Presidente da Petrobras afirmou que gasolina, diesel, GLP e QAV podem ficar mais baratos nas refinarias se o barril de petróleo seguir desvalorizando e o câmbio continuar favorável. Decisão será tomada com base em avaliações quinzenais da empresa.
O consumidor pode ter um alívio no bolso nos próximos meses. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a estatal poderá reduzir os preços dos combustíveis nas refinarias caso o preço do petróleo no mercado internacional continue em queda. A declaração foi feita durante o evento Nova Indústria Brasil, realizado no BNDES, no Dia da Indústria.
“Se cair mais o preço do petróleo, por certo vamos reduzir os preços dos combustíveis. Estou falando da gasolina, do diesel, do QAV [querosene de aviação], do GLP [gás de botijão]”, disse Magda.
A sinalização positiva chega em um momento de expectativa para o consumidor, que tem enfrentado variações no valor da gasolina e do diesel. Segundo Magda, a Petrobras está atenta aos movimentos do mercado e acompanha os preços a cada 15 dias para tomar decisões com base em dados reais.
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Petróleo mais barato e dólar em queda ajudam cenário
O barril de petróleo Brent, referência no mercado internacional, está girando em torno de US$ 65, depois de ter começado o ano acima de US$ 80. Além disso, o dólar comercial já caiu 8% em 2024, outro fator que ajuda a aliviar os custos internos com combustíveis.
Essa queda é impulsionada por uma combinação de fatores globais, incluindo a desaceleração da economia mundial e o aumento da produção pelos países da Opep. Essa combinação pressiona o preço do petróleo para baixo, o que pode abrir caminho para rees de redução ao consumidor final.
Diesel já teve três reduções neste ano
Em maio, a Petrobras reduziu o preço do diesel nas refinarias em R$ 0,16 por litro, chegando a R$ 3,27. Foi a terceira queda do ano para o combustível. Já a gasolina teve seu último reajuste em julho do ano ado, quando subiu para R$ 3,01.
Segundo Magda, os preços atuais estão abaixo da paridade internacional, ou seja, do valor que seria cobrado com base nos custos globais. “Tanto a gasolina como o diesel estão abaixo do preço de paridade internacional. Por enquanto, estamos acompanhando”, explicou.
Reduções também no GLP e no querosene de aviação
O GLP (gás de cozinha) e o QAV (querosene de aviação) também estão no radar da estatal. Magda explicou que o QAV tem reajuste mensal e que, com a queda do Brent e a valorização do real, há espaço para uma nova redução.
“Se o preço do Brent caiu e o câmbio se valorizou, tem tudo para ser uma redução”, afirmou. “Os preços nas refinarias são 36% menores no QAV desde 31 de dezembro de 2022. Nesse período, o diesel caiu 26%, assim como a gasolina (entre -11% e -12%). A sociedade precisa pressionar pela redução de preços.”
Braskem e novos investimentos na indústria naval
Além dos combustíveis, Magda falou sobre o papel estratégico da Braskem, considerada a sexta maior petroquímica do mundo. Segundo ela, a Petrobras está empenhada em resolver questões societárias da empresa, inclusive com apoio à proposta de compra feita pelo empresário Nelson Tanure.
“Espero que qualquer solução dê certo e terá apoio da Petrobras, e vamos sim restaurar a petroquímica no Brasil”, afirmou.
Ela também anunciou que a Petrobras deve lançar até 2026 um edital para contratar 48 embarcações, com 40% de conteúdo local e apoio do Fundo de Marinha Mercante.
“Estamos falando de um investimento de R$ 118 milhões no Brasil e a geração de até 180 mil postos de trabalho”, disse a executiva.
Fonte: Exame