Criada por um engenheiro dinamarquês nos anos 1980, a laje BubbleDeck surge como uma alternativa eficiente e sustentável às lajes tradicionais.
Um sistema inovador, que une sustentabilidade, leveza e eficiência estrutural, vem se destacando no setor da construção civil: trata-se da laje BubbleDeck, uma solução desenvolvida na Europa que promete otimizar recursos e modernizar projetos arquitetônicos.
Utilizando esferas plásticas recicladas em seu interior, a técnica tem como foco a redução do consumo de concreto, proporcionando construções mais leves e ecologicamente responsáveis.
Apesar de não ter vencido o concurso de inovação para o qual foi criada, essa laje já coleciona prêmios e está se tornando uma alternativa interessante para obras que exigem racionalização de materiais.
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Qual é a origem da laje BubbleDeck?
A laje BubbleDeck foi concebida durante uma iniciativa promovida pelo governo da Dinamarca no início da década de 1980, com o objetivo de identificar soluções construtivas que fossem ao mesmo tempo econômicas, ecológicas e viáveis em larga escala.
O engenheiro Jorgen Breuning desenvolveu o conceito ao participar do concurso, que incentivava ideias sustentáveis para a construção civil.
Apesar de não ter vencido a competição, a proposta criada por Breuning chamou atenção pela sua abordagem prática e ecológica, tornando-se referência internacional em engenharia estrutural.
Hoje, o sistema já é utilizado em diversos países e começa a despertar o interesse de profissionais brasileiros.
Como funciona a tecnologia da laje BubbleDeck?
Essa solução estrutural consiste em uma laje mista onde esferas feitas de plástico reaproveitado são colocadas entre telas metálicas, exatamente nas regiões da laje onde o concreto não exerce papel essencial em termos de resistência mecânica.
Com isso, consegue-se eliminar o uso desnecessário de concreto nessas zonas, sem comprometer a segurança da estrutura.
O conceito é semelhante ao das lajes nervuradas, que também buscam a retirada de material em áreas pouco solicitadas.
No caso da laje BubbleDeck, o diferencial está na substituição do concreto por esferas recicladas, o que garante alívio de peso e ganho de sustentabilidade.
Qual a importância das esferas plásticas?
Embora não contribuam diretamente para a resistência da estrutura, as esferas cumprem um papel fundamental: ocupar o espaço que, de outra forma, seria preenchido por concreto. Isso permite reduzir significativamente o volume de material utilizado.
Essas esferas são produzidas com resíduos plásticos recicláveis, e sua cor pode variar conforme o tipo de material reaproveitado.
Elas são projetadas de acordo com a espessura necessária para a laje e com os esforços previstos no projeto. Sua instalação é feita entre as camadas superior e inferior das armaduras metálicas.
Quais são os formatos construtivos disponíveis?
A laje BubbleDeck pode ser executada de diferentes maneiras, conforme o método construtivo adotado:
Sistema modular: Consiste no uso de moldes temporários e aplicação do concreto em duas etapas no próprio canteiro de obras.
Pré-laje: Neste modelo, o concreto é lançado de uma só vez, sem a necessidade de fôrmas adicionais.
Painéis pré-fabricados: Produzidos em ambiente industrial, esses painéis chegam prontos à obra, bastando serem posicionados e integrados à estrutura.
Cada método oferece vantagens específicas em termos de agilidade, controle de qualidade e adaptação ao projeto.
Quais benefícios a laje BubbleDeck oferece?
1. Redução no consumo de materiais
A principal vantagem do sistema é a economia. Como o concreto é utilizado apenas onde é estruturalmente necessário, há uma diminuição expressiva no uso de cimento, aço e escoramentos, o que se reflete diretamente na redução dos custos da obra.
2. Maior liberdade de projeto
A tecnologia permite a criação de espaços mais amplos, com menos pilares intermediários, possibilitando a execução de grandes vãos sem recorrer a técnicas mais complexas, como a protensão. Isso é especialmente útil em construções comerciais, institucionais e industriais.
3. Estrutura mais leve
Por eliminar parte significativa do concreto, a laje BubbleDeck pode ser até um terço mais leve do que uma laje convencional. Essa redução de carga implica em fundações menos robustas e pode representar economia em toda a cadeia estrutural.
4. Sustentabilidade ambiental
O uso de plásticos reciclados e a menor emissão de CO₂ associada à produção de concreto tornam o sistema ambientalmente vantajoso. A tecnologia já recebeu reconhecimentos internacionais por sua contribuição para a construção sustentável e é considerada uma solução de baixo impacto ambiental.
Quais desafios limitam a aplicação da laje BubbleDeck no Brasil?
Apesar de todos os seus benefícios, a adoção da laje BubbleDeck ainda enfrenta obstáculos no cenário nacional.
Ausência de normativas locais
Por se tratar de uma solução ainda pouco difundida no Brasil, não há normas técnicas nacionais que tratem especificamente dessa tecnologia. Isso obriga os engenheiros a recorrerem a regulamentações internacionais para projetar com segurança, o que pode gerar insegurança em determinados contextos.
Necessidade de qualificação técnica
A aplicação correta da laje BubbleDeck exige capacitação específica. Investir em formação profissional é essencial para garantir a execução adequada da tecnologia e o cumprimento dos parâmetros de projeto.
Logística de fornecimento
A fabricação e distribuição das esferas plásticas depende de uma cadeia de suprimentos ainda em desenvolvimento no país. É preciso contar com fornecedores que consigam produzir os elementos plásticos nas dimensões e características exigidas, o que pode representar um desafio inicial em obras de médio e grande porte.
A laje BubbleDeck é viável para o futuro da construção brasileira?
A resposta é sim, desde que os entraves técnicos e logísticos sejam gradualmente superados. A laje BubbleDeck oferece vantagens econômicas, ambientais e funcionais que a tornam uma opção estratégica para a construção civil moderna.
Com o avanço da regulamentação e o crescimento do mercado de materiais recicláveis, essa solução tem potencial para se tornar cada vez mais comum em obras brasileiras, especialmente aquelas que buscam inovação com responsabilidade ambiental.