Técnica inovadora dos pesquisadores da Unicamp revoluciona a extração de petróleo no Brasil.
Uma pesquisa desenvolvida na Unicamp, em Campinas (SP), promete transformar os processos de extração de petróleo no Brasil. Utilizando impressoras 3D, os cientistas criaram uma técnica inédita que simula, em escala reduzida, as condições reais dos reservatórios subterrâneos de petróleo.
O projeto é financiado pela Petrobras e realizado no Centro de Estudos de Energia e Petróleo da universidade.
Impressão 3D na pesquisa da Unicamp
O grande diferencial do novo método está na miniaturização dos testes. Antes, era necessário utilizar grandes volumes de óleo, água e amostras de rocha para simular a extração.
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Agora, com a ajuda da impressão 3D, o processo é feito em dispositivos do tamanho de uma moeda. Isso reduz em até mil vezes a quantidade de material utilizado.
Segundo os pesquisadores, as estruturas rochosas impressas são fiéis às características físicas e químicas dos reservatórios reais.
Isso permite testes mais precisos, com monitoramento aprimorado e resultados disponíveis no mesmo dia — um processo que antes levava semanas.
“Ele consegue produzir com rigor de qualidade muito elevado essas formações rochosas e introduzir isso em sistemas muito pequenos, talvez mais próximos de uma moeda de 1 real. Aí a gente consegue as mesmas informações esperadas de um equipamento que provavelmente precisaria ser operado um galpão. Isso melhora o monitoramento dos processos e a qualidade dos produtos produzidos pelas operadora”, afirma o professor Leandro Wang, do Instituto de Química da Unicamp.
Menor custo e impacto ambiental
Além de acelerar o processo, a técnica também reduz custos operacionais. A menor demanda por energia, materiais e espaço físico representa uma economia significativa.
Outro ponto positivo é a diminuição dos impactos ambientais, um fator cada vez mais relevante na indústria de petróleo.
Segundo o pesquisador Reverson Fernandes, “Isso é um marco na indústria brasileira. A gente consegue estar no mínimo em um nível mundial de uma pesquisa que é feita com petróleo. A gente consegue reproduzir fielmente características e como esse petróleo está distribuído. É possível aplicar pressão alta, temperatura alta e tentar reproduzir a forma convencional que uma extração é feita”.
Um marco para a indústria do petróleo
A inovação da Unicamp representa um divisor de águas na forma como a extração de petróleo é estudada e aprimorada no país. Com o uso de impressão 3D e testes em escala micro, a técnica abre portas para novas possibilidades de exploração mais segura, econômica e eficiente.