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País vizinho do Brasil lucra milhões com o novo ‘ouro branco’ das fazendas: produto está substituindo o leite tradicional e dominando mercados na Europa

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 12/06/2025 às 19:45
País vizinho do Brasil lucra milhões com o novo ‘ouro branco’ das fazendas: produto está substituindo o leite tradicional e dominando mercados na Europa
Foto: Campos de fazenda

País vizinho do Brasil aposta no leite de amêndoas e aveia, o novo ‘ouro branco’ das fazendas, e já conquista milhões em exportações para a Europa.

Nos últimos anos, o leite de amêndoas e o leite de aveia aram a ser tratados como o novo ‘ouro branco’ das fazendas. A mudança no perfil de consumo mundial, especialmente nos países europeus, tem feito com que produtos de origem vegetal substituam o leite tradicional em ritmo acelerado. Quem está lucrando com essa transformação é um país vizinho do Brasil: a Argentina.

Com investimentos em biotecnologia, mudanças no padrão agrícola e foco em exportação, a Argentina se destaca na produção de bebidas vegetais que atendem a mercados exigentes como Alemanha, Reino Unido e França. Empresas argentinas estão apostando forte nos leites vegetais, impulsionadas pela demanda crescente por produtos sustentáveis e livres de lactose. País vizinho do Brasil ganha US$ 66 milhões com descoberta do ‘novo ouro verde’: produto atrai novos investidores e está movimentando o  mercado mundial

País vizinho do Brasil virou referência em leite de amêndoas e aveia

A Argentina, conhecida historicamente por sua produção de carne e laticínios, está vivendo uma transformação silenciosa, mas poderosa. Nos últimos cinco anos, o país registrou um aumento de mais de 300% na produção de bebidas vegetais, com destaque para o leite de amêndoas e o leite de aveia.

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Segundo dados da Agência Argentina de Investimentos e Comércio Internacional (AAICI), as exportações de bebidas vegetais cresceram significativamente desde 2021. O produto ou a ser considerado estratégico para o agronegócio argentino, com fábricas especializadas surgindo em províncias como Córdoba, Buenos Aires e Santa Fé.

O que impulsiona o sucesso do leite vegetal argentino?

Três grandes fatores explicam por que a Argentina se tornou um player competitivo no mercado global de leites vegetais:

  • Clima e solo propícios para o cultivo de aveia, amêndoas e outras oleaginosas.
  • Custo de produção mais baixo em comparação a países europeus.
  • Incentivos à exportação promovidos por políticas públicas e organismos de comércio.

Além disso, o consumo interno também cresceu. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC), mais de 1,2 milhão de argentinos já substituem parcial ou totalmente o leite animal por alternativas vegetais.

Leite de amêndoas: estrela das exportações argentinas

leite de amêndoas é o principal produto entre os chamados leites vegetais fabricados na Argentina. Riquíssimo em vitamina E, cálcio e gorduras boas, ele ganhou espaço como substituto natural ao leite de vaca. E o diferencial argentino está justamente no uso de amêndoas locais de alta qualidade, cultivadas em zonas como Mendoza e San Juan.

Empresas como Silcom (Santa Fé)La Serenísima e a startup Vegan Lab já exportam toneladas do produto por mês para destinos como Alemanha, Itália e Suécia. Segundo a Eurostat, o preço médio da bebida vegetal de amêndoas na Europa subiu 27% entre 2020 e 2024 — o que abriu espaço para novos fornecedores, como a Argentina, com preços mais competitivos.

Outro destaque na nova economia rural argentina é o leite de aveia, considerado mais ível em termos de cultivo e custo de produção. Com rendimento elevado por hectare e clima favorável no interior argentino, a aveia se tornou base de diversas marcas voltadas para exportação.

A startup Avena Viva, por exemplo, foi reconhecida pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) como um dos projetos mais sustentáveis da América Latina. O produto é livre de glúten, rico em fibras e não exige uso intensivo de água, como ocorre no cultivo de soja ou amêndoas.

