Novo projeto da Eneva no Nordeste, prevê geração de 2.340 MW com abastecimento por GNL e FSRU dedicada
A Eneva, empresa integrada do setor de energia, anunciou em 9 de maio de 2025 a aquisição de um projeto termelétrico no Ceará. Segundo informações do portal NeoFeed e do jornal O Povo, o ativo, anteriormente pertencente à Ceiba Energy, está avaliado em R$ 7,6 bilhões. A operação está sujeita à aprovação do Conselho istrativo de Defesa Econômica (Cade) e integra a estratégia da companhia para diversificar sua matriz de geração.
Estrutura técnica do projeto termelétrico no Ceará
Conforme detalhado pelo NeoFeed, a transação envolve a aquisição da Jandaia Geração de Energia, empresa licenciada para construir um complexo termelétrico com capacidade de até 2.340 megawatts (MW). Esse empreendimento será localizado no município de Caucaia, a cerca de 50 km de Fortaleza, e contará com um terminal de gás natural liquefeito (GNL) no Porto do Pecém, segundo o O Povo. A previsão inclui ainda a construção de uma linha de transmissão de 6 quilômetros, ligando a usina ao Sistema Interligado Nacional (SIN), o que facilitará sua integração à malha energética nacional.
Etapas de implantação e tecnologias previstas
O projeto será executado em duas fases. A primeira contempla uma usina de até 1.705 MW, utilizando turbinas a gás em ciclo simples. A segunda fase prevê a adição de até 725 MW, com possibilidade de uso de ciclo combinado ou motores a gás, conforme informado por fontes. Essa abordagem modular proporciona flexibilidade tecnológica, permitindo que a Eneva adapte a execução conforme o cenário regulatório e as condições de mercado.
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Abastecimento por GNL via FSRU no Porto do Pecém
O suprimento de gás será viabilizado por uma Unidade Flutuante de Armazenamento e Regaseificação (FSRU), que ficará atracada permanentemente no Porto do Pecém. A adoção de uma FSRU permitirá o recebimento contínuo de GNL, aumentando a segurança energética e reduzindo a dependência de dutos terrestres. Essa solução técnica é considerada estratégica para contornar limitações de fornecimento local, como as enfrentadas anteriormente em outros empreendimentos da empresa.
Impacto no contexto energético do Ceará
A Eneva já possui ativos operacionais no estado do Ceará, como a Usina Solar Tauá e a termelétrica Pecém II. Entretanto, em 2023, a empresa optou por hibernar a Termofortaleza, adquirida da Enel Brasil em novembro de 2022, devido à instabilidade no fornecimento de gás natural. A nova estrutura com abastecimento via GNL importado reduz significativamente o risco de descontinuidade e amplia a confiabilidade das operações no estado.
Conformidade com políticas públicas e planejamento setorial
O projeto também está alinhado com o planejamento setorial do Ministério de Minas e Energia, que prevê a realização de um leilão de geração de potência em 2025. Conforme as regras previstas, esse leilão priorizará projetos com licenciamento e viabilidade técnica em estágio avançado. Portanto, a aquisição reforça o posicionamento da Eneva em um segmento que exige prazos de resposta curtos e soluções estruturadas para garantir segurança energética.
Perfil institucional e presença da Eneva no setor
De acordo com informações da própria companhia, a Eneva atua de forma verticalizada em toda a cadeia energética, incluindo exploração de gás, geração térmica e comercialização de energia. Em abril de 2025, a empresa contava com uma capacidade contratada de 6,8 GW e presença em estados como Maranhão, Ceará, Sergipe, Roraima, Espírito Santo e Bahia. A integração entre produção e geração contribui para a previsibilidade financeira e operacional dos empreendimentos da companhia.
Considerações técnicas e estratégicas
A aquisição do projeto termelétrico Eneva no Ceará representa uma ampliação planejada e baseada em dados técnicos concretos. Não se trata de uma promessa de expansão acelerada, mas sim de uma movimentação dentro do escopo atual de atuação da Eneva. Com o uso de GNL, FSRU e integração ao SIN, o empreendimento se enquadra nos padrões operacionais exigidos pelas autoridades reguladoras. Dessa forma, a operação reforça o papel da companhia como agente relevante na matriz elétrica nacional, com foco em flexibilidade energética e previsibilidade de entrega.