Categoria enfrenta imes com a estatal e debate greve de 48 horas com foco em direitos trabalhistas, segurança operacional e valorização no setor de petróleo e gás
Eles já enfrentaram cortes, congelamento salarial e mudanças unilaterais no trabalho remoto.
Agora, os petroleiros do Norte Fluminense organizam uma nova mobilização, desta vez mais ampla e coordenada nacionalmente.
Desde o dia 17 de maio de 2025, assembleias vêm sendo realizadas com foco em dois pontos centrais: a aprovação de uma greve de 48 horas e a eleição de delegados para o Congresso Regional da categoria.
Ao que tudo indica, a paciência da base chegou ao limite.
Falta de diálogo com a Petrobras acirra os ânimos da categoria
As assembleias foram convocadas após reuniões frustradas com a Petrobras nos dias 6 e 13 de maio, em Brasília.
Apesar da tentativa de diálogo, nenhuma proposta concreta foi apresentada pela empresa, segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Com isso, no dia 14 de maio, o Conselho da entidade aprovou o indicativo de greve, que agora está sendo validado em cada base.
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A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) também aderiu ao movimento e defendeu que a paralisação seja construída de forma unificada em todo o país.
A pauta dos trabalhadores é extensa — e antiga
Entre os principais pontos votados nas assembleias, estão portanto temas que, além disso, seguem sendo recorrentes nas mesas de negociação.
No entanto, para os trabalhadores, nunca houve avanço efetivo. Confira os principais itens:
- Garantia de teletrabalho negociado coletivamente, com regras claras;
- Contra a redução da remuneração variável, mesmo após a empresa lucrar R$ 23,4 bilhões no primeiro trimestre;
- Pela reposição dos efetivos operacionais, reduzidos desde 2021;
- Exigência de segurança reforçada nas plataformas e terceirizadas, especialmente na FAFEN PR;
- Fim do equacionamento da Petros, que penaliza aposentados e pensionistas;
- Criação de plano de cargos e salários justo e transparente;
- Cumprimento da Ação RSR, que trata do Repouso Semanal Remunerado;
- Unificação das decisões entre FUP e FNP, para garantir coesão no movimento nacional;
Assembleia ocorre em dois momentos e segue até o dia 29 de maio
Por isso, os organizadores dividiram o formato das assembleias em duas votações distintas: uma, portanto, decidirá sobre a greve e outra, além disso, escolherá os representantes que, por sua vez, participarão do Congrenf, o qual acontecerá em julho.
A orientação é clara: listas de presença diferentes, votação independente e transparência em cada o.
A mobilização ocorre não apenas em plataformas, mas também em refinarias e unidades istrativas, sempre que os representantes sindicais estão presentes.
Sindicato pede adesão total da base à votação
Em boletim publicado no dia 18 de maio, o Sindipetro-NF reforçou que “a greve só será forte se for construída por todos”.
Por isso, a entidade destaca a importância de que todos participem em massa, pois somente assim os trabalhadores poderão demonstrar à Petrobras a insatisfação generalizada.
Mesmo com escalas e turnos distintos, o sindicato garante que todos os grupos estão sendo ouvidos.
Greve pode ocorrer nos dias 29 e 30 de maio
Caso a maioria aprove a paralisação, então a greve será, portanto, comunicada oficialmente à empresa, conforme exige a antecedência legal.
Portanto, os dias escolhidos para a ação são 29 e 30 de maio e, além disso, a orientação é que todas as unidades participem.
A medida será legal, coordenada e articulada nacionalmente, como exige a legislação vigente.
Muito mais do que paralisação: é sobre dignidade e respeito
A greve, segundo os petroleiros, não é o fim — mas o início de uma resposta organizada da categoria.
Os trabalhadores lutam não apenas por salários e benefícios, mas também por respeito, estabilidade e segurança no setor de petróleo e gás.
Mesmo com os avanços, as empresas ainda cortam frequentemente e decidem de forma unilateral, o que, como resultado, fragiliza as relações de trabalho.
Seja com greve ou não, os trabalhadores deixaram claro:
os trabalhadores também querem que ouçam aqueles que movimentam a energia do Brasil.