Primeiro túnel submerso do Brasil entre Santos e Guarujá promete revolucionar a mobilidade, com investimentos bilionários e um impacto direto na economia regional.
Com previsão de investimento de R$ 6 bilhões e geração de 9 mil empregos, o túnel submerso Santos-Guarujá promete ser um divisor de águas para a infraestrutura brasileira
Um dos projetos de engenharia mais ambiciosos do país deve sair do papel nos próximos meses:
o primeiro túnel submerso do Brasil será construído entre as cidades de Santos e Guarujá, no litoral paulista, com leilão marcado para o dia 1º de agosto de 2025.
A estrutura, que terá 1,5 km de extensão — sendo 870 metros totalmente submersos sob o estuário do Porto de Santos —, é considerada uma solução histórica para um problema de mobilidade que há décadas impacta o cotidiano da população da Baixada Santista.
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Estima-se que o empreendimento vai gerar 9 mil empregos diretos e indiretos, fomentando a economia regional e ampliando a competitividade logística do maior porto da América Latina.
Megaobra será realizada por parceria público-privada
O projeto será executado por meio de uma parceria público-privada (PPP), com concessão de 30 anos para construção, operação e manutenção do túnel.
O Governo de São Paulo é o responsável por liderar a iniciativa, que está inserida no Programa de Parcerias de Investimentos do Estado (PPI-SP).
O investimento previsto é de R$ 6 bilhões, com recursos provenientes do setor privado, o que torna o projeto um dos maiores da história da infraestrutura nacional sem depender de financiamento público direto.
A obra atende a uma antiga reivindicação da população local, que hoje depende de balsas para fazer o trajeto entre Santos e Guarujá.
Segundo especialistas, o túnel vai reduzir significativamente o tempo de travessia, aumentar a segurança viária e contribuir para o desenvolvimento sustentável da região.
Estrutura moderna e adaptada ao futuro da mobilidade
O túnel será composto por seis módulos de concreto pré-moldado — uma tecnologia considerada eficiente e amplamente utilizada em obras similares no exterior.
Serão três faixas de rolamento por sentido, sendo uma delas adaptável para o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos).
Além disso, o projeto contempla corredores exclusivos para pedestres e ciclistas, ampliando as possibilidades de mobilidade urbana e incentivando meios de transporte não poluentes.
A infraestrutura será construída com técnicas que respeitam o funcionamento do Porto de Santos, garantindo que o tráfego de veículos leves, caminhões, transporte público e até ciclistas possa ocorrer de forma segura e sem interferência nas operações portuárias.
Tecnologia e inspiração internacional
Para garantir excelência técnica, o governo paulista tem buscado parcerias e inspirações no exterior.
Durante uma missão oficial à Europa, autoridades estaduais apresentaram o projeto a empresas especializadas em engenharia de infraestrutura e mobilidade urbana em países como Dinamarca, Holanda e Noruega.
Entre os pontos altos da viagem, destaca-se a visita técnica ao túnel Fehmarnbelt, que conecta a Dinamarca à Alemanha por meio de uma agem submersa de 18 km.
Considerado referência mundial, esse túnel utiliza a mesma técnica de imersão por módulos pré-moldados que será empregada em Santos.
Além de atrair potenciais investidores estrangeiros, a visita serviu para avaliar melhores práticas e garantir que o Brasil adote padrões internacionais de segurança, sustentabilidade e eficiência na execução do projeto.
Projeto já está sendo acompanhado por subcomissão federal
A importância estratégica da obra atraiu atenção do Congresso Nacional.
Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou a criação de uma subcomissão dedicada a acompanhar todas as etapas do túnel submerso.
O grupo de parlamentares deverá monitorar a execução técnica, o cumprimento de prazos e o impacto socioeconômico da obra.
Também será responsável por garantir que questões ambientais, trabalhistas e operacionais sejam tratadas com a devida atenção durante o andamento do projeto.
Obra histórica vai transformar a Baixada Santista
Hoje, cerca de 80 mil pessoas atravessam diariamente o canal que separa Santos e Guarujá utilizando balsas ou pequenos barcos.
Nos horários de pico e em períodos de alta temporada, a travessia pode demorar mais de uma hora, afetando o deslocamento de trabalhadores, turistas e o escoamento de cargas.
Com a construção do túnel, a travessia entre as duas cidades deverá levar menos de cinco minutos, em qualquer horário do dia.
O impacto será sentido tanto pela população local quanto pelo setor logístico nacional, já que o Porto de Santos responde por mais de 25% da balança comercial brasileira.
Além disso, o túnel pode se tornar uma vitrine para futuras obras similares em outras regiões do país, como alternativas a pontes e rodovias elevadas em áreas litorâneas ou com forte presença de rios e baías.
Obra sustentável e com foco em ibilidade
Um dos diferenciais do projeto é o cuidado com a sustentabilidade e a inclusão social.
A estrutura contará com sistemas de ventilação e segurança de última geração, e terá sinalização ível para pessoas com deficiência.
O projeto executivo prevê a compensação ambiental de áreas impactadas, além de medidas para garantir a proteção da fauna aquática durante o processo de imersão dos módulos.
Especialistas apontam que, se cumpridos os prazos, o túnel submerso poderá estar em funcionamento até o fim da década, beneficiando não apenas os moradores da Baixada Santista, mas também toda a cadeia logística nacional.
Você já imaginou atravessar um túnel submerso no Brasil em poucos minutos, com segurança, conforto e sustentabilidade? Comente o que achou dessa obra histórica e se você acredita que ela pode inspirar novos projetos de mobilidade no país!