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Petróleo em queda livre: Petrobras aposta no gás natural e mostra força em meio à crise global

Escrito por Ana Alice
Publicado em 12/04/2025 às 00:48
Petrobras reage à queda do petróleo com projetos resistentes ao Brent abaixo de US$ 60 e aposta no gás como nova força do setor. (Imagem: Reprodução/Canva)
Petrobras reage à queda do petróleo com projetos resistentes ao Brent abaixo de US$ 60 e aposta no gás como nova força do setor. (Imagem: Reprodução/Canva)

A instabilidade no mercado global de petróleo pressiona a cotação do Brent, mas a Petrobras mantém investimentos firmes e mira projetos resilientes mesmo diante de tensões geopolíticas, produção elevada da OPEP+ e incertezas no cenário energético internacional.

O preço do petróleo preocupa, mas a Petrobras garante estar preparada para enfrentar as oscilações do mercado.

Mesmo com o Brent abaixo de US$ 60, a estatal afirma que seus projetos são resilientes e resistem a cenários de crise.

O mercado global do petróleo vive dias de incerteza

Na manhã de uma quarta-feira marcada por tensão no setor de energia, a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, participou do Fórum Brasileiro de Líderes em Energia Oil & Gas.

O evento, realizado na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro, foi palco de discussões sobre os desafios enfrentados pelo setor diante da atual conjuntura internacional.

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Na ocasião, a executiva da Petrobras afirmou que a queda brusca do preço do barril de petróleo Brent “assusta”, mas que a empresa está preparada para enfrentar cenários adversos.

“A crise não é exceção. Ela é a regra”, declarou Sylvia Anjos durante o fórum.

Ela destacou que todos os projetos da Petrobras são desenvolvidos para serem viáveis mesmo com o barril cotado a valores muito baixos.

Segundo a diretora, a estatal trabalha com projeções que consideram o barril a até US$ 28, garantindo segurança frente às oscilações constantes do mercado.

Queda do Brent reacende temores no setor

Na mesma semana, o barril do Brent, referência mundial para preços de petróleo, caiu abaixo de US$ 60.

O recuo está relacionado à intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China e ao aumento da produção de países da OPEP+.

Além disso, fatores como a desaceleração econômica na Europa e na Ásia e a redução da demanda por combustíveis fósseis contribuem para a volatilidade dos preços.

Segundo previsões recentes do Banco Mundial, mesmo com os conflitos no Oriente Médio e a instabilidade geopolítica, o preço médio do petróleo deve se manter em torno de US$ 73 em 2025.

Essa estimativa considera a persistência de uma oferta global acima da demanda, especialmente devido ao aumento da produção nos EUA, Irã, Rússia e outros grandes produtores.

Petrobras reafirma confiança em sua estratégia de longo prazo

Mesmo diante desse cenário desafiador, Sylvia Anjos garantiu que nenhum projeto da Petrobras foi colocado em espera devido à queda nos preços.

“Todos os projetos são de longo prazo. Depois de 2020, isso aqui é brincadeira”, disse a diretora.

A referência ao ano de 2020 remete ao auge da pandemia de COVID-19, quando os preços do petróleo despencaram de forma inédita, chegando até mesmo a cotações negativas nos EUA.

Desde então, a Petrobras reformulou suas estratégias de investimento e aprimorou seus critérios de viabilidade, garantindo maior robustez a seus empreendimentos.

Diversificação e gás natural no centro da estratégia

Outro ponto destacado por Sylvia Anjos foi o avanço do projeto Búzios 12, que prevê a exportação de gás natural.

Esse movimento está alinhado à diretriz do governo federal, que tem incentivado a criação de um “hub de gás” como forma de diversificar a matriz energética brasileira.

“Estamos criando um hub de gás. É isso que o governo está pedindo”, afirmou a executiva.

O gás natural é visto como uma alternativa de transição para uma matriz energética mais limpa, e pode ser crucial para a competitividade da indústria nacional nos próximos anos.

Governo critica taxações dos EUA e alerta para riscos globais

Pietro Mendes, secretário de Óleo e Gás do Ministério de Minas e Energia e atual presidente do Conselho de istração da Petrobras, também participou do fórum na FGV.

Em sua fala, Mendes criticou as taxações impostas recentemente pelos Estados Unidos ao setor de energia.

“São indevidas e perturbam o setor de energia. Essas medidas geram efeitos negativos para a transição energética global”, alertou.

Segundo ele, as decisões unilaterais de grandes potências podem comprometer acordos multilaterais e atrasar a evolução para fontes renováveis e sustentáveis.

Petrobras avança em frentes internacionais e ambientais

Paralelamente aos debates nacionais, a Petrobras tem intensificado sua presença no cenário internacional.

A empresa demonstrou interesse em atuar em blocos de exploração em águas profundas na Índia e avalia participação em leilões previstos para o final de 2025.

Essa estratégia busca ampliar a atuação da estatal fora do Brasil e reduzir a dependência de campos maduros em território nacional.

Outro o importante foi a conclusão de um centro de cuidados animais em Oiapoque (AP), parte das exigências ambientais para exploração offshore na Margem Equatorial, na Foz do Amazonas.

O licenciamento para atividades na região é uma das prioridades da Petrobras em 2025.

Expectativas para o setor nos próximos meses

Com a economia global em desaceleração e o avanço de políticas ambientais mais rígidas, especialistas estimam que os preços do petróleo devem seguir pressionados ao longo do ano.

Ao mesmo tempo, novas tecnologias e acordos climáticos estão mudando o comportamento do mercado, forçando as petroleiras a se adaptarem.

A Petrobras, no entanto, se diz preparada.

“Se alguém disser que sabe onde o preço do petróleo vai parar, está mentindo”, comentou Sylvia.

Segundo ela, a volatilidade é parte do jogo, e a chave está na preparação estratégica.

Firmeza em tempos turbulentos

Apesar da incerteza global e da instabilidade no preço do petróleo, a Petrobras se mostra confiante em sua estrutura de investimentos.

Com foco em projetos resilientes, diversificação energética e responsabilidade ambiental, a estatal busca garantir competitividade e segurança no médio e longo prazo.

“O setor de petróleo não é para quem tem coração fraco”, concluiu Sylvia Anjos, reforçando o compromisso da Petrobras com a solidez de suas operações.

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Ana Alice

Redatora e analista de conteúdo. Escreve para o site Click Petróleo e Gás (G) desde 2024 e é especialista em criar textos sobre temas diversos como economia, empregos e forças armadas.

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