Novo ‘ouro branco’ ganha espaço no campo e nas prateleiras

Tradicionalmente, o termo ouro branco era associado ao leite de vaca. Porém, no século XXI, com as mudanças ambientais, de saúde pública e de consumo consciente, o título agora se desloca para os leites vegetais.

Segundo o Relatório de Mercado de Bebidas Vegetais da Research and Markets (2024), o setor deve ultraar US$ 30 bilhões em faturamento global até 2026. E a Argentina, com sua produção em ascensão, já figura entre os 10 maiores exportadores mundiais de bebidas vegetais, mesmo com um mercado doméstico ainda em fase de consolidação.

Por que os europeus estão trocando o leite animal?

O avanço dos leites vegetais, como o leite de amêndoas e leite de aveia, se dá principalmente por:

  • Aumento das restrições à lactose e ao colesterol na dieta.
  • Mudanças climáticas: produção de leite animal tem alto impacto ambiental.
  • Motivações éticas ligadas ao bem-estar animal.
  • Iniciativas governamentais na Europa que incentivam alimentação baseada em plantas.

Relatórios da European Plant-Based Food Association (EPBA) indicam que o consumo de leites vegetais cresceu 23% ao ano, desde 2019, em países como Alemanha, Bélgica e Dinamarca.

Produção sustentável e rastreável: vantagem competitiva argentina

Além da qualidade do produto, os leites vegetais fabricados na Argentina seguem padrões internacionais de sustentabilidade. A rastreabilidade, os certificados de orgânicos e o selo de carbono neutro estão sendo adotados por quase todas as empresas do setor.

Essa transparência é fundamental para o a mercados , especialmente no norte da Europa, onde consumidores buscam origem certificadaprodução ética e baixo impacto ambiental.

Governo argentino aposta na economia verde para gerar empregos

O governo da Argentina incluiu o setor de alimentos vegetais no programa “Agro Verde 2030”, com incentivos para fábricas que invistam em inovação, embalagens biodegradáveis e tecnologia de rastreamento da cadeia produtiva.

Estima-se que, entre 2021 e 2024, o setor tenha gerado mais de 7.500 empregos diretos e indiretos, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina.

Oportunidade para o Mercosul e o Brasil?

O avanço argentino pode abrir espaço para parcerias comerciais com o Brasil, seja no fornecimento de insumos (como embalagens, equipamentos e aditivos naturais), seja em t ventures logísticas para escoamento dos produtos pelo Porto de Santos ou do Rio Grande.

Além disso, a demanda interna brasileira por leites vegetais também cresce rapidamente. Segundo a Euromonitor, o consumo no Brasil aumentou 45% em quatro anos, com destaque para São Paulo, Curitiba e Florianópolis.

Desafios no horizonte: inflação, logística e concorrência asiática

Apesar do avanço, o setor enfrenta desafios consideráveis, como:

  • Inflação interna na Argentina, que pressiona custos logísticos e trabalhistas.
  • Concorrência de grandes players asiáticos, como China e Tailândia, que exportam a preços muito baixos.
  • Limitações na capacidade de produção, especialmente durante secas ou crises energéticas.

Ainda assim, especialistas do setor agrícola argentino afirmam que, com investimento em irrigação e energias renováveis, o país pode dobrar sua produção até 2030.

O ‘novo ouro branco’ pode transformar o campo sul-americano

O sucesso da Argentina no setor de leites vegetais mostra como inovação agrícolasustentabilidade e visão estratégica de mercado podem transformar o perfil produtivo de um país. De exportador tradicional de carne e leite animal, o país agora lidera uma nova onda voltada à saúde, ao meio ambiente e à demanda global.

Com milhões de dólares já movimentados, o “novo ouro branco” das fazendas — o leite de amêndoas e o leite de aveia — se consolida como um dos produtos mais promissores do agronegócio sul-americano.

E para o Brasil, o vizinho atento, fica a lição: há um novo modelo rural sendo construído ali ao lado — mais verde, mais saudável e altamente rentável.

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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