Este conteúdo apresenta dados oficiais, marcos regulatórios e metas energéticas que explicam como a Índia está fortalecendo sua indústria solar até 2030
A Índia tem implementado políticas públicas para fortalecer sua cadeia produtiva de energia solar. Por isso, o país busca diminuir a dependência de importações da China. Em 2022, o governo indiano iniciou um ciclo de investimentos e programas de incentivo industrial. Como consequência, a capacidade de produção nacional ou a crescer gradualmente. Essas medidas têm como objetivo aumentar a competitividade interna, garantir segurança energética e apoiar compromissos ambientais firmados internacionalmente.
Políticas públicas aceleram a capacidade de produção nacional
De acordo com a PV Magazine, a capacidade de produção de módulos solares na Índia ou de 38 GW em 2023 para 74 GW em 2025. Já a produção de células solares alcançou 25 GW. Segundo o Ministério de Energias Renováveis da Índia (MNRE), esse crescimento se deve à isenção de tarifas interestaduais para projetos comissionados até junho de 2025, à autorização de 100% de investimento estrangeiro direto no setor de renováveis desde 2022 e ao apoio financeiro por meio do Production Linked Incentive (PLI), em vigor desde 2021. Além disso, empresas privadas também expandiram sua atuação. A TP Solar Ltd., da Tata Power, inaugurou em março de 2025 uma planta de 4,3 GW em Tamil Nadu, conforme divulgado pela Press Trust of India.
Importações da China ainda são relevantes, mas perdem participação
Dados da Mercom India Research mostram que, em 2020, a China representava mais de 90% das importações indianas de painéis solares. Em 2024, essa participação caiu para 65% nos módulos solares e 56% nas células fotovoltaicas. Esse resultado está vinculado à Iniciativa Atmanirbhar Bharat, lançada em 2020 pelo governo indiano, que promove a produção nacional de tecnologias estratégicas. Adicionalmente, a aplicação de tarifas antidumping e subsídios à indústria interna entre 2021 e 2023 contribuiu para reduzir a dependência externa. Ainda assim, a China permanece como um fornecedor importante para insumos e componentes não produzidos localmente, como wafers e polisilício.
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Metas estabelecidas e compromissos com o clima guiam as ações
O Plano Nacional de Eletricidade (2023) define como meta a instalação de 280 GW em capacidade solar até 2030, com incremento anual estimado de 30 GW. Além disso, o governo projeta a geração de empregos qualificados no setor renovável, o desenvolvimento de regiões com menor infraestrutura industrial e a expansão da energia limpa em áreas rurais por meio do programa PM-KUSUM, em vigor desde 2019. Na COP26, em novembro de 2021, a Índia firmou o compromisso de atingir 500 GW de capacidade não fóssil até o final desta década.
Desafios técnicos e logísticos ainda precisam ser superados
Apesar dos avanços, o setor enfrenta gargalos. Conforme o relatório técnico da Central Electricity Authority (CEA) de 2023, a produção nacional de wafers e polisilício é limitada. Existem também atrasos frequentes na liberação de terrenos para usinas, e a rede de transmissão requer investimentos e melhorias. O Grupo Adani investe desde fevereiro de 2024 na construção de uma cadeia produtiva integrada em Gujarat. A iniciativa, com orçamento de US$ 3 bilhões, busca reduzir essas deficiências.
Perspectiva de crescimento está alinhada com políticas e capacidade interna
Segundo a International Energy Agency (IEA), a Índia é uma das economias com maior potencial de expansão solar. O relatório Climate Transparency 2023 reconhece que o país vem contribuindo para mitigar emissões globais. A Fitch Ratings, por sua vez, classifica o modelo indiano como equilibrado entre crescimento e segurança energética. Embora a liderança global no setor dependa de vários fatores externos e internos, a trajetória atual demonstra consistência técnica e política, com reflexos positivos na industrialização e nos compromissos climáticos.