Hidrelétricas no Parnaíba impulsionam segurança hídrica, energia renovável e navegabilidade, fundamentais para o desenvolvimento econômico e a segurança energética do futuro.
Hidrelétricas desempenham um papel fundamental na segurança hídrica e na produção de energia renovável, contribuindo significativamente para a navegabilidade de rios e o desenvolvimento econômico regional. No rio Parnaíba, novas usinas estão sendo construídas e terão um impacto muito além da geração de energia, ajudando a assegurar um futuro energético mais seguro e estável. Essas iniciativas são vitais para mitigar os efeitos de secas severas que frequentemente atingem a região, e garantir a sustentabilidade a longo prazo.
A construção dessas usinas hidrelétricas no Parnaíba também implica a criação de novas barragens, que desempenham um papel crucial na gestão dos recursos hídricos. As barragens ajudam a estabilizar o fluxo dos rios, melhorando a navegabilidade e o armazenamento de água, essencial para enfrentar períodos de estiagem. Além de fornecer energia, essas usinas hidrelétricas impulsionam a infraestrutura regional, promovendo o desenvolvimento integral das comunidades locais e fortalecendo a resiliência contra eventos climáticos adversos.
Em 90% das cidades afetadas, faltou até água potável, o que levou o governo a decretar ‘emergência’ em 204 localidades, após uma seca severa que causou imenso sofrimento e prejuízos a mais de dois milhões de pessoas. Ao longo de três anos, o gado, a criação e as lavouras foram totalmente comprometidos, e os reservatórios de água quase secaram, como a Barragem de Bocaina, que possui 54 milhões de metros cúbicos.
-
IBM demite 8 mil funcionários para adotar inteligência artificial, mas é forçada a recontratar devido ao inesperado crescimento da demanda
-
Notícias de incêndios estruturais aumentam 6% no primeiro trimestre
-
Abril é o mês com maior volume de ageiros afetados por cancelamentos de voos no ano, revela levantamento da AirHelp
-
Pelo segundo ano consecutivo, remuneração mensal fixa média de diretores de tecnologia no Brasil fica estável, aponta pesquisa Page Executive
Estudos científicos sobre eventos climáticos
Vários estudos, incluindo os de Mead, Clayton, Schell e Haurwitz, comprovaram uma relação direta entre o ciclo de 11 anos das manchas solares e a hidrologia terrestre, resultando em enchentes e secas que ocorrem, em média, a cada 11 a 12 anos. Esses eventos são ainda influenciados por fatores locais. É impressionante que, apesar dessas previsões naturais, o comportamento imprevisível da sociedade humana frente a tais extremos de secas e enchentes continue a ser uma constante, preferindo arriscar, esquecendo rapidamente das experiências adas.
O mandato do governador do estado do Rio Grande do Sul, Eduardo, é um exemplo recente dessa imprudência, ao ignorar a segurança hídrica das áreas sob sua istração, mesmo tendo sido alertado há anos por cientistas e técnicos experientes. Aparentemente, a regra predominante no Brasil é: ‘para que gastar dinheiro para evitar uma seca ou uma enchente que não está acontecendo agora?’ Eleitores e es tendem a esquecer que obras de engenharia, que exigem mais de 10 anos para serem planejadas, licenciadas e construídas, funcionam eficazmente e têm uma longa vida útil.
Importância da energia hidrelétrica
O Fórum Econômico Mundial de Davos posicionou o Brasil na 12ª posição mundial no Índice de Transição Energética (ETI), sendo o primeiro nas Américas e o terceiro entre os países do G20. A consideração deu-se pelo compromisso do Brasil com a energia hidrelétrica, a energia solar, eólica e os biocombustíveis, incentivando investimentos em infraestrutura sustentável. No evento em Teresina, durante o de Diálogo ‘Inovações e Sustentabilidade das Hidrelétricas’ da Conferência Internacional de Tecnologias em Energias Renováveis, promovida pelo Governo do Estado, PNUD e ICIMA, ressaltei que o Piauí já atingiu o terceiro lugar em capacidade instalada de energia solar e eólica no Brasil.
Embora meu convite destacasse energia solar e eólica, relembrei a importância das hidrelétricas, particularmente a UHE Boa Esperança, que desde 1968 produz 97% das necessidades do estado. Suponho que a proposta do Piauí envolva também gerar hidrogênio utilizando fontes renováveis, visando vender esse gás como commodity barata para a indústria siderúrgica e de fertilizantes na Europa. Durante o evento, ao agradecer ao governador Rafael Fonteles, fui recebido calorosamente e ele reforçou a importância das hidrelétricas como fontes permanentes de armazenamento de água.
