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Paquistão encontra mais de 64 toneladas de ouro no leito do Rio Indo — descoberta estimada em mais R$ 1,5 bilhão pode transformar a economia do país

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 20/05/2025 às 11:22
Paquistão encontra mais de 64 toneladas de ouro no leito do Rio Indo — descoberta estimada em mais R$ 1,5 bilhão pode transformar a economia do país
Foto: IA

Reserva de ouro no leito do Rio Indo pode movimentar mais de R$ 1,5 bilhão e mudar o futuro econômico da região de Attock

O governo do Paquistão confirmou a descoberta de uma expressiva reserva de ouro no leito do Rio Indo, próximo à cidade de Attock. A estimativa inicial é de que mais de 64 toneladas de ouro estejam concentradas em nove blocos de aluvião ao longo do rio, o que equivale a um valor superior a ₨ 80 bilhões de rúpias paquistanesas — algo em torno de R$ 1,5 bilhão em valores convertidos.

A notícia, divulgada pelo jornal local Dawn e repercutida em veículos internacionais, foi recebida com entusiasmo por especialistas e autoridades. A expectativa é de que essa nova reserva de ouro no Paquistão tenha um papel estratégico na recuperação e no crescimento da economia nacional, que há anos enfrenta dificuldades severas, como inflação alta, endividamento externo e instabilidade política.

Descoberta de ouro no Paquistão: como foi feita

A descoberta foi possível graças a uma pesquisa geológica encomendada pelo governo, com foco na análise mineralógica de sedimentos ao longo do Rio Indo. Os estudos revelaram a presença significativa de ouro de aluvião — ou seja, partículas metálicas transportadas pelo fluxo das águas e depositadas ao longo do leito e das margens do rio.

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Esse tipo de ouro é considerado relativamente fácil de extrair, pois está disperso em sedimentos superficiais, o que torna a operação mais barata do que as escavações em minas profundas. Ainda assim, exige equipamentos especializados, licenciamento ambiental e rigorosos controles legais para evitar extração predatória e danos ao ecossistema.

Extração será liderada por empresa estatal NESPAK

O projeto de exploração será conduzido pela National Engineering Services of Pakistan (NESPAK), uma empreiteira estatal que atua no setor energético e de infraestrutura. A empresa, em parceria com o Departamento de Minas e Minerais do Punjab, será responsável por estruturar os documentos de licitação e coordenar os serviços de consultoria transacional.

Segundo Zargham Eshaq Khan, diretor istrativo da NESPAK, os primeiros os incluem o mapeamento detalhado dos blocos de ouro e a definição das áreas com maior concentração do mineral. A proposta é iniciar as operações ainda em 2025, com expectativa de retorno financeiro já nos primeiros anos de extração.

População local inicia mineração informal mesmo com a descoberta de ouro

Antes mesmo da implementação oficial do projeto, moradores da região de Attock iniciaram uma verdadeira corrida informal ao ouro. Máquinas pesadas foram vistas operando às margens do Rio Indo, muitas vezes sem qualquer autorização, em um cenário que mistura esperança de lucro rápido e descuido com normas ambientais.

Para conter o avanço da mineração ilegal, o governo paquistanês decretou a aplicação da Seção 144, uma legislação de emergência que proíbe reuniões públicas e atividades não autorizadas em determinadas regiões. O objetivo é preservar a área até que as operações oficiais comecem, além de evitar a degradação precoce do leito do rio.

Ainda assim, os relatos de garimpo clandestino continuam. O temor de especialistas é que a extração sem controle cause assoreamento, contaminação da água e desequilíbrio ambiental na região.

O “rio de ouro” e o valor histórico do Rio Indo – 64 toneladas de ouro

Rio Indo, onde a reserva de ouro foi localizada, não é apenas um curso d’água comum. Trata-se de um dos rios mais antigos do planeta, com papel central no surgimento da Civilização do Vale do Indo, que floresceu entre 3300 e 1300 a.C. nas regiões que hoje pertencem ao Paquistão e à Índia.

Com extensão de mais de 3.180 km, o Indo nasce no Tibete e percorre o norte do Paquistão até desaguar no Mar da Arábia. Ele sempre foi fonte de irrigação, rota comercial e sustento para milhões de pessoas ao longo da história. Agora, com essa descoberta, o rio volta a ocupar o centro do debate econômico e geopolítico no sul da Ásia.

Por que há ouro no Rio Indo?

Estudos geológicos indicam que os sedimentos transportados pelo Rio Indo contêm partículas de ouro originadas nas montanhas do Himalaia. Ao longo de milhões de anos, esses fragmentos metálicos foram se acumulando em determinadas áreas do leito do rio, dando origem a depósitos conhecidos como ouro de aluvião.

Essas partículas costumam ter formato achatado ou arredondado, devido ao constante atrito com pedras e outros sedimentos. No caso do Paquistão, os geólogos identificaram que as maiores concentrações de ouro ocorrem em curvas do rio e regiões de baixa correnteza — locais ideais para iniciar a extração comercial.

Descoberta pode transformar economia do Paquistão

Paquistão vive uma crise econômica persistente, agravada por instabilidades políticas e dificuldades nas relações comerciais com parceiros regionais. A dívida externa elevada, a inflação crescente e os baixos níveis de reservas cambiais colocam o país em situação delicada no cenário internacional.

Nesse contexto, a descoberta de 64 toneladas de ouro surge como uma oportunidade rara de reequilíbrio fiscal e estímulo ao desenvolvimento. O governo espera que os lucros obtidos com a mineração sejam aplicados em infraestrutura, energia e programas sociais.

Segundo analistas, se a extração for bem conduzida e regulada, a nova reserva de ouro pode representar mais de uma década de receitas significativas para o país, além de atrair investidores estrangeiros interessados na exploração de recursos minerais.

Apesar do otimismo, ainda há dúvidas importantes sobre o futuro do projeto. O governo paquistanês não emitiu declaração oficial detalhada sobre a viabilidade de extração, cronograma de produção ou garantias legais. Também não está claro se a parceria com a NESPAK envolverá licitação internacional ou será restrita a operadores nacionais.

Outro ponto crítico é o controle da mineração ilegal. Se o garimpo clandestino continuar avançando, o país pode perder boa parte da reserva antes mesmo de iniciar a extração organizada. Além disso, a falta de fiscalização pode provocar danos irreversíveis ao ecossistema do Rio Indo.


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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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