1. Início
  2. / Curiosidades
  3. / O que aconteceu com a Kodak? Da revolução da fotografia analógica à derrocada com a chegada da era digital
Tempo de leitura 5 min de leitura Comentários 1 comentários

O que aconteceu com a Kodak? Da revolução da fotografia analógica à derrocada com a chegada da era digital

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 01/06/2025 às 09:42
A revolução da Kodak: de gigante da fotografia a exemplo de falência. Conheça os erros, lições e reviravoltas dessa história real e surpreendente.
A revolução da Kodak: de gigante da fotografia a exemplo de falência. Conheça os erros, lições e reviravoltas dessa história real e surpreendente.

Uma das maiores empresas do século 20 revolucionou a fotografia, mas acabou sendo engolida por uma mudança tecnológica que ela mesma iniciou. Uma história fascinante e cheia de reviravoltas, que ainda hoje deixa lições para negócios de todos os tamanhos.

A história da Kodak é uma das trajetórias mais fascinantes e, ao mesmo tempo, mais trágicas do mundo dos negócios.

Fundada em 1888 por George Eastman, a empresa transformou a forma como as pessoas registravam momentos, tornando a fotografia ível a milhões de pessoas ao redor do mundo.

A Kodak foi responsável por popularizar a câmera portátil e o filme fotográfico, permitindo que a fotografia saísse dos estúdios profissionais e entrasse no cotidiano das famílias.

Dia
Baratíssimo
📱 Smartphones poderosos com preços e descontos imperdíveis!
Ícone de Episódios Comprar

Com o lema “You press the button, we do the rest” (“Você aperta o botão, nós fazemos o resto”), a Kodak se tornou um nome familiar e consolidou sua posição como líder global da fotografia analógica por mais de um século.

Na década de 1970, a Kodak era responsável por cerca de 90% do mercado de filmes fotográficos e 85% do mercado de câmeras nos Estados Unidos.

O filme Kodachrome, por exemplo, foi um dos mais populares e utilizados por amadores e profissionais, responsável por registrar ícones culturais e eventos históricos.

A revolução da Kodak: de gigante da fotografia a exemplo de falência. Conheça os erros, lições e reviravoltas dessa história real e surpreendente.
A revolução da Kodak: de gigante da fotografia a exemplo de falência. Conheça os erros, lições e reviravoltas dessa história real e surpreendente.

A invenção da câmera digital que a própria Kodak não abraçou

Entretanto, apesar de sua liderança, a Kodak cometeu um dos erros estratégicos mais estudados da história empresarial.

A empresa foi pioneira na criação da tecnologia digital, mas negligenciou seu potencial disruptivo.

Em 1975, o engenheiro Steve Sasson, da Kodak, inventou a primeira câmera digital funcional.

A câmera utilizava um sensor CCD (dispositivo de carga acoplada) e era capaz de capturar imagens digitais, que eram armazenadas em fitas magnéticas.

Porém, a diretoria da Kodak descartou a ideia, temendo que a nova tecnologia prejudicasse as lucrativas vendas de filmes e papéis fotográficos.

A revolução da Kodak: de gigante da fotografia a exemplo de falência. Conheça os erros, lições e reviravoltas dessa história real e surpreendente.
A revolução da Kodak: de gigante da fotografia a exemplo de falência. Conheça os erros, lições e reviravoltas dessa história real e surpreendente.

Essa decisão foi um marco do conservadorismo corporativo que acabaria selando o destino da empresa.

Durante as décadas de 1980 e 1990, outras empresas, como Sony, Canon e Fujifilm, investiram pesadamente no desenvolvimento da fotografia digital, enquanto a Kodak insistia em proteger seu modelo tradicional.

Embora a companhia tenha lançado produtos digitais e adquirido algumas empresas do setor, suas ações foram tímidas e tardias.

A Kodak parecia presa a um dilema: como abraçar o futuro sem sacrificar seu presente?

O avanço da fotografia digital e a derrocada da gigante

Com o avanço da tecnologia digital, a fotografia ou a ser mais ível, instantânea e livre das limitações impostas pelo filme analógico.

As câmeras digitais rapidamente conquistaram o mercado, enquanto os celulares começaram a incorporar recursos fotográficos, tornando a fotografia ainda mais democrática.

