Mesmo em desuso, os cheques continuam a desempenhar papel relevante em determinadas situações, provando que, apesar das evoluções tecnológicas, a transição para o digital não acontece de forma uniforme para toda a população.
Em meio à crescente digitalização dos meios de pagamento no Brasil, o uso de cheques caiu drasticamente nos últimos anos, mas ainda permanece vivo em nichos específicos da economia.
Com apenas 0,5% de representatividade entre as transações financeiras do país, essa forma de pagamento, embora cada vez mais rara, continua sendo uma opção válida e legal, especialmente em locais onde há resistência às tecnologias digitais ou ausência de conectividade.
A trajetória histórica desse método de pagamento no mundo e no Brasil
Apesar de parecer obsoleto nos dias atuais, o cheque possui uma longa e rica história.
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Registros de métodos rudimentares semelhantes ao cheque datam de 350 a.C., na Roma Antiga, e se repetem em documentos do século XI.
No entanto, foi na Inglaterra, em 1660, que o formato moderno ganhou popularidade, com a emissão do primeiro cheque pelo banco oficial do país.
No Brasil, os cheques chegaram em 1845, com uma nota emitida pelo Banco Comercial da Bahia. A regulamentação oficial veio cinco anos depois, e a modalidade se difundiu rapidamente.
Por décadas, foi uma das formas mais comuns de pagamento entre os brasileiros, especialmente por permitir transações de valores altos com segurança e registro físico.
Como funciona o pagamento via cheque?
O cheque é um documento físico, preenchido manualmente e assinado pelo titular da conta bancária.
Ele serve como uma ordem de pagamento à vista, que pode ser descontada por quem o recebe diretamente no banco. Há diferentes tipos:
Nominais, com nome do beneficiário;
Cruzados, que só podem ser depositados em conta;
istrativos, emitidos pelo banco;
Ao portador, válidos para quem os apresentar;
Pré-datados, com data futura para compensação.
A compensação costuma levar até um dia útil, e o prazo para apresentação ao banco é de 30 dias (mesma praça) ou 60 dias (praça diferente).
Detalhes essenciais de um cheque
Além da , um cheque válido precisa conter:
- Nome completo e F/CNPJ do titular;
- Número da conta, agência e do cheque;
- Data da emissão;
- Valor por extenso e em números;
- Nome do beneficiário (se nominal).
Os cheques são emitidos em talões, que devem ser solicitados ao banco e podem ter custo adicional.
Por que os cheques ainda são usados?
Apesar da queda de mais de 96% no uso desde 1995, os cheques ainda circulam — com 137,6 milhões de unidades utilizados só em 2024, segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
Algumas razões explicam sua permanência:
Resistência tecnológica por parte de usuários e comércios;
Falta de o à internet em regiões remotas;
Uso como garantia (caução) em contratos e negociações;
Preferência por parte de pessoas mais velhas ou tradicionais.
Curiosamente, cheques gigantes — simbólicos — ainda são usados em premiações, embora o valor real seja transferido via depósito ou Pix.
Segurança e futuro dos cheques
Apesar de ainda aceitos, os cheques são considerados menos seguros que os meios digitais.
Isso porque sua validação depende apenas da , enquanto transações digitais contam com múltiplas camadas de proteção, como autenticação em dois fatores, rastreamento e bloqueios preventivos.
A digitalização dos bancos também contribui para o desuso dos cheques. Algumas instituições até evitam oferecer talões automaticamente, exigindo solicitação direta do cliente.
Com informações do TecMundo