Carlos Lupi deixa o Ministério da Previdência em meio a crise de fraudes no INSS; Wolney Queiroz assume o cargo com missão de reestruturar a pasta.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta sexta-feira (2) o pedido de demissão de Carlos Lupi do cargo de ministro da Previdência Social. Saiba quem é Wolney Queiroz, o seu substituto.
A saída ocorre em meio a uma crise no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que enfrenta denúncias de fraudes com prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
Durante audiência no Palácio do Planalto, Lupi formalizou sua decisão.
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Para o seu lugar, Lula nomeou Wolney Queiroz, atual secretário-executivo da Previdência.
Quem é Wolney Queiroz
Wolney Queiroz Maciel, natural de Caruaru, em Pernambuco, ocupa atualmente o cargo de secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, considerado o segundo posto mais relevante na hierarquia da pasta.
Membro do PDT, partido presidido por Carlos Lupi (licenciado do cargo), Wolney teve uma longa trajetória como deputado federal no seu estado, sendo eleito por seis mandatos seguidos a partir de 1995.
Em 2022, assumiu a liderança da oposição ao então presidente Jair Bolsonaro na Câmara, comandando um bloco com diversos partidos de esquerda.
Naquele mesmo ano, tentou renovar seu mandato, mas não foi reeleito.
Fraudes no INSS geram reação do governo
A decisão de Lupi de deixar o ministério ocorre após denúncias reveladas pelo portal Metrópoles em março de 2024.
A investigação mostrou que 29 entidades autorizadas pelo INSS aumentaram em 300% o faturamento com mensalidades de aposentados em apenas um ano.
Ao mesmo tempo, essas entidades respondiam a mais de 60 mil ações judiciais por descontos considerados indevidos.
A reportagem analisou decisões da Justiça que condenaram entidades por filiar aposentados sem consentimento.
Muitos beneficiários relatam que nunca ouviram falar nas associações antes de verem descontos de R$ 45 a R$ 77 em seus benefícios.
Operação Sem Desconto e exonerações
Após a denúncia, o INSS abriu apurações internas.
A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF) também iniciaram investigações que culminaram na Operação Sem Desconto, deflagrada na quarta-feira.
A repercussão resultou na exoneração do diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis.
Outro ponto de tensão foi a resistência de Carlos Lupi em demitir Alessandro Stefanutto, então presidente do INSS. Mesmo após ordem direta de Lula, o ministro defendeu Stefanutto publicamente em coletiva.
A saída de Lupi abre espaço para ajustes na condução da pasta, enquanto o governo tenta retomar o controle da crise e restaurar a credibilidade da Previdência Social.