A Kodak, que antes reinava absoluta, começou a perder relevância.

Suas tentativas de adaptação, como o lançamento de impressoras e serviços online de revelação, não foram suficientes para compensar a queda nas vendas de filmes e câmeras analógicas.

No início dos anos 2000, a Kodak ainda gerava bilhões de dólares, mas já sentia os efeitos da revolução digital.

Em 2012, após anos de dificuldades financeiras e tentativas frustradas de reinvenção, a empresa entrou com um pedido de proteção contra falência (Chapter 11) nos Estados Unidos.

Esse momento simbolizou a derrocada de uma das marcas mais icônicas da história.

A Kodak havia ado de líder inovadora a exemplo clássico de como a resistência à mudança pode levar à ruína.

A revolução da Kodak: de gigante da fotografia a exemplo de falência. Conheça os erros, lições e reviravoltas dessa história real e surpreendente.
A revolução da Kodak: de gigante da fotografia a exemplo de falência. Conheça os erros, lições e reviravoltas dessa história real e surpreendente.

A sobrevivência tímida e as lições para o mercado

Apesar disso, a Kodak não desapareceu completamente.

Após reestruturação e venda de diversas patentes, a empresa conseguiu sair da falência em 2013, concentrando-se em áreas como impressão digital, materiais para embalagens e produtos químicos.

Mais recentemente, a companhia tentou diversificar sua atuação, chegando a anunciar planos para produzir ingredientes farmacêuticos durante a pandemia de COVID-19, embora esse projeto tenha gerado polêmica e investigações por suspeitas de irregularidades.

A trajetória da Kodak oferece lições valiosas sobre o impacto da inovação disruptiva e a importância de empresas se adaptarem às novas tecnologias.

Enquanto algumas marcas, como a Fujifilm, conseguiram se reinventar e prosperar no ambiente digital, a Kodak ficou presa ao ado.

A Fujifilm, por exemplo, diversificou suas atividades para setores como cosméticos, materiais médicos e impressão de alta tecnologia, demonstrando resiliência e visão estratégica.

A história da Kodak também ilustra como uma marca pode sobreviver, mesmo após uma queda monumental.

Hoje, a empresa ainda fabrica filmes fotográficos – para um nicho de entusiastas e profissionais que valorizam a estética do analógico – e equipamentos especializados.

Contudo, sua relevância nunca mais será a mesma.

O nome Kodak evoca nostalgia e também um alerta para as empresas de todos os setores: inovar não é mais opcional, é questão de sobrevivência.

YouTube Video

A ironia da história e o alerta para o futuro

Curiosamente, a ironia da história da Kodak é que ela foi pioneira na criação da tecnologia que a derrubaria.

O próprio Steve Sasson, inventor da câmera digital, declarou anos depois que a resistência da alta istração era previsível, mas inevitável.

A Kodak apostou no curto prazo, na segurança das margens de lucro do filme, e ignorou o potencial de longo prazo da fotografia digital.

Se tivesse adotado uma estratégia agressiva de inovação digital desde o início, a empresa poderia ter mantido sua liderança.

Contudo, ao proteger seu modelo tradicional de negócios, a Kodak perdeu espaço para concorrentes mais ágeis e dispostos a abraçar a mudança.

Sua derrocada virou estudo de caso em escolas de negócios e tornou-se um exemplo emblemático de miopia corporativa.

A ascensão e queda da Kodak é mais do que uma história de falência.

É um lembrete poderoso de que a inovação pode ser tanto uma oportunidade quanto uma ameaça.

E, acima de tudo, é uma lição sobre a importância de saber quando é hora de apertar o botão e deixar o resto para o futuro.

E você, acha que a Kodak poderia ter sobrevivido se tivesse abraçado o digital desde o início? Deixe sua opinião nos comentários!

Inscreva-se
Entre com
Notificar de
guest
1 Comentário
Mais antigos
Mais recente Mais votado
s
Visualizar todos comentários
Andre
Andre
02/06/2025 07:57

Teria sobrevivido alguns anos a mais com as câmeras digitais mas ainda teria provavelmente falecido com a chegada dos celulares. Quem sabe….

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, agens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: [email protected]. Não aceitamos currículos!

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x