A China mobilizou o porta-aviões Shandong próximo às Filipinas durante exercícios Balikatan, em resposta à cooperação militar EUA-Filipinas, reforçando sua presença naval na região do Indo-Pacífico.
Em meio ao início do Balikatan 2025 — um dos maiores exercícios militares conjuntos entre Estados Unidos e Filipinas — a China aumentou sua presença naval na região ao deslocar o porta-aviões Shandong e uma frota de escolta para áreas próximas ao norte filipino.
A manobra, segundo analistas, é uma clara resposta à crescente aproximação estratégica entre Washington e Manila no Indo-Pacífico.
Porta-aviões Shandong, da China, realiza operações a poucas milhas de território filipino
Segundo informações, o Shandong foi avistado em 22 de abril a aproximadamente 185 km a noroeste de Burgos, na ilha de Luzon.
-
De R$ 170 bilhões à réu: a história surpreendente de Eike Batista, o bilionário que prometeu revolucionar o Brasil com megaprojetos em mineração, energia, logística, petróleo e milhares de emprego na indústria
-
O navio de 400 metros que ficou preso no Canal de Suez: como o Ever Given paralisou o comércio global por 6 dias e virou símbolo do caos logístico
-
Bahia lidera investimentos na indústria naval com mais de R$ 7 bilhões aprovados pelo Fundo da Marinha Mercante
-
MSC Cruzeiros confirma expansão de frota e encomenda 2 novos navios da Classe World
Acompanhado por seis destróieres e fragatas, além de dois navios de apoio, o grupo naval chinês realizou cerca de 130 exercícios de decolagem e pouso de aeronaves em um período de três dias.
O deslocamento do porta-aviões chegou a levá-lo a apenas 2,23 milhas náuticas das Ilhas Babuyan — dentro das águas arquipelágicas filipinas.
Para o Ministério da Defesa do Japão, trata-se de uma movimentação relevante, especialmente considerando a proximidade com áreas de interesse estratégico.
Exercícios Balikatan reúnem forças aliadas e tecnologia avançada
O Balikatan 2025, que acontece de 21 de abril a 9 de maio, envolve mais de 14 mil militares americanos e filipinos, com a participação adicional de Austrália e Japão.
As atividades abrangem áreas como o Estreito de Luzon e o Mar do Sul da China, com foco em defesa regional e cooperação estratégica.
Destaque da edição deste ano, o sistema de mísseis antinavio NMESIS foi posicionado pelos EUA na ilha de Batan, próxima a Taiwan.
O armamento, com alcance superior a 185 km, foi utilizado em testes reais durante os exercícios conjuntos, ampliando a capacidade de resposta das forças aliadas.
Autoridades monitoram, mas minimizam impacto da presença chinesa
Embora a aproximação da frota naval da China tenha gerado atenção internacional, o contra-almirante Roy Vincent Trinidad, da Marinha filipina, declarou que o episódio foi monitorado sem alarmismo.
Segundo ele, a agem ocorreu de forma contínua e dentro do que prevê a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS).
Especialistas apontam recado claro de Pequim
Para analistas militares, a movimentação não foi aleatória. O pesquisador Collin Koh, da S. Rajaratnam School of International Studies, destacou que o Shandong evita repetir rotas, sugerindo um objetivo deliberado: “demonstrar força diante das manobras Balikatan”.
Na mesma linha, Malcolm Davis, do Australian Strategic Policy Institute, afirmou que a China não apenas busca exibir suas capacidades navais, mas também vigiar de perto os ensaios militares das nações aliadas: “Eles querem observar e, ao mesmo tempo, deixar claro que estão atentos ao que ocorre perto de suas fronteiras marítimas”, completou.