Transição energética e guerra tarifária entre EUA e China aceleram busca por alternativas ao petróleo, e Brasil pode se beneficiar com produção sustentável
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) prevê queda no consumo global da commodity até 2045, sinalizando um cenário de oportunidades para países como o Brasil, especialmente no setor de biocombustíveis. A estimativa está diretamente ligada à transição energética e aos conflitos tarifários entre grandes potências, como Estados Unidos e China.
Mudança no cenário global do petróleo
De acordo com análise da Eixos Energia, a Opep ou a considerar que o pico da demanda global por petróleo ocorrerá antes do esperado, com uma redução significativa no consumo a partir das próximas duas décadas. A entidade estima que o uso diário da commodity deverá atingir 116 milhões de barris por dia até 2045, abaixo das previsões anteriores, que indicavam expansão contínua.
Esse recuo está ligado a uma série de fatores, como políticas climáticas mais rígidas, o avanço da eletrificação nos transportes e uma disputa tarifária crescente entre China e EUA, que já afeta os fluxos comerciais globais. A Opep ite que o petróleo, embora ainda essencial, deve perder protagonismo nos próximos anos.
-
O guindaste mais potente do mundo, capaz de levantar 20.133 toneladas de uma só vez, e que monta seções inteiras de plataformas de petróleo
-
Mesmo com avanços no Brasil, mundo ainda depende 85% de fontes fósseis e aceleração na transição energética é urgente
-
Aprovação de plano da Petrobras na foz do Amazonas gera protesto e racha no IBAMA
-
Royalties de maio sobem no Norte Fluminense, mas instabilidade preocupa setor de petróleo, diz especialista
Brasil, biocombustíveis e protagonismo na transição
Em meio a esse novo cenário, o Brasil surge como um dos países com maior potencial para liderar o desenvolvimento de soluções sustentáveis no setor de energia, sobretudo por sua forte capacidade de produção de biocombustíveis, como o etanol e o biodiesel.
A expectativa é que as matrizes energéticas alternativas ganhem mais espaço nos países emergentes e em blocos como a União Europeia. Nesse contexto, o Brasil pode se tornar fornecedor-chave, combinando infraestrutura, inovação agrícola e experiência no uso de combustíveis renováveis.
Impacto da guerra tarifária no petróleo
Outro fator que pesa na revisão das projeções da Opep é a intensificação da guerra comercial entre os EUA e a China. Com tarifas que afetam diretamente o mercado energético, as duas potências têm buscado diversificar suas fontes de abastecimento, o que influencia as estratégias globais e acelera o desenvolvimento de fontes alternativas, incluindo o hidrogênio verde e os próprios biocombustíveis brasileiros.
Biocombustíveis como ponte para o futuro
Com a queda esperada na demanda de petróleo e a valorização das fontes de energia limpa, os biocombustíveis ganham força como uma ponte viável entre o modelo fóssil atual e uma economia mais sustentável. Essa tendência é vista como essencial para o Brasil conquistar novos mercados e ampliar sua relevância na geopolítica energética.
Além de menor impacto ambiental, o uso de biocombustíveis no transporte pode ajudar a atingir metas climáticas internacionais, gerando empregos e renda no campo. Para especialistas, investir nessa rota é uma das estratégias mais promissoras para o país se posicionar como protagonista na era pós-petróleo.