Debate sobre segurança energética e alimentar
Durante os três dias da CITER, houve mais de 45 debates entre especialistas e empresários de grandes economias mundiais, incluindo a SPIC, proprietária da usina fotovoltaica de Marangatu e da usina hidrelétrica de São Simão. Nesses debates, a incoerência de produzir hidrogênio verde com até 48% de termoelétricas fósseis na matriz energética foi abordada. A Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) define hidrogênio verde como aquele proveniente da eletrólise da água utilizando exclusivamente eletricidade de fontes renováveis. A União Europeia, por outro lado, pretende incluir a produção de hidrogênio verde a partir de gás natural com captura e armazenamento de carbono, o que encareceria o combustível.
Fontes de geração de hidrogênio verde
No Brasil, o Ministério de Minas e Energia propõe um conceito semelhante ao da IRENA, com ênfase na baixa emissão de carbono durante todo o ciclo de vida do hidrogênio. A produção de hidrogênio é altamente dependente do custo da energia elétrica; portanto, o hidrogênio verde, amarelo, azul, ou incolor não é uma fonte de energia em si, mas um combustível com alto poder calorífico. Seu custo depende das fontes de energia utilizadas para sua produção e dos custos ambientais associados a essas fontes.
Fontes de energia são classificadas como intermitentes ou permanentes. As intermitentes, como solar e eólica, não são controláveis, enquanto as permanentes, como usinas hidrelétricas e termoelétricas, são controláveis. As termoelétricas, em particular, são mais caras e mais poluentes em comparação com as hidrelétricas. Portanto, para produzir hidrogênio verde usando energia solar, é crucial ter uma fonte permanente para complementação nas horas sem sol. Apenas as usinas hidrelétricas e termoelétricas oferecem essa continuidade.
Investimentos e Segurança Hídrica no Piauí
Escolher usinas hidrelétricas para complementar a produção de hidrogênio verde traz benefícios adicionais como recarregar reservas subterrâneas de água, fazer irrigação, servir para piscicultura e fruticultura, conter enchentes, combater a seca, e regularizar o nível das águas, contribuindo para a segurança hídrica. Além disso, permitem a navegação fluvial, turismo e lazer. Ignorar essas opções aumenta a dependência de termoelétricas durante a noite e dias nublados, prejudicando a segurança hídrica até a próxima seca.
A falta de hidrelétricas novas na matriz energética nacional fez com que as termoelétricas hoje representem 38% da capacidade instalada. De acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia, elaborado pelo MME, essa proporção pode chegar a 48% nos meses críticos entre 2026 e 2030. A utilização crescente de termoelétricas fósseis contradiz os compromissos ambientais do Brasil e impede a produção de hidrogênio verde genuíno.
Planos de Hidrovias e Hidrelétricas
Hidrelétricas e hidrovias são essenciais para a competitividade agrícola e industrial do Brasil. No Parnaíba, a ANEEL inventariou oito hidrelétricas, todas com licenças ambientais e projetadas com eclusas. Essas usinas atendem municípios de vários estados e poderiam gerar mais de 115 milhões de reais por mês e 24 milhões de ICMS. Um investimento de 12,16 bilhões realizado por empresas privadas reduziria a dependência de combustíveis fósseis e garantiria segurança energética do futuro.
A construção de eclusas nos rios brasileiros, similar ao modelo da Tennessee Valley Authority (TVA) nos EUA, contribuiria para a segurança hídrica, navegabilidade e segurança alimentar do país. Além de promover atividades turísticas, recreativas e desalojar as margens submersas. No entanto, as hidrovias brasileiras são subutilizadas devido a poderosos interesses contrários, que preferem investimentos em transporte rodoviário e fretes caros, reduzindo nossa competitividade internacional.
Iniciativas de planejamento regional estratégico
O Fórum Econômico Mundial de Davos destaca a importância das hidrelétricas para a energia renovável no Brasil. A capacidade de gerar energia continuada e estável coloca o país em uma posição estratégica. Projetos de hidrovia e hidrelétrica devem seguir o princípio da precaução para assegurar a viabilidade econômica e social a longo prazo, socioeconômicos no Piauí, similar ao desenvolvimento estruturado pela TVA nos EUA. A TVA mostrou como a gestão multifuncional dos recursos hídricos pode trazer benefícios econômicos, sociais e ambientais significativos.
No Parnaíba, é crucial considerar os impactos de longo prazo da dragagem sem regularização de nível; apenas relembrar os fracassos das iniciativas sem planejamento coordenado, como as observadas no Amazonas. Um projeto integrado que concilie segurança hídrica, navegabilidade e uso sustentável de recursos poderia transformar a região, gerando riqueza e oportunidades.
Finalizando, o desenvolvimento e a segurança hídrica do Piauí e de outras regiões dependem de um planejamento cuidadoso e da implementação de projetos que conciliem interesses públicos e privados. O Programa de Planejamento e Desenvolvimento Regional Estratégico deve ser a peça-chave para esse sucesso, facilitando a colaboração necessária para alcançar objetivos comuns de sustentabilidade e crescimento econômico.
Fonte: ENERCONS