Eles detêm os destinos de quase metade da riqueza global e governam territórios cujos limites se estendem por continentes. Em um mundo marcado por incertezas econômicas, disputas geopolíticas e rápidas transformações tecnológicas, apenas três homens concentram em suas mãos US$ 47,5 trilhões de dólares, equivalente a quase metade do PIB mundial, e controlam 36,4 milhões de quilômetros quadrados de territórios que abrigam recursos estratégicos, bases militares decisivas e centros de influência política.
Neste artigo, você conhecerá Xi Jinping, Vladimir Putin e Donald Trump, cujas decisões repercutem nos mercados, nas alianças internacionais e na segurança de bilhões de pessoas. Acompanhe como esses três protagonistas traçam rumos que afetam cada canto do globo e por que seus impérios financeiros e territoriais são, de fato, os “Donos do Mundo”.
Xi Jinping lidera a China com mão firme e ambições globais, consolidando seu poder ao longo de uma trajetória marcada por disciplina partidária e projetos estratégicos.
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Vladimir Putin comanda a Rússia desde 2000, alternando entre os cargos de presidente e primeiro-ministro, e projeta a influência russa por meio de ações militares e diplomáticas.
Donald Trump, bilionário e figura midiática, ao retornar à Presidência dos Estados Unidos em 2025, reafirma o impacto de sua visão nacionalista sobre a política americana e o equilíbrio mundial.
Xi Jinping, Vladimir Putin e Donald Trump ocupam, nesta ordem, as primeiras colocações na lista da Forbes das pessoas mais poderosas do mundo, refletindo a centralidade de seus países, China, Rússia e Estados Unidos, nas dinâmicas diplomáticas, econômicas e militares globais.
Origens e ascensão
Xi Jinping (nascido em 15 de junho de 1953, Xangai):
Filho de Xi Zhongxun, veterano revolucionário do Partido Comunista Chinês (PCC), Xi Jinping ou parte da adolescência exilado em Liangjiahe, província de Shaanxi, após a purga de seu pai na Revolução Cultural. Ainda jovem, trabalhou em campos agrícolas e minerários como parte do programa “trabalhador-camponês-soldado” e ingressou no PCC para, posteriormente, estudar engenharia química em Tsinghua.
Em 1999, tornou-se governador de Fujian; em 2002, ascendeu a governador e secretário do partido em Zhejiang. Sua nomeação ao Politburo em 2007 e, no mesmo ano, ao Secretariado Central, prepararam seu caminho para ser apontado sucessor de Hu Jintao. Em 2012, Xi assumiu o posto de secretário-geral do PCC; em 2013, tornou-se presidente da República Popular da China. Sua trajetória combina linhagem familiar, experiência em cadeias locais e uma escalada planejada pelo partido.
Vladimir Putin (nascido em 7 de outubro de 1952, Leningrado):
Formado em Direito pela Universidade Estatal de São Petersburgo em 1975, Putin integrou a KGB por 16 anos, alcançando o posto de tenente-coronel antes de deixar a agência em 1991. Envolveu-se na istração de São Petersburgo, chegando a servir como vice-prefeito.
Em 1996, transferiu-se para Moscou e, em 1998, foi nomeado diretor do FSB (sucessor da KGB). Em agosto de 1999, tornou-se primeiro-ministro; ao renunciar Boris Yeltsin, Putin assumiu interinamente a Presidência e, em março de 2000, foi eleito presidente da Rússia.
Reeleito em 2004, retornou ao cargo de primeiro-ministro (2008–2012) antes de reassumir a Presidência em 2012, cargo que ocupa até hoje após reeleições em 2018 e 2024, beneficiado pela emenda constitucional de 2021 que lhe permite concorrer até 2036.
Donald J. Trump (nascido em 14 de junho de 1946, Queens, Nova York):
Filho de Fred Trump, magnata do mercado imobiliário, Donald graduou-se em Economia pela University of Pennsylvania em 1968 e assumiu a Trump Organization em 1971. Ao longo das décadas de 1970 a 2000, expandiu o império imobiliário com hotéis, cassinos e campos de golfe, enfrentou várias falências e consolidou sua imagem de celebridade ao apresentar o reality show The Apprentice de 2004 a 2015.
