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Por que o pedágio dessas importantes rodovias (BRs) pode custar 6 vezes mais? Os detalhes que você precisa saber

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 29/05/2025 às 17:24
Pedágios das BR-324 e BR-116 podem aumentar até 6 vezes, impactando fretes e preços. Saiba os detalhes e o que está previsto para as rodovias.
Pedágios das BR-324 e BR-116 podem aumentar até 6 vezes, impactando fretes e preços. Saiba os detalhes e o que está previsto para as rodovias.

Os novos valores de pedágio para as BR-324 e BR-116 podem surpreender usuários e transportadores com aumentos expressivos, enquanto as propostas de melhorias trazem impactos econômicos e sociais que poucos esperavam.

Motoristas e transportadores podem se preparar para um aumento significativo nas tarifas dos pedágios das rodovias BR-324 e BR-116.

De acordo com a Associação Nacional de Usuários de Transporte de Cargas (ANUTC), os valores cobrados podem chegar a ser até seis vezes maiores do que os atuais assim que uma nova empresa assumir a concessão dessas vias, que antes estavam sob gestão da ViaBahia.

Essa análise, apresentada pelo presidente da ANUTC, Luiz Henrique Baldez, considera fatores fundamentais para justificar a alta, como a rentabilidade do negócio, os investimentos previstos e os custos de manutenção das rodovias.

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Segundo Baldez, o impacto no bolso dos caminhoneiros será direto e expressivo, com tarifas que podem variar entre quatro a seis vezes o valor hoje praticado.

“O pedágio vai atingir um nível muito elevado, podendo chegar a representar cerca de 20% do custo do frete, o que inevitavelmente vai encarecer o transporte de mercadorias e, consequentemente, os produtos que chegam à população”, explica o presidente da associação.

Além disso, a nova concessão inclui uma série de obras e melhorias que justificam, segundo a análise da ANUTC, o aumento dos valores cobrados.

Estão previstos a construção de novas praças de pedágio, duplicação de um trecho extenso de 356 quilômetros, construção de 50 arelas para pedestres e mais de 200 pontos de ônibus.

Porém, Luiz Henrique Baldez destaca que o peso dos investimentos está concentrado nos primeiros dez anos da concessão e que a rentabilidade exigida pela empresa deve ser de 13%, um percentual que ele considera elevado para o setor.

“Os custos de manutenção e operação deveriam pesar mais no cálculo das tarifas do que os investimentos em si. Na proposta atual, 50% do valor da tarifa está associado aos investimentos iniciais, o que eleva muito os valores finais”, pondera.

Até o momento, as tarifas da ViaBahia para caminhões variavam entre R$ 7 e R$ 54,90, dependendo do tamanho do veículo.

Com o fim da concessão, os motoristas estão isentos de pagamento desde 15 de maio, e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) ou a istrar as rodovias.

Para discutir o futuro das concessões, foram realizadas sete audiências públicas entre as cidades de Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista e na própria Bahia.

Luiz Henrique Baldez reforça a relevância dessas rodovias no cenário nacional.

“Estamos falando da principal via de o à capital baiana e uma das principais ligações com o Sudeste do país, por onde circula um enorme volume de cargas. Um aumento expressivo nos pedágios vai encarecer muito o transporte, afetando toda a cadeia produtiva”, alerta o presidente da ANUTC.

O que diz a ANTT sobre os investimentos e impactos econômicos

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), responsável pelas audiências públicas e pelo projeto da nova concessão, oferece uma perspectiva diferente.

De acordo com Stéphane Quebaud, gerente de Estudos e Projetos de Rodovias da ANTT, a concessão tem como objetivo melhorar significativamente a infraestrutura e eficiência logística da região.

“Com a nova concessão, esperamos reduzir o tempo de viagem e os custos operacionais para os transportadores, além de aumentar a segurança nas rodovias”, afirma Quebaud.

O projeto prevê investimentos totais na ordem de R$ 15,7 bilhões em capital (capex) e R$ 8 bilhões em despesas operacionais (opex).

O cronograma inicial prevê intervenções emergenciais, como recuperação do pavimento danificado, reforço na sinalização e melhorias na segurança viária.

Posteriormente, está prevista a recuperação completa das vias, restaurando as condições originais da malha rodoviária.

Outro ponto destacado pela ANTT é o potencial de geração de emprego e desenvolvimento econômico.

Segundo o órgão, a concessão deve criar cerca de 228 mil empregos diretos, indiretos e por efeito renda nos 27 municípios cortados pelas rodovias, estimulando a economia regional.

Pedágios das BR-324 e BR-116 podem aumentar até 6 vezes, impactando fretes e preços. Saiba os detalhes e o que está previsto para as rodovias.
Pedágios das BR-324 e BR-116 podem aumentar até 6 vezes, impactando fretes e preços. Saiba os detalhes e o que está previsto para as rodovias.

Os desafios para os usuários e o impacto social

Além do aumento do pedágio, os motoristas enfrentam o desafio do equilíbrio entre custos e qualidade das rodovias.

A qualidade da malha rodoviária é essencial para a segurança e eficiência do transporte, mas os valores cobrados não podem se tornar um entrave para o desenvolvimento econômico e social.

Especialistas afirmam que um pedágio muito elevado pode aumentar o preço dos alimentos e produtos industrializados, afetando diretamente o consumidor final.

Isso porque o custo do frete se torna um dos principais componentes do valor final das mercadorias.

Outro fator importante está relacionado à competitividade do setor produtivo.

Se o custo do transporte se elevar muito, empresas podem optar por rotas alternativas, que muitas vezes são mais longas e menos seguras, ou até reduzir investimentos na região, comprometendo o desenvolvimento local.

Cenário atual e o futuro das concessões rodoviárias no Brasil

O debate sobre concessões de rodovias no Brasil é antigo e complexo.

Muitos especialistas defendem que as concessões privadas podem trazer melhorias na infraestrutura e serviços, mas o preço justo para o usuário deve ser sempre o foco principal.

Com a nova proposta para as BRs 324 e 116, fica claro que o equilíbrio entre investimento e tarifa ainda é um desafio que exige transparência e diálogo com a sociedade.

O cenário nacional também aponta para um aumento gradual nos custos de transporte, com impacto direto na inflação e na economia.

Para o governo, é fundamental garantir que os contratos de concessão considerem os interesses dos usuários e promovam o desenvolvimento sustentável das regiões atendidas.

Enquanto isso, os motoristas de carga e usuários comuns dessas importantes rodovias acompanham atentos as discussões que definirão os próximos anos das estradas.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, agens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: [email protected]. Não aceitamos currículos!

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