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Pesquisadores afiram que os protetores solares estão colocando a vida marinha em risco

Publicado em 21/02/2025 às 08:04
Protetores solares

Descubra como os filtros UV dos protetores solares ameaçam a vida marinha, afetando corais, peixes e moluscos

Os protetores solares, essenciais para a proteção da pele contra os raios ultravioleta, estão gerando uma preocupação dos cientistas e ambientalistas. Seus filtros UV, encontrados em abundância nos oceanos, ameaçam a biodiversidade marinha.

Estudo feito por pesquisadores do Laboratório Marinho de Plymouth e da Universidade de Plymouth, publicado no Marine Pollution Bulletin , revelou que esses produtos químicos estão se acumulando no ambiente e podem ter efeitos tóxicos em muitas espécies marinhas.

Corais, peixes e moluscos estão entre as espécies afetadas. Esses compostos, tóxicos e persistentes, interrompidos na reprodução, causam estresse oxidativo e se acumulam na cadeia alimentar.

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Impacto urgente e generalizado dos filtros UV

Com milhares de toneladas de filtros UV sendo liberadas anualmente nas águas costeiras, uma situação tornou-se urgente. Esse problema não se restringe às áreas turísticas. Estudos demonstram que a contaminação atinge regiões isoladas, evidenciando sua dispersão global.

A ineficiência no tratamento de águas residuais, combinada à natureza persistente desses compostos, amplia a preocupação. A bioacumulação dessas emissões na cadeia alimentar também levanta preocupações sobre riscos que ainda não foram totalmente compreendidos.

Filtros UV: essenciais, porém perigosos

Os filtros UV, fundamentais nos protetores solares, atuam absorvendo ou refletindo os raios ultravioleta. Divide-se em duas categorias: orgânicos (químicos) e inorgânicos (minerais).

Entre os orgânicos, a oxibenzona é destaque, tanto pelo uso difundido quanto pelos riscos. Classificada como persistente e bioacumulativa, ela se acumula em organismos e no ambiente.

Estudos indicam que essa substância prejudica o sistema endócrino de peixes e corais, causando deformidades em larvas de corais.

Os filtros inorgânicos, como dióxido de titânio (TiO₂) e óxido de zinco (ZnO), são tidos como mais seguros. No entanto, sob certas condições, podem gerar radicais livres.

Isso provoca estresse oxidativo e danos celulares nos organismos marinhos. A falta de pesquisas sobre o impacto desses compostos a longo prazo dificulta uma avaliação completa dos riscos.

Corais em perigo

Os corais, altamente sensíveis aos filtros UV, sofrem branqueamento acelerado ao serem expostos a altas concentrações desses compostos.

Isso parece decorrer da interrupção da relação simbiótica entre corais e zooxantelas, algas microscópicas essenciais para o fornecimento de energia.

A oxibenzona penetra em tecidos de corais, altera o metabolismo e resulta em descoloração e perda de vitalidade.

Além do branqueamento, os filtros UV comprometem a renovação dos recifes ao afetar o desenvolvimento das larvas dos corais.

A dificuldade dessas larvas em se fixarem aos substratos marinhos coloca em risco a continuidade desses ecossistemas frágeis.

Impactos em peixes e invertebrados

Peixes e invertebrados marinhos também sofrem com a presença de filtros UV. Algumas espécies de peixes apresentam queda na fertilidade e malformações embrionárias. Há ainda desequilíbrios hormonais, caracterizados como desregulação endócrina.

Nos moluscos e crustáceos, o estresse oxidativo induzido pelos filtros UV resulta em danos celulares e enfraquecimento das defesas imunológicas.

A toxicidade se intensifica com a interação desses compostos com outros poluentes marinhos, como hidrocarbonetos e metais pesados. Isso torna a avaliação do impacto ambiental ainda mais complexa.

Dispersão e persistência alarmantes

Os filtros UV dos protetores solares chegam aos oceanos de diversas formas. A contaminação ocorre de forma direta, quando as pessoas entram no mar usando protetor solar, e de forma indireta, ao enxaguar o corpo nos chuveiros de praia, lavar roupas e toalhas com resíduos do produto.

Uma vez no ambiente marinho, esses compostos se acumulam e resistem aos processos naturais de manipulação.

Mesmo os tratamentos convencionais de águas residuais, como a ozonização, são ineficazes na remoção dessas substâncias poluentes.

A ozonização, amplamente utilizada em estações de tratamento, não consegue degradar os filtros UV, permitindo sua infiltração em ambientes aquáticos.

Contaminação além dos oceanos

O problema vai além dos oceanos. Parte das águas residuais tratadas é reutilizada na agricultura. A transparência e a fertilização do solo com lodo de esgoto levam à dispersão dos filtros UV em áreas cultivadas.

Esses compostos se acumulam no solo e nas plantações, penetrando nas cadeias podem consumir. Assim, o risco se estende aos consumidores finais, incluindo humanos.

O coautor do estudo, Awadhesh Jha, destaca que a bioacumulação dessas substâncias poluentes na cadeia alimentar ainda é pouco científica. Contudo, os riscos ambientais e de saúde podem estar sendo subestimados.

Com o aumento da demanda por produtos solares e o crescimento do turismo costeiro, a contaminação dos ambientes aquáticos e terrestres tende a se agravar.

Com informações de Science-et-Vie.

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Romário Pereira de Carvalho

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