Aeronave da Nova Zelândia quebra barreira do som e recorde de subida, pilotada remotamente pelo brasileiro Iago Amaral. Seria o futuro da aviação?
A aviação supersônica civil renasce. O responsável é o MK II Aurora. Uma aeronave não tripulada da Dawn Aerospace, empresa da Nova Zelândia. Em 12 de novembro, ele fez história. Quebrou a barreira do som, um feito inédito para voos civis desde o fim do Concorde em 2003. O piloto remoto por trás desse marco é o brasileiro Iago Amaral. Conheça este avião que promete mudar a aviação.
Quebrando recordes: o feito histórico da Dawn Aerospace
O voo de 12 de novembro do MK II Aurora foi marcante. A aeronave atingiu Mach 1.1 (aproximadamente 1355 km/h). Alcançou uma altitude de 25.150 metros, o dobro de aviões comerciais. Este foi o primeiro voo de uma aeronave civil remotamente pilotada a atingir velocidade supersônica.
Além disso, o Aurora quebrou um recorde de subida de 1970, pertencente ao F-15. Fez de 0 a 20 km de altitude em 118 segundos, superando o recorde anterior em 4.2 segundos. E segundo Iago Amaral, este ainda não é o limite da aeronave.
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Por dentro do Aurora: tecnologia, performance e construção
O MK II Aurora utiliza um motor de foguete com dois modos. O modo bipropelente (peróxido de hidrogênio e querosene) foi usado no voo supersônico e não permite controle de aceleração. O modo monopropelente (apenas peróxido de hidrogênio) permite variar a potência. A aeronave é inteiramente feita de fibra de carbono. Pesa 125 kg a seco e tem peso máximo de decolagem de 260 kg. Mede 4.8 metros de comprimento e 2.4 metros de envergadura. Sua capacidade de carga útil é de 4 kg.
O consumo de combustível é alto: perde 1 kg por segundo durante a queima. Após cerca de 2 minutos, o combustível acaba e o Aurora vira um planador, retornando para pouso sem motor, similar ao ônibus espacial.
Pilotagem remota: a experiência do brasileiro Iago Amaral
O MK II Aurora é pilotado remotamente pelo brasileiro Iago Amaral, natural de Curitiba. Ele controla a aeronave usando um sistema FPV (visão em primeira pessoa), com câmeras e instrumentos. Iago tem experiência com simuladores de voo desde os 6 anos e também com aeromodelos.
Ele destaca que a pilotagem remota é uma disciplina distinta da pilotagem convencional. Amaral foi contratado pela Dawn Aerospace na Nova Zelândia em 2022, após a empresa buscar um piloto com seu perfil por quase 9 meses. Atualmente, ele é o único piloto do projeto.
Plataforma de testes: o propósito e a evolução do MK II
O objetivo principal do MK II Aurora é servir como uma plataforma de testes. Ele permite realizar experimentos científicos e desenvolver tecnologias para futuro o ao espaço. O projeto busca aliar a performance de um foguete com a versatilidade de uma aeronave. A operação segue padrões da aviação convencional, usando pistas homologadas e comunicação com outras aeronaves.
O Aurora já realizou 58 voos (até a data da entrevista) e ou por diversas modificações ao longo do tempo, incluindo troca de motores (de jato para foguete), aumento de tanques e otimizações de peso e centro de gravidade.