1. Início
  2. / Agronegócio
  3. / Paulistas desenvolvem sensor vestível para monitorar lavouras de cana-de-açúcar em tempo real. O aparelho permite acompanhar a saúde das plantas e promete ajudar o agronegócio a evitar pragas
Localização SP Tempo de leitura 4 min de leitura

Paulistas desenvolvem sensor vestível para monitorar lavouras de cana-de-açúcar em tempo real. O aparelho permite acompanhar a saúde das plantas e promete ajudar o agronegócio a evitar pragas

Escrito por Sabrina Moreira Paes
Publicado em 04/07/2022 às 22:09
Atualizado em 07/07/2022 às 15:06
sensor vestível lavouras cana-de-açúcar agronegócio pragas
Sensor vestível é inédito no mundo e vai melhorar a saúde das plantas | Foto: Agência FAPESP

Dispositivos vestíveis como relógios inteligentes já fazem parte da nossa vida, e agora poderão ajudar no agronegócio

O sensor vestível é um tipo de dispositivo tecnológico que pode ser colocado no corpo e monitorar alguns sinais e comportamento do objeto que se deseja acompanhar. Essa nova tecnologia foi adaptada por pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) em parceria com a Universidade Federal do ABC Paulista (UFABC) e com a Universida de Harvard nos Estados Unidos. Ela serve para monitorar lavouras de cana-de-açúcar, e permitir maior visbilidade ao agricultor sobre a saúde da plantação, fazendo com que se evite ou trate com antecedência o surgimento de pragas. A criação do dispositivo foi divugada no mês de junho e promete uma valiosa ajuda aos agricultores brasileiros.

O sensor vestível consegue fornecer, em tempo real, informações a respeito da quantidade de água nas folhas bem como da qualidade da planta. Assim, o agricultor poderá prever até mesmo como será a colheita e tomar providências necessárias em relações a possíveis problemas que podem surgir durante o desenvolvimento das plantas. Saiba como funciona esse sensor na continuidade da matéria.

Veja como funciona esse sensor vestível em tempo real com o vídeo abaixo

YouTube Video
Sensor monitora a saúde da planta em tempo real | Reprodução – YouTube: Agência FAPESP

Método de sensor vestível criado pelo CNPEM é mais eficaz que a medição atual do agronegócio da cana-de-açúcar

A quantidade de água na planta e a existência de pragas nas plantações de cana-de-açúcar são problemas que o agronegócio enfrenta há muito tempo. Para monitorar e tentar melhorar essas questões, os agricultores tem usados imagens de satélite e drones. Todavia, esse método não é muito preciso, justamente por não conseguir mensurar os níveis de água na planta.

Câmera De Segurança a Prova de água Lente Dupla APP ICSEE IP66 Camera IP WiFi 360
Cuidar da sua segurança nunca foi tão barato. Câmera à Prova de água, HD e WiFi 360
Ícone de link Comprar agora!

“Os métodos convencionais têm limitações, pois são baseados em sistemas por imagem, satélites e drones. Eles precisam que a planta atacada por uma doença apresente sinais fenotípicos ou indícios visuais para gerar alertas no monitoramento. Em culturas como a da soja, por exemplo, a alteração de coloração pode sinalizar um estágio irreversível de doenças como a ferrugem”.

Renato Sousa Lima, pesquisador do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), que integra o CNPEM (2022) em entrevista à Agência FAPESP

A principal preocupação dos pesquisadores ao desenvolver um objeto de monitoramento mais preciso era criar um dispositivo leve, resistente ao tempo e aos insetos e ao mesmo tempo não afetar o desenvolvimento das plantas. Com o apoio das Universidades de Harvard e UFABC, os pesquisadores da CNPEM conseguiram atinir com louvor seus objetivos.

Projeto apoiado pela FAPESP supera os desafios do método convencional de vigilância das lavouras de cana-de-açúcar

A invenção dos cientistas de Campinas promete superar os principais desafios do agronegócio quanto ao monitoramento das lavouras. Ou seja, da falta de análise mais eficaz e detalhada das pragas e da qualidade das lavouras.

O aparelho criado em Campinas adota um tipo de eletrodo que é feito a partir da litografia e tem cobertura de níquel em uma fina película. Esse eletrodo recebe um campo elétrico a partir de um capacitor e vai então gerar uma polarização dos íons de nutrientes na água na planta. Assim, os sinais são mensurados por meio de variações de resistência elétrica e impedância, apontando para o nível de hidratação da planta.

Além disso, o equipamento criado usa inteligência artificial para selecionar referências de frequência de monitoramento mais adequadas a cada plantação. O aparelho também estabelece como base as temperaturas entre 20 e 30° C para quantificação da água presente nas folhas. Todos os dados obtidos são mensurados e transmitidos por tecnologia bluetooth a um smartphone.

Criação que ajuda o agronegócio rendeu um registro de patente que torna a invenção única no mundo

O aparelho criado pela equipe de pesquisadores tem diversas vantagens como aumento de sensibilidade, extensa duração da bateria e resistência. Ademais, ele não interfere no ciclo de vida da planta e registra com precisão as informações que recebe, o que vai ajudar os grandes agricultores. Isso rendeu à equipe uma patente, ou seja, o registro de criação inédita no mundo todo.

Como a metodologia para fabricação desses sensores vestíveis já existe e é bem estabelecida, a produção do novo dispositivo em larga escala será relativamente fácil. Todavia, a equipe está em busca de novos investimentos para que a condição comercial se torne mais viável e ível também a pequenos agricultores. Se quiser ler mais sobre a criação, clique aqui.

Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Comentários fechados para esse artigo.

Mensagem exibida apenas para es.

Sabrina Moreira Paes

Moradora da Grande São Paulo, 25 anos, formada pela UFPR com MBA em marketing pela USP. Possui mestrado pela Unicamp e doutorado em andamento na USP. Profissional de marketing, Copy, SEO e Ghost Writer certificada pelas Universidades de Stanford, California, Northwestern e Toronto. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos.

Compartilhar em aplicativos