Medida começa em 2028 e pode arrecadar até US$ 40 bilhões para impulsionar combustíveis limpos
A Organização Marítima Internacional (OMI), ligada à ONU, aprovou um sistema de taxação de carbono para embarcações comerciais acima de 5 mil toneladas, marcando um avanço inédito na regulação climática do transporte marítimo. A cobrança começa em 2028 e promete transformar um dos setores mais poluentes do planeta.
Transporte marítimo será pressionado pela ONU a reduzir emissões ou pagar pela poluição nos oceanos
Em decisão histórica, a OMI definiu um sistema global de precificação de carbono que obriga navios a se adequarem às metas de descarbonização. De acordo com a cobertura da Interesting Engineering, as embarcações que emitirem mais gases de efeito estufa pagarão entre US$ 100 e US$ 380 por tonelada de CO₂ equivalente. A meta da medida é cortar emissões e acelerar o uso de combustíveis sustentáveis.
Estima-se que o setor de transporte marítimo seja responsável por cerca de 3% das emissões globais de gases de efeito estufa. Até agora, ele operava sem qualquer sistema de cobrança internacional sobre a poluição. Com a nova taxação da ONU, estima-se uma arrecadação de até US$ 40 bilhões até 2030, com parte dos recursos sendo destinada a países em desenvolvimento para financiar soluções de energia limpa.
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Quem poluir mais, paga mais: categorias e impactos econômicos
A medida divide os navios em três grupos: alto, médio e baixo emissor. Os menos poluentes estarão isentos e poderão, inclusive, comercializar créditos de carbono. Já os mais poluentes enfrentarão a taxa máxima de US$ 380 por tonelada de CO₂.
A proposta não foi unânime. Países como China, Brasil, Estados Unidos e Arábia Saudita demonstraram resistência, temendo impactos sobre suas economias e cadeias logísticas. Ainda assim, a maioria dos membros da OMI votou a favor, destacando a urgência em reduzir as emissões do setor marítimo.
Pressão climática e críticas ambientais levam ONU a agir com novo imposto
Apesar do avanço, a proposta da ONU não agradou completamente às entidades ambientais. Críticos apontam que a medida ainda está aquém do necessário para cumprir as metas do Acordo de Paris, já que as estimativas indicam uma redução de apenas 8% nas emissões até 2030, quando o ideal seria no mínimo 20%.
Mesmo com as limitações, a taxação sobre carbono é considerada um primeiro o firme rumo à transição energética no transporte marítimo, um setor historicamente resistente a mudanças regulatórias globais.