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O Volkswagen Zé do Caixão que tinha tudo para ser a modernização do Fusca para a família, mas seu design polêmico e problemas de refrigeração não o deixaram decolar

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 03/06/2025 às 08:33
Volkswagen 1600: do projeto ambicioso ao apelido 'Zé do Caixão'. Descubra seu design, desafios e o legado deste polêmico clássico brasileiro.
Volkswagen 1600: do projeto ambicioso ao apelido ‘Zé do Caixão’. Descubra seu design, desafios e o legado deste polêmico clássico brasileiro.

A história do Volkswagen 1600, sua tentativa de modernizar o Fusca, o design polêmico, problemas e o impacto de um apelido que marcou sua trajetória no Brasil.

No final da década de 1960, a Volkswagen do Brasil buscou modernizar sua linha. A ideia era oferecer uma opção mais espaçosa e potente ao popular Fusca. Assim nasceu o Volkswagen 1600, um sedã de quatro portas lançado em 1968. Ele prometia mais conforto sem abandonar a confiabilidade da marca.

Contudo, o Volkswagen 1600 enfrentou uma recepção fria e teve sucesso comercial limitado. Este artigo analisa os fatores para esse desfecho, desde seu design controverso e o infeliz apelido “Zé do Caixão”, até os desafios técnicos e a forte concorrência, utilizando como base as informações detalhadas sobre o modelo.

A ambição por trás do Volkswagen 1600: modernizar o Fusca para a família brasileira

A Volkswagen dominava o mercado brasileiro com o Fusca. Mas, sentia a necessidade de diversificar seu portfólio. O objetivo era claro: criar um Volkswagen com mais espaço e desempenho. A solução veio da Alemanha, com o resgate do protótipo EA 97.

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O EA 97, desenvolvido entre 1957 e 1960, fora engavetado na Europa. Para o Brasil, ele foi adaptado e transformado em um sedã de quatro portas. Essa configuração foi considerada mais adequada à família brasileira. Os faróis redondos originais foram trocados por retangulares, buscando um ar mais moderno. O lançamento oficial ocorreu no Salão do Automóvel de São Paulo em 1968.

Design controverso e “Zé do Caixão”

Volkswagen 1600 do projeto ambicioso ao apelido 'Zé do Caixão'. Descubra seu design, desafios e o legado deste polêmico clássico brasileiro.

O design foi um dos maiores entraves para o sucesso do Volkswagen 1600. Suas linhas predominantemente retas não agradaram. A dianteira com faróis retangulares (até 1970) contribuiu para a percepção de um “caixote”. O público teve dificuldade em ver a beleza anunciada pela fábrica.

Essa estética já parecia ultraada diante de concorrentes com linhas mais fluidas. O apelido “Zé do Caixão” surgiu rapidamente. A alcunha referia-se às maçanetas salientes, lembrando alças de um esquife funerário. A associação com o personagem de terror de José Mojica Marins foi fatal. O apelido enterrou as expectativas da VW e se tornou a identidade do carro.

Mais obstáculos

Problemas técnicos também marcaram o início do Volkswagen 1600. Prototipos enfrentaram dificuldades de refrigeração, o que atrasou seu lançamento. Embora a mecânica herdada do Fusca fosse robusta, esses rumores iniciais podem ter gerado desconfiança.

No final dos anos 60, o mercado brasileiro estava aquecido. O Volkswagen 1600 enfrentou rivais de peso. O Ford Corcel, lançado na mesma época, trazia design moderno, motor dianteiro refrigerado a água e tração dianteira. O Corcel disparou nas vendas, enquanto o Volkswagen 1600 empacou. O Chevrolet Opala, embora de segmento superior, também elevou o padrão de modernidade, ofuscando o modelo da VW.

Opinião dos especialistas: o mercado não perdoou o Volkswagen 1600

Analistas da época e a imprensa especializada apontaram o desalinhamento do Volkswagen 1600 com as expectativas do consumidor. O design “quadradão” simplesmente não conquistou os brasileiros. A Volkswagen parecia apostar que a reputação mecânica superaria um design menos atraente, o que não ocorreu.

O mercado também mudava. Havia uma crescente preferência por carros de duas portas, mesmo para famílias. Modelos de quatro portas, como o Volkswagen 1600, começaram a ser associados a táxis. E foi justamente entre os taxistas que o “Zé do Caixão” encontrou seu nicho. Para eles, as quatro portas, o porta-malas maior e a mecânica confiável eram vantagens. Essa adoção, porém, reforçou sua imagem de carro de serviço para o público geral.

Legado do Volkswagen 1600: de rejeitado a item de colecionador

A carreira do Volkswagen 1600 sedã foi curta. A produção começou no final de 1968 e encerrou entre 1970 e início de 1971. Foram fabricadas aproximadamente 24.475 unidades. O fraco desempenho de vendas foi a principal razão para sua descontinuação.

Um incêndio na fábrica da Volkswagen em dezembro de 1970 também contribuiu para o fim da produção. Alguns analistas sugerem que a empresa usou o incidente como uma “desculpa conveniente”. Hoje, o Volkswagen 1600 experimenta uma redenção. Sua raridade o tornou um item de interesse para colecionadores. O carro antes rejeitado ganhou fãs e é valorizado por seu estilo único e história peculiar na indústria automotiva nacional.

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Jorge Ricardo Duarte Quintella
Jorge Ricardo Duarte Quintella
03/06/2025 19:12

A primeira foto da reportagem não é de um VW 1600. É um VW TL 4 portas.

Antiesker Dophata
Antiesker Dophata
03/06/2025 21:06

Não cabia nem criança. Horrivel. VW dupla carburação só se o dono souber arrumar

José Couto
José Couto
Em resposta a  Antiesker Dophata
04/06/2025 06:05

Disputava com o Gordini em feiúra……

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites G, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no [email protected]

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