Muito além de empurrar um navio para a água: conheça as técnicas, os riscos e os bastidores por trás do momento mais tenso da construção naval — o lançamento da embarcação ao mar
Pouca gente se pergunta como um navio vai parar na água. Depois de pronto, o que acontece? A resposta está nas técnicas de lançamento, momentos críticos e cheios de tensão para engenheiros e construtores.
O lançamento é o processo em que uma embarcação finalmente encontra a água após sua construção. E existem diferentes formas de realizar isso, dependendo do tipo de navio, do estaleiro e das condições do local.
Cada tipo exige cuidado extremo
Lançar um navio não é somente empurrá-lo para a água. Cada tipo de lançamento tem riscos e exige atenção a cálculos técnicos. Profissionais experientes precisam avaliar os mínimos detalhes. Se algo sai errado, o navio pode virar, danificar partes estruturais ou até afundar.
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Lançamento lateral: simples só na teoria
Uma das formas mais conhecidas é o lançamento lateral. A embarcação desliza sobre trilhos inclinados até tocar a água, de lado. Parece simples, mas é um dos mais desafiadores em termos de projeto estrutural e estabilidade.
Durante esse tipo de lançamento, o casco sofre impacto direto da água e o navio realiza um movimento de pêndulo até se estabilizar. Para isso funcionar, os pesos precisam estar bem distribuídos, exatamente como previsto no projeto.
Mas nem sempre isso acontece. Se o navio foi construído com pequenos desvios de peso ou desequilíbrios, ele pode se comportar de maneira imprevisível no lançamento. Há casos documentados em que lançamentos laterais não saíram como esperado.
Lançamento de popa: deslizando para frente
Outra técnica comum é o lançamento de popa, que utiliza a parte traseira da embarcação como ponto de contato com a água. Nessa abordagem, o navio desliza no sentido do seu comprimento.
Há duas variações principais desse método. A primeira é o lançamento na carreira. O navio é construído sobre trilhos e preso por cabos de aço.
No momento do lançamento, os cabos são soltos e o navio escorrega até a água. Mas é preciso garantir que a profundidade no local seja suficiente. Se não for, o hélice pode bater no fundo e causar danos sérios.
A segunda variação usa airbags. Essa técnica não exige trilhos. Grandes bolsas de ar são colocadas sob o navio. Ao serem infladas, elas elevam o casco. Um trator ou rebocador é então usado para puxar o navio até que ele deslize suavemente até a água. É uma solução prática e adaptável para diferentes ambientes.
Dique seco: uma forma diferente de tocar o mar
Apesar de não ser uma técnica de lançamento propriamente dita, o dique seco também leva os navios à água. É um local de construção com paredes que impedem a entrada de água.
Quando o navio está pronto, as barreiras são abertas e o compartimento se enche de água. Assim, o navio flutua e está pronto para seguir.
Essa técnica é considerada uma das mais suaves do ponto de vista estrutural, pois evita impactos fortes e movimentos bruscos.
Dique flutuante: engenharia em equilíbrio
Outra opção é o dique flutuante. Trata-se de uma estrutura com tanques de lastro. Quando chega o momento de lançar o navio, esses tanques são enchidos com água, o que faz o dique afundar lentamente.
Isso permite que a água entre no compartimento onde o navio está. A embarcação então começa a flutuar de forma controlada.
Essa técnica oferece segurança e precisão, com impacto mínimo na estrutura do navio. Por isso, também é bastante usada em construções que exigem mais cuidado.
Fechamento: o primeiro contato com o mar nunca é simples
Lançar um navio é uma operação complexa, cheia de variáveis. Cada técnica tem suas vantagens, desvantagens e riscos. Seja com trilhos, airbags, diques secos ou flutuantes, o momento em que o casco toca a água é sempre decisivo.
A escolha do método depende do tipo de navio, das condições do local e da experiência dos profissionais envolvidos. E é nesse instante que a embarcação deixa de ser só um projeto e começa sua jornada pelos mares.
Com informações de Blog da Engenharia.
Muito boa as explicações e informações .Fale mais desse assunto .