apontam que, mesmo com o breve renascimento como Projeto Orcon (1948-1953), ele foi definitivamente abandonado devido ao avanço e maior confiabilidade dos sistemas de orientação eletrônica.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites G, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no [email protected]

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