Filiado ao Partido Republicano, venceu as eleições presidenciais de 2016 e exerceu o cargo até 2021, quando perdeu para Joe Biden. Envolvido em controvérsias, impeachments e processos judiciais, Trump retornou ao poder como 47.º presidente dos EUA em 2025, retomando uma plataforma populista e nacionalista.
Consolidação do poder e agenda estratégica
Xi Jinping:
Ao longo de seus mandatos, Xi estabeleceu a filosofia “Xi Jinping Thought” como guia oficial do partido, centralizou funções executivas e fortaleceu instrumentos de controle interno, como a rigorosa campanha anticorrupção que derrubou altos funcionários do PCC. Promoveu a “prosperidade comum”, direcionando políticas para reduzir desigualdades e reforçar as estatais, ao mesmo tempo em que acelerou a modernização militar e programas de sinergia militar-civil.
Defensor ativo do Belt and Road Initiative, visa expandir a influência chinesa em África, Ásia e Europa. Sob seu comando, a China saiu da política de “covid zero” no final de 2022, ajustando-se às pressões econômicas e sociais pós-pandemia.
Vladimir Putin:
Putin utilizou a recuperação econômica a partir do boom de petróleo e gás para reforçar sua base política e restabelecer o controle sobre regiões separatistas, como Chechênia.
Em 2008–2012, enquanto parceiro de Dmitry Medvedev, supervisionou reformas militares e consolidou alianças institucionais. Retornando à Presidência em 2012, guiou a anexação da Crimeia em 2014, gerou tensões no leste da Ucrânia e estabeleceu presença militar na Síria para apoiar Bashar al-Assad.
Em fevereiro de 2022, lançou invasão em larga escala da Ucrânia, desencadeando sanções internacionais e recrudescendo a crise econômica russa.
A mobilização parcial de 2022 e a anexação forçada de territórios ucranianos aprofundaram o isolamento diplomático, mas reforçaram seu discurso nacionalista e a narrativa de “ressurgimento” russo sob seu comando.
Donald Trump:
Na Presidência (2017–2021), Trump desfez acordos climáticos, impôs tarifas alfandegárias em países como China, Canadá e México, e promoveu cortes de impostos internos.
A gestão da pandemia de COVID-19, marcada por minimização de riscos, atritos com autoridades sanitárias e o pacote de estímulo CARES Act, gerou debates acalorados.
Após a derrota de 2020, tentou reverter o resultado, culminando no ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.
Durante sua segunda gestão (a partir de janeiro de 2025), adotou decretos de amplo alcance, incentivou demissões em massa de servidores federais e impulsionou a agenda “America First”, que reforça a autonomia energética e prioridades comerciais dos EUA, ao mesmo tempo em que restabelece alianças seletivas.
Desafios recentes
Xi Jinping:
Enfrenta desaceleração no crescimento econômico, pressão demográfica e tensões geopolíticas no Estreito de Taiwan. A “diplomacia de dívida” no Belt and Road enfrenta resistências em alguns países parceiros. Internamente, críticas sobre o fortalecimento das restrições políticas e violações de direitos humanos (Uigur) geram atritos com governos ocidentais. A transição econômica para o consumo interno e inovação tecnológica ainda depende de evitar conflitos comerciais com os EUA.
Vladimir Putin:
Sente o impacto das sanções impostas a partir de 2014 e aprofundadas em 2022, que afetam o setor energético e tecnológico russo. A minimização de recursos para sustentar a guerra na Ucrânia e o dilema entre gastos militares e bem-estar interno forçam ajustamentos orçamentários.
A oposição interna e protestos, ainda repressos, expõem insatisfações diante da crise econômica e do recrudescimento autoritário. A saúde política de Putin também é questionada com o longo tempo no poder, e a elite russa se ressente com casos de corrupção endêmica.
