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Pressionada por EUA e China, UE teme avalanche de importações chinesas e acelera plano de proteção econômica

Publicado em 24/04/2025 às 08:22
União Europeia, EUA, China, Tarifas, Guerra comercial
Imagem ilustrativa: IA

União Europeia reage à guerra comercial EUA-China e busca proteger sua indústria de um possível redirecionamento de produtos chineses

A guerra comercial entre Estados Unidos e China tem causado reflexos diretos no mercado europeu. Com receio de uma nova onda de produtos chineses entrando em massa, líderes da União Europeia começaram a articular respostas.

A principal preocupação de Bruxelas é o desvio dessas exportações para o bloco europeu, o que pode prejudicar indústrias locais e desestabilizar mercados emergentes.

Trégua com Washington, foco no Pacífico

Enquanto isso, uma trégua temporária de 90 dias entre Estados Unidos e União Europeia oferece um breve alívio. Esse intervalo permite que os dois lados tentem negociar a suspensão do bloqueio norte-americano a produtos europeus.

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Mas os olhares de Washington continuam voltados para o confronto com Pequim no Pacífico, região considerada o epicentro dessa disputa comercial.

Tarifas elevadas e redirecionamento de produtos

A China impõe uma tarifa de 145% sobre todas as suas exportações destinadas aos Estados Unidos. Esse nível de imposto impossibilita praticamente a competitividade das empresas chinesas no mercado americano, responsável por 13% das exportações do país asiático.

Com essa via bloqueada, o receio europeu é que esse volume de produtos seja transferido para o mercado interno da União Europeia.

Víctor Burguete, pesquisador do CIDOB, alerta para os riscos. O principal deles seria o aumento de casos de dumping: quando empresas vendem produtos a preços artificialmente baixos, forçando a saída de concorrentes locais.

Ele destaca que isso pode ser particularmente grave em setores com sobreposição entre China e Europa, como o de máquinas e equipamentos elétricos, entre outros produtos chineses.

Setores emergentes mais vulneráveis

As maiores ameaças, segundo Burguete, estão nas chamadas indústrias nascentes. Entre elas estão os segmentos de tecnologias verdes, como a fabricação de baterias e painéis solares.

Ele explica que esses setores já enfrentam forte pressão competitiva vinda da China. A chegada de produtos ainda mais baratos poderia dificultar ainda mais a consolidação dessas áreas dentro da Europa.

Ángel Melguizo, pesquisador do Conselho Europeu de Relações Exteriores, lembra que a China já tem tradição em investir fora do seu território.

Desde o fim da década ada, Pequim ou a aplicar recursos em setores como energia solar, energia eólica, baterias e veículos elétricos, principalmente na América Latina. Esses fluxos de investimento tendem a se intensificar diante do atual cenário de confronto econômico.

Reequilíbrio das relações com a China

A relação entre China e União Europeia vive um momento delicado. Para Bruxelas, a China é vista simultaneamente como rival e parceiro estratégico. Mas a escalada da guerra tarifária empurra os europeus para uma reavaliação de postura.

Durante visita oficial a Pequim, o presidente espanhol Pedro Sánchez enfatizou que a China deve ser tratada como aliada. Entre os temas discutidos, está a criação de um mecanismo para rastrear e reagir a desvios comerciais.

A estratégia europeia é evitar um ciclo de medidas protecionistas. Em vez de aplicar tarifas retaliatórias, autoridades europeias propõem ações como a definição de preços mínimos para produtos verdes no bloco. A intenção é proteger as indústrias locais sem recorrer a barreiras rígidas.

Mudança de perspectiva tecnológica

Outro ponto levantado por Burguete é a mudança de interesses. Antes, a Europa se preocupava com o o da China às suas tecnologias. Hoje, com o avanço chinês em áreas verdes, o foco se inverteu: os europeus buscam aproveitar o conhecimento chinês.

Um exemplo seria a instalação de fábricas de veículos chineses no território europeu, com produção local e transferência de tecnologia.

Diversificar é o caminho para a União Europeia

Para enfrentar o bloqueio americano e a possível sobrecarga de produtos chineses, a solução defendida por Bruxelas é a diversificação. A União Europeia precisa expandir seus acordos comerciais com outras regiões do mundo.

Nesse contexto, o tratado com o Mercosul ganha destaque. Mesmo com resistência de países como a França no ado, a pressão atual faz com que posições sejam revistas. Espanha e outros defensores da parceria pedem urgência na ratificação.

Irene Sánchez, coordenadora de programas do ECFR, acredita que a aprovação do acordo UE-Mercosul pode auxiliar ambas as regiões a evitar serem arrastadas pela rivalidade entre Estados Unidos e China. Para ela, trata-se de consolidar uma alternativa baseada no multilateralismo e no livre comércio.

Juntas, União Europeia e América Latina representam mais de 20% do PIB mundial e mais de 30% dos votos nas Nações Unidas. A aliança também reúne mais de 1,1 bilhão de pessoas e empresas líderes em setores estratégicos como energia, mobilidade, indústria avançada e biotecnologia.

União Europeia: Política comercial como ferramenta de valores

Nos últimos anos, a União Europeia ou a usar sua política comercial como instrumento para defender valores como os direitos humanos e a sustentabilidade.

Agora, segundo Sánchez, é o momento de acelerar essa estratégia e ampliar a atuação global. O bloco já trabalha em acordos com países como Arábia Saudita, Malásia, Singapura, Índia e Indonésia.

O futuro da relação com os Estados Unidos dependerá da posição da próxima istração. Mas, fora dessa disputa, a Europa ainda tem muito a conquistar.

Com informações de Infobae.

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Romário Pereira de Carvalho

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