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Por que a Toyota Hilux está proibida nos Estados Unidos?

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 21/04/2025 às 18:10
Entenda o motivo curioso que fez a Toyota Hilux ser proibida nos Estados Unidos, desafiando as expectativas de um mercado apaixonado por picapes.
Entenda o motivo curioso que fez a Toyota Hilux ser proibida nos Estados Unidos, desafiando as expectativas de um mercado apaixonado por picapes.

Descubra o motivo de um dos carros mais lendários do mundo ser proibido no maior mercado de picapes, e como um imposto inesperado gerou essa situação curiosa.

A Toyota Hilux é uma picape lendária que conquistou uma reputação mundial por sua resistência.

Considerada indestrutível, ela é capaz de enfrentar condições extremas, como ser submersa no oceano, ser destruída junto com um prédio ou até mesmo resistir a fortes correntes.

Mesmo em situações tão adversas, a Hilux continua funcionando como se nada tivesse acontecido.

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Ela se tornou a melhor amiga de fazendeiros, exploradores de lugares remotos, agências humanitárias e até grupos militares em zonas de conflito.

Quando se pensa em um veículo confiável para atravessar desertos, escalar montanhas ou ar anos de uso intenso, é a Hilux que vem à mente.

Mas o que torna esse fenômeno ainda mais curioso é que a Hilux, apesar de ser um ícone mundial, está praticamente banida dos Estados Unidos.

Sim, a picape famosa por sua resistência não está disponível nas concessionárias norte-americanas.

E o mais surpreendente é que essa ausência não tem relação com falhas de segurança, falta de interesse ou problemas de confiabilidade.

O motivo real é bastante inusitado e tem a ver com frangos.

Isso mesmo, frangos.

Para entender esse mistério, precisamos voltar no tempo e explorar algumas leis de importação e um curioso conflito comercial.


A origem da Toyota Hilux

A história da Hilux começou no final dos anos 60, quando a Toyota decidiu criar uma picape robusta capaz de enfrentar terrenos difíceis sem perder o mínimo de conforto.

O nome “Hilux” é uma junção das palavras “High” (alto) e “Luxury” (luxo), mas ironicamente, o modelo inicial estava longe de ser luxuoso.

A proposta era simples: criar uma caminhonete confiável, prática e durável, sem frescuras e capaz de ar qualquer tipo de terreno.

E a fórmula deu certo.

A Hilux rapidamente se tornou uma febre, especialmente em mercados da Ásia, África e América Latina.

Ela se mostrou não só um veículo de trabalho, mas também um modelo ideal para o dia a dia.

Em pouco tempo, motoristas de diversas partes do mundo perceberam que a Hilux não era apenas mais uma caminhonete.

Ela se tornou praticamente indestrutível.

Com a manutenção adequada, podia rodar centenas de milhares de quilômetros sem apresentar problemas.

Logo, sua resistência chamou a atenção de quem precisava de veículos para condições extremas.

Seja nas estradas mais precárias, no meio de desertos ou até em cenários de guerra, a Hilux sobrevivia a quase tudo.

Inclusive, durante alguns conflitos ao redor do mundo, o número de Hilux armadas era tão grande que o termo “Toyota War” ou a ser usado para descrever combates onde essas picapes eram equipadas com metralhadoras e lança-foguetes.

Assim, sem querer, a Toyota viu seu veículo se transformar em uma ferramenta militar improvisada, reforçando ainda mais sua fama.


A saída da Hilux dos Estados Unidos

Com o tempo, a Hilux ou a ganhar versões mais sofisticadas, incluindo modelos a diesel e com tração 4×4.

No entanto, inexplicavelmente, a Hilux desapareceu das concessionárias dos Estados Unidos.

E aí surge a pergunta: por que um país obcecado por picapes não tem a Hilux?

A resposta envolve uma história curiosa e complexa, com um imposto que remonta à década de 1960.

Esse imposto, conhecido como “Chicken Tax” (Imposto do Frango), foi criado em resposta a uma tarifa imposta por países europeus sobre o frango americano.

Com a retaliação, o governo dos Estados Unidos, na época presidido por Lyndon B. Johnson, criou uma tarifa de 25% sobre a importação de certos produtos, incluindo picapes leves.

Parece algo surreal, mas sim, uma disputa comercial envolvendo frangos afetou a entrada de picapes nos Estados Unidos.

Inicialmente, esse imposto visava modelos da Volkswagen, como a famosa Combi picape Type 2.

