Paraná lança programa pioneiro no Brasil que oferece subsídio de R$ 80 mil para idosos financiarem a casa própria, com foco na inclusão habitacional da terceira idade
O Governo do Paraná lançou nesta terça-feira (13), no Palácio Iguaçu, um programa inédito no Brasil. Batizado de Casa Fácil Paraná Terceira Idade, o projeto oferece subsídios de R$ 80 mil para pessoas com mais de 60 anos adquirirem a casa própria. A iniciativa busca facilitar o o de idosos à moradia, reduzindo a entrada do financiamento e encurtando o prazo de pagamento, principal barreira para essa faixa etária.
O público-alvo do programa são idosos com renda de até quatro salários mínimos, que não possuem imóvel, não participaram de programas habitacionais anteriores e que tenham crédito aprovado pela Caixa Econômica Federal no âmbito do programa Minha Casa Minha Vida.
Durante o lançamento, o governador Carlos Massa Ratinho Junior destacou o aspecto social do programa. “Estamos olhando com atenção para uma parcela da população que, muitas vezes, tem dificuldade de conquistar autonomia e segurança no o à moradia”, afirmou.
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A primeira etapa do Casa Fácil Terceira Idade contará com aporte de R$ 80 milhões, suficientes para atender mil idosos. O valor será reado diretamente à Caixa para ser utilizado na entrada do financiamento e na redução das prestações mensais, considerando prazos mais curtos para quitação.
Desde 2019, o estado já beneficiou mais de 110 mil famílias com políticas habitacionais, com investimento direto de R$ 1,2 bilhão do tesouro estadual e mais R$ 18 bilhões em aportes privados no setor da construção civil.
Segundo o presidente da Cohapar, Jorge Lange, o programa voltado para a terceira idade amplia o alcance do Casa Fácil. “Vamos atender públicos que normalmente têm mais dificuldade de ter o a uma moradia”, explicou.
O secretário das Cidades, Guto Silva, reforçou o caráter estratégico da medida. “A população está envelhecendo e temos que olhar com carinho para os mais idosos”, disse ele, defendendo que o Estado se antecipe às mudanças demográficas já apontadas pelo último Censo.
Um dos principais entraves enfrentados por idosos é a regra da Caixa que limita a soma da idade do comprador e o prazo de financiamento a 80 anos e 6 meses. Isso reduz o número de parcelas e torna o valor mensal mais alto. Com a ajuda do programa, esse problema é amenizado.
O superintendente da Cohapar, Kerwin Kuhlemann, reforçou esse ponto. “Normalmente, os idosos têm muita dificuldade porque o prazo de financiamento é exíguo, então os valores de entrada acabam ficando muito altos”, explicou.
Além disso, os financiamentos exigem uma entrada que varia entre 10% e 20% do valor do imóvel, o que é um obstáculo para quem depende da aposentadoria. Sem conseguir pagar essa entrada, muitos pedidos são rejeitados pela Caixa.
O programa leva em conta projeções que indicam que até 2030 o Paraná terá mais idosos do que crianças. Isso reforça a importância de políticas públicas que atendam esse perfil da população.
A operacionalização do programa será feita por meio de contrato já existente entre o Estado, via Cohapar, e a Caixa Econômica. Isso permite que a iniciativa funcione em todos os 399 municípios paranaenses, sem ajustes burocráticos.
Um exemplo de como o programa pode mudar vidas é o caso do casal Idalino dos Santos, de 62 anos, e Paulina Muller, de 68, moradores de Assis Chateaubriand, na região Oeste. Com o subsídio, a entrada que antes era de R$ 88 mil caiu para R$ 8 mil.
Paulina é costureira e Idalino é motorista. Eles vivem com a sogra e não conseguiam juntar o valor necessário para comprar um imóvel. “Agora vamos conseguir ter tranquilidade para os próximos anos”, disse Paulina.
Eles participarão de um empreendimento com 686 unidades, com entrega prevista para 2026. O casal vai pagar 180 parcelas de R$ 699, um valor considerado ível. “Com um valor desses, dá para sonhar”, afirmou Idalino.
Além do subsídio, o Estado também tem investido em condomínios exclusivos para idosos. Neles, pessoas com mais de 60 anos moram sozinhas ou em casal, pagando um aluguel social. Os locais contam com áreas de lazer, espaços de convivência, atividades físicas e atendimento de saúde periódico.
Atualmente, o Paraná já entregou quatro condomínios, tem oito em construção, e projeta 35 conjuntos habitacionais, totalizando R$ 244 milhões em investimentos e 1.400 moradias.
Essas iniciativas deram ao Estado reconhecimento nacional. O modelo recebeu o Selo de Mérito da Associação Brasileira de Cohabs e Agentes Públicos de Habitação (ABC). A própria Caixa Econômica Federal considera o Paraná uma referência nacional na liberação de recursos habitacionais.
Além do Casa Fácil Terceira Idade, o evento no Palácio Iguaçu marcou o anúncio de outras modalidades do programa. Entre elas, a regularização de até 50 mil imóveis e parcerias com prefeituras para construção de moradias em cidades com até 25 mil habitantes.
Também foram firmados os primeiros convênios para construção de casas rurais em parceria com o governo federal e instalação de módulos sanitários em moradias sem banheiro ou com instalações precárias. A ação será feita pela Cohapar em conjunto com a Sanepar.
Por fim, o governador assinou convênios para a liberação de R$ 443 milhões do programa Vida Nova. Os recursos serão usados na construção de moradias para 2.452 famílias que vivem em áreas de risco, locais impróprios ou de proteção ambiental, em 65 municípios paranaenses.
Com informações de Maringá Mais.