A Petrobras quer transformar o Espírito Santo em potência do petróleo novamente, com bilhões em investimentos, novos poços, navio-plataforma e descobertas recentes que reacendem o protagonismo do estado no setor energético nacional.
Com investimentos bilionários previstos para os próximos anos, a Petrobras aposta no Espírito Santo como uma de suas principais frentes de expansão na produção de petróleo e gás natural no Brasil.
A estatal brasileira planeja dobrar a produção no estado até 2030, mirando uma média de 500 mil barris de petróleo por dia — mais do que o dobro da produção atual, estimada em cerca de 230 mil barris diários.
Segundo o gerente geral da Unidade de Negócios da Petrobras no Espírito Santo, Guilherme Sargenti, o estado capixaba ocupa um lugar estratégico nos planos da companhia e será o destino de cerca de R$ 35 bilhões dos R$ 44,2 bilhões previstos para o setor de óleo e gás na região nos próximos cinco anos.
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“Nosso objetivo é resgatar o protagonismo do Espírito Santo na indústria do petróleo e gás. Queremos voltar a viver aquele momento de ouro, quando a produção local teve papel essencial no abastecimento nacional e na geração de riqueza para o estado”, afirmou Sargenti durante o lançamento da 8ª edição do Anuário da Indústria do Petróleo e Gás Natural no Espírito Santo, realizado no Palácio Anchieta.
Crescimento impulsionado por novos poços e descobertas promissoras
O plano de expansão envolve a interligação de mais de 70 novos poços às unidades já existentes no estado, o que representará um aumento significativo em relação aos 84 poços atualmente operacionais.
A maior parte desses investimentos se concentra em áreas do litoral sul capixaba, onde estão localizadas bacias sedimentares com alto potencial de exploração.
Além dos poços já em operação, a Petrobras vem apostando na intensificação das pesquisas e na perfuração de áreas profundas e ultraprofundas, especialmente após descobertas recentes que reacenderam o otimismo do setor.
Uma das descobertas mais relevantes aconteceu no campo de Monai, em águas profundas do litoral capixaba, onde a estatal identificou novas reservas de gás natural.
Ainda em fase de avaliação, a descoberta pode representar uma nova fronteira de exploração promissora no estado.
“Temos investido em sondagens exploratórias mesmo em ambientes desafiadores. Só no último ano, perfuramos dois poços em águas ultraprofundas. Ainda estamos analisando a viabilidade e as condições dos reservatórios, mas estamos bastante confiantes quanto ao potencial da região”, explicou Sargenti.
Maria Quitéria: a esperança flutuante no Parque das Baleias
Um dos maiores símbolos dessa nova fase de investimentos é o navio-plataforma (FPSO) Maria Quitéria, que entrou em operação em outubro de 2024 no Parque das Baleias, área de grande importância na Bacia do Espírito Santo.
Com capacidade para produzir até 100 mil barris por dia, o FPSO está atualmente em fase inicial, operando com apenas um poço ativo e extraindo cerca de 10 mil barris por dia.
No entanto, já em abril de 2025, a produção deve dobrar com a entrada em operação de um segundo poço, elevando a capacidade utilizada para aproximadamente 20%.
A expectativa da Petrobras é que a produção aumente progressivamente até atingir sua capacidade total em 2026.
Ao todo, o navio será interligado a 17 poços: nove produtores de óleo e oito injetores de água, essenciais para manter a pressão dos reservatórios e garantir a eficiência da extração.
Espírito Santo volta ao radar dos grandes investimentos
Historicamente, o Espírito Santo já teve papel de destaque na matriz energética brasileira, especialmente entre os anos de 2007 e 2012, período de forte expansão da indústria de petróleo no estado.
Com a descoberta do pré-sal, parte dos investimentos migraram para a Bacia de Santos e outras regiões do Sudeste, mas a retomada do foco no litoral capixaba mostra uma diversificação estratégica por parte da Petrobras.
Além do petróleo, o estado também tem se destacado na produção de gás natural, uma fonte de energia em ascensão no contexto da transição energética global.
A empresa tem investido na infraestrutura para escoamento e processamento do gás extraído localmente, de olho no crescimento da demanda por combustíveis menos poluentes.
Outro fator importante é a sinergia entre a indústria de óleo e gás e os setores produtivos locais, como construção civil, logística e engenharia.
O aumento dos investimentos promete aquecer a economia capixaba, gerando empregos diretos e indiretos e fortalecendo a cadeia de fornecedores locais.
“Para que esse novo ciclo de crescimento seja sustentável, é fundamental que os empresários estejam preparados e capacitados para absorver as oportunidades que virão”, reforçou Sargenti.
Desenvolvimento sustentável também está no radar
Apesar do foco na produção, a Petrobras também tem enfatizado que os novos projetos estão alinhados com seus compromissos ambientais e sociais, seguindo práticas que buscam minimizar os impactos ambientais e promover o desenvolvimento das comunidades vizinhas às operações.
A companhia tem adotado tecnologias avançadas de monitoramento ambiental, além de programas voltados à proteção da biodiversidade marinha, especialmente em regiões como o Parque das Baleias, onde a convivência com espécies sensíveis é constante.
Além disso, o reaproveitamento da água e a redução das emissões de carbono fazem parte dos parâmetros operacionais exigidos nas novas unidades, conforme diretrizes da própria companhia e das normas ambientais brasileiras.
Futuro promissor no horizonte
Com a retomada dos investimentos no Espírito Santo, a Petrobras sinaliza uma nova fase de valorização da costa capixaba como eixo estratégico para o setor energético nacional.
A combinação de descobertas recentes, expansão da infraestrutura e aumento da produção posiciona o estado como uma das grandes apostas da estatal para os próximos anos.
Se as metas se concretizarem, o Espírito Santo poderá, até 2030, responder por uma fatia considerável da produção nacional de petróleo e gás, recolocando-se no mapa dos grandes polos energéticos do país.
E você, acredita que o Espírito Santo conseguirá alcançar esse novo auge na produção de petróleo e gás nos próximos anos? O que mais poderia ser feito para garantir um desenvolvimento sustentável e duradouro na região? Comente abaixo!