Portugal precisa de trabalhadores, mas está barrando brasileiros! O país enfrenta uma escassez de mão de obra, mas endurece as regras de imigração, dificultando a entrada de quem busca emprego. Como isso afeta quem sonha em morar na Europa? Descubra os detalhes dessa polêmica e o que esperar para o futuro!
Portugal enfrenta uma grave escassez de mão de obra em diversos setores essenciais, como construção civil, hotelaria, saúde e tecnologia.
No entanto, ao invés de facilitar a entrada de trabalhadores estrangeiros, o país tem endurecido as regras migratórias, impactando principalmente os brasileiros.
Segundo o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2024, o número de brasileiros barrados na chegada a Portugal aumentou 721% no último ano.
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O total de recusas ou de 179, em 2023, para 1.470 em 2024, representando 85% das 1.728 entradas negadas no país.
O Brasil foi a nacionalidade mais afetada pelas restrições, seguido de Angola, com 274 recusas.
Falta de trabalhadores, mas restrição à imigração
Apesar da demanda crescente por trabalhadores em setores estratégicos, o governo português adotou políticas mais rígidas para a imigração em junho de 2024, encerrando a possibilidade de regularização por meio da manifestação de interesse.
Antes dessa mudança, muitos brasileiros conseguiam se estabelecer no país ao comprovar que estavam trabalhando e vivendo por lá, mesmo sem visto prévio.
Agora, os principais motivos para a recusa de entrada incluem:
- Falta de justificativa plausível para a estadia prolongada;
- Vistos inadequados ou vencidos;
- Ausência de documentação de viagem obrigatória.
Empresários e especialistas têm alertado para o impacto negativo dessas restrições na economia portuguesa, já que diversas vagas seguem abertas sem profissionais qualificados para preenchê-las.
O setor de construção civil, por exemplo, necessita urgentemente de trabalhadores, mas encontra dificuldades na contratação de mão de obra estrangeira.
A hotelaria e o turismo, setores fundamentais para a economia portuguesa, enfrentam dificuldades para atender a alta demanda, especialmente em períodos de alta temporada.
Muitos empresários relatam que a falta de trabalhadores brasileiros tem comprometido o atendimento e a qualidade dos serviços.
Flexibilização travada por crise política
Em um esforço para amenizar a escassez de trabalhadores, o governo português aprovou uma medida para facilitar a imigração de cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (LP).
A proposta permitiria que brasileiros entrassem no país como turistas e regularizassem sua situação posteriormente.
No entanto, a implementação dessa regra ainda não tem data para entrar em vigor.
A crise política em Portugal tem atrasado essa mudança.
Com a queda do primeiro-ministro Luís Montenegro após uma moção de desconfiança, o país enfrenta um período de instabilidade até as eleições antecipadas, marcadas para 18 de maio de 2025.
Com isso, a flexibilização da imigração ficou em segundo plano.
Enquanto isso, empresas seguem sofrendo com a falta de profissionais. Muitos empregadores têm buscado alternativas, como o recrutamento de trabalhadores de países europeus, mas a barreira do idioma e os custos elevados tornam essa solução inviável para diversas empresas.
Processos demorados geram prejuízos
Com as novas regras, a única forma de conseguir residência legal em Portugal é obtendo o visto adequado antes de viajar.
No entanto, os consulados portugueses no Brasil estão sobrecarregados, e o tempo médio de espera ultraa 100 dias.
Essa demora tem gerado grandes prejuízos para brasileiros que já haviam planejado se mudar para trabalhar ou estudar.
Luciane Tomé, advogada especializada em direito da nacionalidade portuguesa, explica que os brasileiros ainda podem solicitar o visto para busca de trabalho, que tem validade inicial de 120 dias, podendo ser prorrogado por mais 60.
No entanto, caso não encontrem um emprego formal dentro desse período, terão que deixar o país.
Essa burocracia tem desmotivado muitos profissionais qualificados que desejam se estabelecer em Portugal.
Muitos engenheiros, médicos, enfermeiros e especialistas em tecnologia preferem buscar oportunidades em outros países europeus, onde os processos são mais rápidos e menos burocráticos.
Contradição entre demanda e restrições
Portugal enfrenta uma dificuldade evidente em preencher suas vagas de emprego, mas, ao mesmo tempo, impõe barreiras para a entrada de trabalhadores estrangeiros.
Essa contradição tem gerado críticas dentro do próprio país. Sindicatos e associações empresariais cobram do governo medidas mais ágeis para solucionar o problema.
Algumas cidades portuguesas já sofrem com queda na produtividade e atrasos em obras e projetos, pois não há mão de obra suficiente para atender às demandas.
Em Lisboa e no Porto, empresas da construção civil relatam que prazos de entrega de empreendimentos têm sido estendidos devido à falta de trabalhadores.
E você, brasileiro que deseja morar no exterior, ainda considera Portugal como um destino viável ou prefere buscar oportunidades em outros países?
Isto não é um artigo jornalístico. É um texto de alguém que parece chateado por não ter conseguido entrar em Portugal.