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O que aconteceu com a VARIG? De orgulho nacional a escândalos e falência: a ascensão e queda da maior companhia aérea da história do Brasil

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 06/05/2025 às 13:31
VARIG: de orgulho nacional a colapso bilionário. Entenda como a gigante aérea brasileira perdeu altitude até desaparecer dos céus.
VARIG: de orgulho nacional a colapso bilionário. Entenda como a gigante aérea brasileira perdeu altitude até desaparecer dos céus.

VARIG: de orgulho nacional a colapso bilionário. Entenda como a gigante aérea brasileira perdeu altitude até desaparecer dos céus.

Durante décadas, a VARIG foi muito mais do que uma companhia aérea:
ela foi um símbolo do orgulho nacional, sinônimo de prestígio, inovação e excelência no serviço.

Com rotas que iam de São Paulo a Tóquio e de Porto Alegre a Nova York, a empresa conquistou corações e mentes dentro e fora do país.

No entanto, por trás do brilho das aeronaves e do glamour das comissárias bilíngues,
uma sequência de decisões políticas, má gestão, dívidas acumuladas e um mercado cada vez mais competitivo culminaram no colapso de uma das empresas mais queridas da história brasileira.

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A VARIG chegou a ser a maior companhia aérea da América Latina, com operações em mais de 40 países e frota de ponta.

Seu nome era associado a confiança, pontualidade e ao melhor serviço de bordo que o Brasil já teve.

Mas afinal, o que aconteceu com a VARIG?

Como uma empresa tão poderosa perdeu altitude e caiu de forma tão dramática?

VARIG: de orgulho nacional a colapso bilionário. Entenda como a gigante aérea brasileira perdeu altitude até desaparecer dos céus.
Foto: Arquivo Flap

VARIG: fundada no sul do Brasil, com alma alemã

A história da VARIG começa em 1927, quando
Otto Ernst Meyer, um empresário visionário de origem alemã, criou a Viação Aérea Rio-Grandense (VARIG), com apoio técnico da Lufthansa.

A sede era em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e o primeiro voo foi realizado com um hidroavião Dornier Wal, ligando Porto Alegre e Rio Grande.

À época, o transporte aéreo era à elite e considerado extremamente inovador.

Nas décadas seguintes,
a empresa cresceu com apoio do governo e ou a incorporar outras companhias menores, como a Real Aerovias e a Cruzeiro do Sul.

Isso consolidou a posição da VARIG como monopólio de fato na aviação brasileira, principalmente entre os anos 1960 e 1980.

O auge da excelência: padrão internacional e voos históricos

Entre os anos 70 e 90, voar com a VARIG era um luxo reservado a poucos e irado por muitos.

A empresa operava voos para as principais capitais do mundo, incluindo Paris, Londres, Nova York, Frankfurt, Los Angeles e Tóquio.

Suas aeronaves modernas, como o Boeing 747 e o DC-10, impressionavam pelo conforto e tecnologia.

O atendimento era considerado um dos melhores do mundo, com comissárias que falavam vários idiomas, cardápios assinados por chefs e amenidades de alto padrão.

A experiência VARIG ia muito além do transporte — era sinônimo de status e sofisticação.

O apoio do governo brasileiro foi constante, já que
a empresa era vista como instrumento de política externa, levando a imagem do Brasil ao mundo com elegância.

Mas essa relação, embora útil no ado, acabou se tornando um fardo no futuro.

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A turbulência começa: concorrência, dívidas e má gestão

Com a abertura do mercado aéreo brasileiro nos anos 1990,
a VARIG perdeu a exclusividade de rotas e começou a enfrentar concorrência direta de empresas mais enxutas e eficientes, como TAM, VASP e, mais tarde, a Gol.

A estrutura da VARIG era pesada, com muitos funcionários, benefícios trabalhistas caros e uma gestão centralizada pela Fundação Ruben Berta, que não tinha agilidade para tomar decisões estratégicas.

A empresa carregava ivos bilionários, acumulados ao longo de décadas, e um sistema de previdência próprio que sugava recursos da operação.

Mesmo com o aumento da demanda por voos no Brasil,
a VARIG não conseguiu acompanhar as mudanças tecnológicas e os novos hábitos do consumidor.

Enquanto a Gol e a TAM investiam em agens mais baratas e tecnologia de vendas online, a VARIG ainda operava com práticas antigas e pouco competitivas.

VARIG: de orgulho nacional a colapso bilionário. Entenda como a gigante aérea brasileira perdeu altitude até desaparecer dos céus.
VARIG: de orgulho nacional a colapso bilionário. Entenda como a gigante aérea brasileira perdeu altitude até desaparecer dos céus.

O colapso anunciado: uma falência traumática

No início dos anos 2000, a situação financeira da VARIG era insustentável.

A dívida da empresa ultraava R$ 8 bilhões, e seus aviões aram a ser retidos em aeroportos internacionais por falta de pagamento de leasing e manutenção.

Em 2006,
após uma longa tentativa frustrada de recuperação judicial, parte da operação da VARIG foi leiloada e adquirida pela Gol Linhas Aéreas por R$ 320 milhões.

A empresa tentou usar o nome VARIG temporariamente em algumas campanhas, mas em 2010, a marca foi definitivamente aposentada.

Milhares de funcionários foram demitidos sem receber seus direitos, e os credores enfrentaram uma longa batalha judicial.

Para muitos ex-colaboradores, a VARIG representava uma segunda casa, e o fim abrupto deixou marcas emocionais profundas.

A memória que permanece viva

Embora a VARIG tenha deixado de existir como empresa,
sua memória ainda permanece viva entre apaixonados por aviação, historiadores e ex-funcionários.

Existem museus particulares, grupos em redes sociais e até campanhas de ex-trabalhadores em busca de indenizações.

A história da VARIG também serve como alerta sobre os riscos da má gestão empresarial, da dependência do Estado e da falta de inovação em mercados em constante transformação.

Hoje, a marca VARIG não existe mais nos céus, mas
permanece na memória coletiva como uma das mais marcantes empresas brasileiras de todos os tempos,
um exemplo do que o Brasil já foi capaz de criar — e também do que precisa aprender para não repetir os mesmos erros.

E você, já voou pela VARIG ou conhece alguém que tenha trabalhado na companhia? Que memórias ou histórias guarda dessa gigante dos céus brasileiros? Compartilhe com a gente nos comentários!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, agens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: [email protected]. Não aceitamos currículos!

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