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Pesquisadores estão desenvolvendo uma técnica para produzir couro a partir de colágeno fossilizado de dinossauros, como o T. Rex, podendo criar jaquetas únicas feitas de material pré-histórico

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 26/04/2025 às 13:14
couro, rex
Uma empresa anunciou planos para criar a primeira couro de T.Rex do mundo, projetada a partir do DNA do animal pré-histórico. Na foto: uma visualização de IA de como seria uma bolsa de couro de T.Rex.

Projeto inovador explora biomateriais antigos para aplicações modernas e promete unir ciência, moda e preservação histórica

A moda está prestes a viver uma transformação inusitada. Enquanto muitos tentam antecipar as próximas tendências, uma nova proposta aposta em voltar cerca de 70 milhões de anos no tempo. Uma empresa anunciou planos para criar o primeiro couro de T.Rex do mundo, utilizando engenharia genética e tecidos cultivados em laboratório.

O projeto envolve uma colaboração entre a The Organoid Company, a Lab-Grown Leather Ltd e a agência criativa VML.

O couro será desenvolvido em Newcastle e promete unir inovação criativa, engenharia genômica e avanços na engenharia de tecidos.

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A ciência por trás do couro de T.Rex

A iniciativa parte de um fragmento de colágeno extraído de um fóssil de T. Rex encontrado em 1988, em Montana, um dos espécimes mais completos da época e que ainda continha proteínas sanguíneas preservadas.

A partir desse fragmento, os especialistas trabalharão para recriar artificialmente a sequência completa de colágeno do dinossauro.

Depois que a sequência genética estiver reconstruída, ela será incorporada em células de couro cultivadas em laboratório.

O objetivo é fazer crescer uma densa rede de colágeno, semelhante à camada intermediária da pele, criando assim o couro de T.Rex.

Thomas Mitchell, CEO da The Organoid Company, destacou o potencial da tecnologia: “Este projeto é um exemplo notável de como podemos aproveitar a engenharia de ponta de genoma e proteína para criar materiais totalmente novos.”

Bas Korsten, diretor global de criação da VML, acrescentou: “Com o couro T.Rex, estamos aproveitando a biologia do ado para criar os materiais de luxo do futuro.

Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Além de inovar no design, a equipe acredita que o couro de T.Rex pode trazer impactos positivos para o meio ambiente.

A produção tradicional de couro está associada a práticas como desmatamento e poluição por produtos químicos nocivos, como o cromo.

Já a nova tecnologia permite a criação de couro sem crueldade animal, com processos que evitam o uso de agentes poluentes e reduzem drasticamente os danos ambientais. Segundo os cientistas envolvidos, o material será totalmente biodegradável, mantendo as qualidades de durabilidade e reparabilidade do couro convencional.

Ao eliminar o sofrimento animal e reduzir os impactos ambientais, oferecemos uma alternativa sustentável e rastreável para os consumidores das próximas gerações“, explicou a equipe.

Primeiras aplicações e expansão para novos setores

Inicialmente, a produção de couro de T.Rex será direcionada para órios de luxo. A expectativa é lançar o primeiro produto comercial até o final de 2025. Bolsas, jaquetas e outros itens de moda poderão ser desenvolvidos com o material.

No entanto, os planos não param por aí. Após a fase de prova de conceito, a equipe prevê expandir a produção para outros setores, incluindo o automobilístico, onde o couro de T.Rex poderá ser utilizado em interiores de veículos de alto padrão.

O professor Che Connon, da Lab-Grown Leather, ressaltou: “Estamos descobrindo o potencial de criar couro a partir de espécies pré-históricas, começando com o formidável T. Rex. Este empreendimento mostra o poder da tecnologia baseada em células para criar materiais que são inovadores e eticamente corretos.”

Tecnologia pré-histórica já inspira outros projetos

O uso de biotecnologia para recriar materiais de espécies extintas não é uma novidade absoluta. Em 2023, uma empresa australiana de carne cultivada conseguiu criar uma almôndega a partir de carne de mamute, também utilizando técnicas de engenharia genética.

Para produzir a iguaria, cientistas reconstruíram a sequência de DNA de uma proteína muscular de mamute e preencheram lacunas com o código genético do elefante, seu parente mais próximo. A sequência foi inserida em células-tronco de ovelha, que se multiplicaram até formar a carne.

Apesar de esperarem que a carne fosse saborosa, os especialistas preferiram não consumi-la, por receio de que a proteína antiga pudesse causar efeitos indesejados.

Impacto futuro no mercado de luxo

O projeto do couro de T.Rex combina ciência de ponta com uma nova proposta para o mercado de luxo.

A promessa é de materiais exclusivos, sustentáveis e livres de crueldade animal, que possam atender a uma geração de consumidores cada vez mais preocupada com responsabilidade ambiental e inovação tecnológica.

Com o couro pré-histórico sendo desenvolvido em laboratório e a expectativa de primeiros produtos ainda para 2025, o mercado de moda e outros setores de alto valor já começam a observar de perto essa transformação que mistura ado e futuro.

A moda, que sempre busca inovação, pode em breve apresentar desfiles e produtos que, literalmente, vêm da era dos dinossauros.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail [email protected].

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