Donald Trump:
Topo de disputas judiciais envolvendo acusações federais e estaduais, incluindo condenação por falsificação de registros empresariais em 2024, suscita incertezas sobre sua capacidade de governar sem entraves legais. Internacionalmente, sua postura protecionista ameaça parcerias estratégicas com aliados tradicionais, como Europa e Japão.
Internamente, divide o próprio Partido Republicano entre facções trumpistas e moderadas, enquanto a polarização social alcança patamares inéditos. Sua relação com o Congresso, agora dividido, complica a aprovação de políticas de infraestrutura e assistência social.
Políticas e impacto global
Xi Jinping:
O fortalecimento do Partido Comunista e a expansão militar equilibram a busca por maior protagonismo global. Em 2023, a China tornou-se a maior economia em Paridade de Poder de Compra (PPC), impulsionada por sua indústria manufatureira e investimentos em tecnologia criativa (5G, inteligência artificial). Projetos como o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (BAII) ampliam a esfera de influência econômica de Pequim.
Vladimir Putin:
A projeção de poder russo no Oriente Médio e a formação de parcerias estratégicas com China e Irã reforçam seu papel como alternativa ao Ocidente. O desenvolvimento de armamentos hipersônicos e a retomada da organização militar refletem uma ambição de confronto indireto com a OTAN. Além disso, o uso de influência energética, via gás e petróleo, torna a Rússia ator central em discussões sobre segurança energética europeia.
Donald Trump:
A política “America First” redefine o centro de gravidade da economia global, com ênfase na revitalização da indústria americana e restrições a fluxos migratórios. A margem para renegociações de acordos comerciais, como NAFTA (agora USMCA, sugere um futuro de acordos bilaterais, em detrimento de pactos multilaterais. Na área de defesa, pressiona aliados da OTAN a aumentarem os gastos militares, enquanto o orçamento interno para programas sociais é limitado.
Críticas e controvérsias
Xi Jinping:
Recebe críticas de organismos internacionais por repressão a minorias étnicas, censura na internet e aprisionamento de dissidentes em Hong Kong. Sua doutrina “prosperidade comum” é questionada por acadêmicos que veem o reforço do pensamento único e a concentração de poder pessoal como risco para inovações sociais.
Vladimir Putin:
É acusado de comandar violações de direitos humanos na Chechênia, promover assassinatos de opositores no exterior e orquestrar interferências em eleições alheias (caso de 2016 nos EUA). O mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional em 2023 por crimes de guerra no contexto da Ucrânia evidencia o isolamento jurídico e moral que enfrenta.
Donald Trump:
Durante e após a Presidência, foi criticado por disseminar informações falsas, estimular grupos extremistas (resultado do episódio de 6 de janeiro de 2021) e usar o cargo para benefício próprio (departamento de justiça reabriu investigações sobre condutas empresariais). A renúncia de funcionários-chave e tensões constantes com a mídia e o Judiciário corroem sua imagem democrática.
Reconhecimento e influência
Xi Jinping, com seu controle absoluto do PCC, figura entre os líderes globais mais influentes, moldando diretrizes internacionais por meio de organismos multilaterais como a ONU e o G20. Seu lema “China rejuvenescida” ressoa dentro e fora do país.
Vladimir Putin é referência de resistência a pressões ocidentais, sendo idolatrado por setores nacionalistas russos e irado por regimes autoritários. Sua habilidade em manter coeso o poder, mesmo sob sanções, confere-lhe aura de estadista pragmático para aliados seletos.
Donald Trump detém influência poderosa na opinião pública americana, comandando base eleitoral fiel e moldando debates internos do Partido Republicano. Seu estilo disruptivo continua impactando decisões políticas, mesmo fora da Casa Branca, e serve de referência para líderes populistas ao redor do mundo.
Xi Jinping consolida a China como superpotência econômica e tecnológica; Vladimir Putin reafirma a Rússia como ator militar e energético crucial; Donald Trump desafia paradigmas democráticos e econômico-comerciais. Juntos, esses três formam a tríade que define as tendências políticas, econômicas e de segurança internacional na atualidade.