Projeto pioneiro da primeira unidade de estocagem subterrânea será implantado no Campo de Manati, na Bahia, e promete transformar a forma como o país lida com o abastecimento de gás natural, trazendo mais segurança, economia e estabilidade energética.
O Brasil está prestes a dar um o importante na sua trajetória energética. Em 2027, o país vai inaugurar sua primeira unidade de estocagem subterrânea de gás natural, algo inédito por aqui, mas comum em países com mercados mais maduros. A instalação será feita no Campo de Manati, no litoral da Bahia, e representa uma solução prática e estratégica para evitar desperdícios e garantir o fornecimento contínuo de gás, mesmo em tempos de alta demanda.
Com o novo sistema, o gás poderá ser armazenado quando o consumo estiver em baixa e reaproveitado nos momentos em que a procura for maior. Isso significa mais flexibilidade para o setor e menos dependência de importações caras.
Falta de estrutura dificulta o setor de gás natural no Brasil
Hoje, o Brasil ainda não conta com uma estrutura eficiente para armazenar gás natural.
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Por isso, em épocas de baixa demanda, as empresas são obrigadas a reduzir a produção ou recorrer à importação do gás, o que acaba encarecendo o serviço para todos.
Para Celso Silva, CEO da GBS Storage — empresa responsável pelo projeto —, a novidade vem para resolver justamente esse problema.
Em entrevista ao Movimento Econômico, ele explicou: “A estocagem subterrânea é uma ferramenta essencial em mercados maduros e agora finalmente será implantada no Brasil, com o objetivo de equilibrar oferta e demanda, reduzir perdas e garantir estabilidade ao sistema energético.”
Campo de Manati vai ganhar nova função: de produtor a reservatório de gás
Localizado a cerca de 10 quilômetros da costa do município de Cairu, na Bahia, o Campo de Manati já está em fase de declínio produtivo.
Em vez de encerrar suas atividades, a ideia é dar uma nova vida ao local, transformando-o em um reservatório natural.
A GBS Storage pretende usar a infraestrutura já existente no campo — que inclui um gasoduto de 125 km, uma estação de compressão e uma plataforma fixa — para reinjetar o gás nos poços.
Assim, ele poderá ser armazenado e retirado conforme a necessidade do mercado, com muito mais agilidade e economia.
Parcerias e impacto positivo na economia local
A GBS Storage faz parte da gestora Lorinvest e já possui 20% de participação no Campo de Manati. Os outros sócios do projeto são a Petrobras, com 35%, e a Brava Energia, com 45%.
A expectativa é de que as operações comerciais de estocagem subterrânea comecem em 2027, marcando uma nova era para o setor.
Além de contribuir com o abastecimento de gás no Brasil, a iniciativa também poderá manter a economia local girando. Mesmo após o fim da produção tradicional, a estrutura continuará em uso, garantindo empregos e gerando arrecadação para o município.
A chegada da unidade de estocagem subterrânea de gás natural traz muitos benefícios: mais controle sobre o uso do gás, menos desperdício, economia com importações e um sistema energético mais preparado para enfrentar oscilações no mercado.
Essa transformação sinaliza um novo momento para o Brasil no setor de energia — mais moderno, eficiente e alinhado com as melhores práticas internacionais.
Para o consumidor final, é uma esperança de serviços mais estáveis, com menos surpresas e mais previsibilidade no fornecimento de gás.
Fonte: Folha PE