Com o lucro da Petrobras em queda e o barril de Brent abaixo de US$ 60, o governo brasileiro vê sua arrecadação despencar, reacendendo o debate sobre crise fiscal e reformas estruturais
A queda no preço do petróleo trouxe de volta um velho fantasma para a economia brasileira: a fragilidade fiscal. Com a Petrobras responsável por cerca de 7% da arrecadação tributária do país, a desvalorização do barril impacta diretamente a capacidade do governo de manter suas contas em dia.
Queda do petróleo: Perdas bilionárias no horizonte
Com o Brent negociado abaixo dos US$ 60, analistas projetam perdas significativas. O Brasil pode deixar de arrecadar até R$ 19,6 bilhões em receita líquida. Além disso, há expectativa de uma perda de US$ 5,5 bilhões na balança comercial.
O lucro da Petrobras caiu 70,6% em 2024, fechando em R$ 36,6 bilhões. Esse valor é considerado insuficiente para manter os níveis anteriores de contribuição da empresa aos cofres públicos.
-
O poço de petróleo que perfura quase 8 km no fundo do mar e equivale à altura de cinco Burj Khalifa: Monai, a estrutura mais profunda já feita para extrair petróleo no Brasil
-
A maior sonda de perfuração do mundo pesa 60 mil toneladas e perfura a crosta terrestre a 12 km de profundidade — conheça o titã do petróleo equivalente a 96 campos de futebol
-
Brasil e EUA mantêm comércio bilateral de petróleo: entenda por que os dois países compram e vendem óleo bruto entre si com focos diferentes
-
Redução histórica de 40% nas emissões de CO₂ pela Petrobras desde 2015 reforça compromisso com sustentabilidade e transição energética
Fantasma da crise volta ao debate com queda do petróleo
O impacto fiscal gerado pela queda no petróleo relembra a crise do governo Dilma Rousseff. Naquele período, a queda no valor das commodities, somada ao aumento dos gastos e à recessão, levou ao rebaixamento da nota de crédito do país.
O Brasil registrou o maior déficit primário da sua história. Agora, o país continua dependente da arrecadação vinda de setores extrativos e com pouca margem para cortes significativos. Isso reacende a discussão sobre o risco de insolvência da máquina pública.
Desvalorização do real amplia efeitos
A queda do petróleo também pressiona a moeda brasileira. O real desvalorizado frente ao dólar encarece a dívida externa. Importações ficam mais caras, afetando o consumo e aumenta o custo de vida. Esse ciclo reduz ainda mais a arrecadação e pode se intensificar caso não haja resposta imediata do governo.
Diante do cenário, economistas reforçam a necessidade de reformas estruturais. Defendem a diversificação das fontes de receita e a redução da dependência de commodities. Sem essas medidas, o país pode reviver o colapso fiscal da década ada.
Com informações de ClicRDC.