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A jazida de ouro negro descoberta pela Petrobras é tão grande quanto o Pré-Sal, mas pode acabar sendo obrigada a importar petróleo por conta de desafios ambientais

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 25/10/2024 às 00:27
Atualizado em 27/10/2024 às 09:00
Petrobras descobre jazida de petróleo promissora, mas pode voltar a importar petróleo devido a obstáculos ambientais.
Petrobras descobre jazida de petróleo promissora, mas pode voltar a importar petróleo devido a obstáculos ambientais.

Petrobras enfrenta um dilema: enquanto descobre jazida de petróleo comparável ao pré-sal, a falta de licenças ambientais pode forçar o Brasil a voltar a importar petróleo.

Já é de conhecimento de muitos que a Petrobras, gigante estatal, descobriu uma jazida de petróleo na margem equatorial, uma área que promete ser tão rica quanto o famoso pré-sal.

Contudo, essa descoberta ainda não pode ser usufruída pela estatal, já que a falta de autorização para a exploração leva a um futuro incerto: a possibilidade de voltar a importar petróleo nos próximos anos.

A afirmação alarmante veio de Sylvia Anjos, diretora de Exploração e Produção (E&P) da Petrobras, durante uma aula aberta no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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A realidade do pré-sal

Em sua declaração, Sylvia enfatizou que, se não forem feitas novas descobertas, o Brasil poderá voltar a ser importador de petróleo em 2034 ou 2035, devido à previsão de queda na produção do pré-sal.

Desde 2006, o Brasil é autossuficiente em petróleo, e atualmente, 81% da produção nacional provém do pré-sal.

A margem equatorial, que se estende da costa do Rio Grande do Norte até o Amapá, é comparada ao pré-sal pela sua alta probabilidade de conter reservas significativas.

Contudo, ambientalistas criticam a exploração devido ao potencial de danos ambientais.

Atualmente, a Petrobras possui 16 poços na nova fronteira exploratória, mas obteve autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para perfurar apenas dois na costa do Rio Grande do Norte.

A licença para explorar outras áreas, como a Bacia da Foz do Amazonas, foi negada, levando a Petrobras a solicitar uma reconsideração ao órgão, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

O Ibama ainda não informou quando tomará uma decisão sobre esse pedido.

Desafios ambientais e a resposta da Petrobras

Sylvia explicou que a Petrobras atendeu às exigências do Ibama para obter a licença de exploração, que incluem a criação de centros de acolhimento para animais em caso de derramamento de óleo, garantias de que não haverá sobrecarga no Aeroporto de Oiapoque, no Amapá, e simulações de emergências ambientais.

Ela criticou também o que chamou de “fake news científica”, referindo-se à ideia de que existem corais na foz do rio Amazonas.

“Não existe coral na foz do Amazonas, isso não é verdade. Existem rochas semelhantes a corais”, afirmou, ressaltando que os poços estão localizados a 540 quilômetros da foz do rio, longe de áreas que poderiam ser consideradas como santuários marinhos.

Impactos financeiros e operacionais

Sylvia expressou frustração com a situação atual, afirmando que a falta de licença para a perfuração representa um “prejuízo operacional” para a Petrobras.

A empresa gastou, por exemplo, mais de US$ 600 mil por dia para alugar sondas de perfuração, que ficaram paradas devido à ausência de autorização.

Embora a expectativa de que a licença seja concedida ainda este ano seja baixa, a diretora mantém otimismo, afirmando que a Petrobras está fazendo tudo o que é necessário para garantir a licença.

Ela também mencionou que a perfuração, mesmo se a autorização for concedida imediatamente, não deve começar antes de 2025, devido ao tempo necessário para preparar a sonda.

O futuro do petróleo e as novas tecnologias

O tempo entre a descoberta de um reservatório e a produção de petróleo pode levar de seis a sete anos, e a Petrobras está buscando fornecedores que possam oferecer plataformas a um custo mais ível.

Os custos atuais de US$ 4 bilhões para um FPSO (navio-plataforma) são considerados inviáveis para garantir a rentabilidade da produção.

Sylvia revelou que várias grandes petroleiras estão interessadas em parcerias com a Petrobras, mas a falta de licenças tem afastado esse interesse.

“Todas as empresas estão de olho no Brasil, porém, elas perderam a esperança com a questão da licença”, disse.

A relação com a transição energética

A diretora acredita que não há contradição entre a política ambiental do Brasil e a busca pela exploração de petróleo.

Segundo ela, a Petrobras está investindo em tecnologias que permitem a produção com menos emissões de dióxido de carbono (CO₂).

“A emissão do pré-sal chega a ser de sete a nove quilos de CO₂ por barril”, afirma, comparando com a média mundial, que gira em torno de 17 kg.

A produção da Petrobras deve atingir o chamado net zero (saldo negativo de emissão de carbono) antes de 2050.

As incertezas sobre a exploração na margem equatorial permanecem, mas a esperança de uma nova era para a indústria do petróleo no Brasil está viva.

O que você acha? O Brasil está preparado para enfrentar os desafios ambientais e garantir sua autossuficiência em petróleo?

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Jordão Gregorio Barbosa
Jordão Gregorio Barbosa
25/10/2024 13:11

Se o petróleo produzido fosse nao moeda brasileira serianorimo. Mas em dólar de que adianta? Dólar nos temos a vontade pra comprar petróleo dos produtores externos. Por isso , se for produzir e vender em Real apoio. Senão deixe lá.

Edivaldo santos
Edivaldo santos
25/10/2024 17:37

Tem que liberar se não vamos ter que importar petróleo ⛽️.

Mateus mota
Mateus mota
Em resposta a  Edivaldo santos
25/10/2024 18:40

Importando ou não não altera o preço para nós consumidores

Claudio
Claudio
Em resposta a  Mateus mota
26/10/2024 08:10

FALA ISSO PARA A MULTINACIONAL NORUEGUESA QUE POLUIU RIOS NA AMAZÔNIA E NINGUÉM ABRE A BOCA PARA ISSO

Mariza
Mariza
Em resposta a  Claudio
27/10/2024 10:04

Isso é grave, se for verdade.. Isso demonstra o mal governo. A Amazônia
Tem que ser protegida, não devem ser invadidas por nenhuma multinacional.

Mariza
Mariza
Em resposta a  Claudio
27/10/2024 10:18

O Brasil, precisa proteger tudo a fauna,flora . Não pode abrir as portas a
Todas as multinacionais. Governo que é incapaz de proteger o seu próprio Paiz
Não é um Governo que se presa…

Thadeu
Thadeu
Em resposta a  Mateus mota
27/10/2024 09:52

Mas ajuda a equilibrar as contas públicas orçamentárias e também promove investimentos no desenvolvimento da nação.

Mateus mota
Mateus mota
25/10/2024 18:39

Melhor importar petróleo do que destruir a natureza

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, agens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: [email protected]. Não aceitamos currículos!

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