Mesmo podendo economizar tempo, aviões comerciais não sobrevoam a Antártida – e um piloto explica por quê! Risco de radiação, falta de aeroportos e turbulência extrema tornam essa rota perigosa e nada viável.
A Antártida, esse imenso continente gelado no extremo sul do planeta, cobre mais de 14 milhões de quilômetros quadrados. Mas, apesar de toda essa vastidão, praticamente nenhum avião comercial a por lá. Você já parou pra pensar por quê? Afinal, seria um baita atalho pra alguns voos intercontinentais, né? Um piloto resolver explicar a situação.
A resposta vem de um piloto experiente que revelou os reais motivos por trás dessa decisão. E não, não tem nada a ver com alguma lei proibindo – o buraco é bem mais embaixo.
A atmosfera sobre a Antártida não ajuda nem um pouco
Se você acha que o céu é igual em todo o planeta, tá enganado. A atmosfera da Terra não tem a mesma espessura em todos os lugares. E, segundo a piloto Marita, devido à rotação da Terra, a troposfera – a camada mais baixa da atmosfera – é mais grossa no equador e mais fina nos polos.
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Essa diferença na espessura da atmosfera pode não parecer grande coisa, mas faz uma baita diferença quando falamos de radiação. A troposfera funciona como um escudo natural contra a radiação solar, e quanto mais fina, menos proteção.
Agora, segura essa: um piloto de avião já recebe naturalmente mais radiação do que um funcionário de uma usina nuclear ao longo da carreira. Sim, você leu certo! Ou seja, voar frequentemente sobre a Antártida só pioraria isso, e as companhias aéreas não querem expor seus tripulantes e ageiros a esse risco desnecessário.
Se der problema, esquece: não tem onde pousar
Se um avião tem qualquer emergência em pleno voo, ele sempre tem um aeroporto próximo como alternativa para pouso. Agora, se isso acontecer sobre a Antártida… bom, aí ferrou.
A Antártida simplesmente não tem infraestrutura pra receber um avião comercial. E não é só isso: mesmo que existisse um aeroporto improvisado, o frio absurdo complicaria qualquer resgate ou reabastecimento.
O combustível das aeronaves comerciais pode se tornar instável em temperaturas extremas. Sim, congelar o combustível e deixar um avião na mão é um risco real. Avião e gelo definitivamente não são amigos.
Outro problemão é a comunicação. Quando um avião está sobre o oceano ou sobre áreas habitadas, ele mantém contato com torres de controle, radares e outros sistemas de navegação.
Agora, sobre a Antártida? Nada disso. Como a piloto Marita explicou, “não é só que não há ninguém lá; é que ninguém saberia se algo acontecesse”. Se um avião precisasse de socorro, não teria nem como avisar.
O clima também não colabora – e os ageiros odiariam isso
Se tem um lugar no mundo onde o clima não perdoa, é a Antártida. Segundo o piloto, ventos violentos, temperaturas absurdamente baixas e tempestades de neve frequentes fazem dessa região um verdadeiro pesadelo para a aviação.
Já imaginou pegar um voo tranquilo, e de repente entrar numa área de turbulência pesada que parece nunca acabar? Pois é, seria exatamente assim sobre a Antártida.
As correntes de vento polar criam uma instabilidade constante, tornando a viagem extremamente desconfortável para os ageiros. E pode ter certeza: ninguém quer pagar por uma experiência dessas.
Mesmo que um voo entre a Argentina e a Austrália fosse mais rápido ando pela Antártida, quem toparia encarar um trajeto balançando o tempo todo?
Não é ilegal, mas é caro e nada vantajoso, comenta o piloto
Agora, se você está se perguntando: “Mas então é proibido voar por lá?” A resposta é não! Nada impede um avião de sobrevoar a Antártida. O problema é que não faz sentido pra ninguém.
Algumas empresas privadas até oferecem sobrevoos turísticos sobre a Antártida. Mas aí vem o detalhe: o eio custa cerca de 15.000 euros (aproximadamente R$ 80.000). Isso mesmo, só pra dar uma voltinha e ver tudo branquinho lá de cima.
Ou seja, tecnicamente, é possível. Mas financeiramente? Para uma companhia aérea comercial, não vale nem um pouco a pena, nas palavras do piloto.
Falta vontade do brasileiro pra melhorar