No entanto, o imposto persistiu, e sua aplicação se estendeu a qualquer fabricante que desejasse importar picapes leves produzidas fora dos Estados Unidos.

Isso tornou a entrada da Toyota, e de outras marcas, no mercado norte-americano muito mais cara.

E, como sabemos, os consumidores dos Estados Unidos adoram picapes grandes, potentes e com preços íveis.

Portanto, essa tarifa de 25% tornava as picapes importadas caras demais para competir com os modelos produzidos localmente.

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A solução da Toyota: criar um modelo para os EUA

Diante dessa barreira comercial, a Toyota decidiu criar uma picape específica para o mercado dos Estados Unidos, fabricada localmente para evitar o imposto de 25%.

Esse modelo, como você deve imaginar, é a Toyota Tacoma.

A Tacoma não é simplesmente uma Hilux rebatizada, embora compartilhe o mesmo DNA.

Ela foi projetada especificamente para atender às preferências do consumidor norte-americano, que tem gostos diferentes quando o assunto são picapes.

A suspensão da Tacoma foi ajustada para proporcionar mais conforto.

Os motores foram calibrados para priorizar o desempenho nas estradas.

Além disso, o visual foi adaptado para se alinhar às expectativas do mercado americano.

Isso fez todo o sentido, já que, no mercado de picapes dos Estados Unidos, o gosto do consumidor é bastante específico.

As picapes mais vendidas são as full size, como a Ford Série F, especialmente a F-150, e a Chevrolet Silverado.

Esses modelos são grandes, com motores V8 potentes, cabines espaçosas e frequentemente usadas tanto para o trabalho quanto para o lazer.

Mas, claro, há também um nicho para picapes médias.

Modelos como a Toyota Tacoma, a Chevrolet Colorado, a Ford Ranger e a Nissan Frontier fazem parte dessa categoria.

No entanto, o público desses modelos exige um certo nível de conforto, refinamento e desempenho, o que não era o foco da Hilux.


O impacto das regulamentações ambientais

Outro fator que influenciou a saída da Hilux dos Estados Unidos foram as mudanças nas regulamentações ambientais no final dos anos 80 e início dos 90.

As leis de emissões de poluentes tornaram-se mais rígidas, especialmente para motores a diesel.

Adaptar a Hilux a essas novas exigências exigiria investimentos pesados, tornando a comercialização do modelo ainda mais difícil.


A decisão final da Toyota

Diante desses obstáculos – o “Chicken Tax”, as novas regulamentações ambientais, mudanças nas preferências do consumidor e a concorrência com a Tacoma – a Toyota decidiu, em meados de 1995, retirar a Hilux do mercado norte-americano.

A Tacoma, por sua vez, foi lançada para preencher esse espaço, atendendo melhor às exigências do público local.

Enquanto isso, a Hilux continuou a ser um sucesso global, dominando estradas, fazendas e terrenos inóspitos ao redor do mundo.

Nos Estados Unidos, a Toyota ou a oferecer a Tacoma, enquanto para quem queria algo ainda maior e mais potente, havia a Tundra, uma picape full size destinada a competir com modelos como a Ford F-150 e a Chevrolet Silverado.

No final das contas, a Toyota não só conseguiu contornar as dificuldades burocráticas e tributárias, como também atendeu melhor ao público norte-americano.


Hilux: um mito

Embora a Toyota Tacoma seja um excelente modelo de picape, a Hilux continua sendo um verdadeiro mito.

Ela é uma lenda sobre rodas, irada por sua resistência e durabilidade, e segue sendo uma das picapes mais icônicas do mundo.

Agora, a pergunta que fica é: você acredita que a Hilux teria sucesso nos Estados Unidos, mesmo com todas as barreiras comerciais e regulatórias? Deixe sua opinião nos comentários.

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Roberto Eccel
Roberto Eccel
22/04/2025 08:42

Toyota,a melhor,os melhores

Carlos
Carlos
22/04/2025 13:17

Mas os norte-americanos quando querem eles pagam, nem que seja caro!…quer dizer pagavam, agora já nem sei! Porque o Tramp vai quebrar os EUA com essas tarifas absurdas. Ou vai ficar melhor, vai saber, só o tempo dirá. O Tramp não o Musk.

Miguel Bolela
Miguel Bolela
22/04/2025 15:40

Se houvesse persistência em mantê-la, a população apaixonada pela Hilux teria se adaptada ao seu preço.

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, agens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: [email protected]. Não aceitamos currículos!

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