Programa Fragatas Classe Tamandaré: o projeto de R$ 9,5 bilhões para renovar a frota da Marinha do Brasil pode travar por falta de ree federal.
Considerado fundamental para a renovação da frota da Marinha do Brasil, o Programa Fragatas Classe Tamandaré corre o risco de ser interrompido por falta de recursos financeiros. De acordo com a Gazeta do Povo, o governo federal ainda não efetuou o ree de R$ 3 bilhões necessários para garantir a continuidade das obras no estaleiro thyssenkrupp Brasil Sul, localizado em Itajaí (SC).
A ausência desse investimento coloca em risco a sequência do projeto e pode levar à paralisação das atividades no estaleiro, o que impactaria negativamente o setor naval e ameaçaria milhares de empregos diretos e indiretos.
Paralisação pode impactar diretamente 2 mil trabalhadores
No estaleiro da thyssenkrupp Brasil Sul, em Santa Catarina, cerca de 2 mil profissionais atuam diretamente na construção das fragatas de última geração.
-
O motor mais confiável do mundo: com 10 milhões de horas de funcionamento comprovadas
-
Porto de Itajaí será transformado em doca independente com investimentos federais de R$ 800 milhões
-
O retorno bilionário do Estaleiro Rio Grande! Como um contrato de US$ 278 milhões está reativando a indústria naval no sul do Brasil
-
APS e Marinha do Brasil firmam parceria estratégica para instalar sistema de monitoramento marítimo de última geração no Porto de Santos
Com o atraso do financiamento federal, as demissões em massa se tornaram uma ameaça real. A estimativa é de que essas dispensas ocorram até dezembro, caso os recursos não cheguem a tempo para manter o cronograma de produção.
Segundo Gabriela Kelm, secretária de Desenvolvimento Econômico de Itajaí:
“Sem o aporte, 2 mil pessoas estarão automaticamente desempregadas em dezembro”.
Marinha aposta em navios com alta capacidade tecnológica
O Programa das Fragatas Classe Tamandaré tem como objetivo construir quatro navios de guerra modernos e altamente tecnológicos.
O investimento total do projeto gira em torno de R$ 9,5 bilhões e a execução está sob responsabilidade do consórcio Águas Azuis, formado pela thyssenkrupp Marine Systems, Embraer Defesa & Segurança e Atech, com supervisão da EMGEPRON (Empresa Gerencial de Projetos Navais).
Cada embarcação contará com 107 metros de comprimento, terá capacidade de deslocar até 3.500 toneladas e operará com um efetivo de até 130 militares.
Com armamentos sofisticados — incluindo mísseis, torpedos, canhões e sensores de última geração — as fragatas serão essenciais para fortalecer a atuação do Brasil em suas águas jurisdicionais, conhecidas como “Amazônia Azul”.
Primeira fragata já foi lançada; outras três estão em produção
A embarcação inaugural do programa, nomeada “Tamandaré” (F200), foi lançada ao mar em 2024, com previsão de entrega até o encerramento de 2025.
As outras três fragatas — “Jerônimo de Albuquerque” (F201), “Cunha Moreira” (F202) e “Mariz e Barros” (F203) — encontram-se em distintos estágios de construção, com previsão de conclusão e entrega até o fim desta década
Mais de mil fornecedores de diversos setores da indústria nacional estão conectados ao Programa Fragatas Classe Tamandaré, o que amplia seu impacto econômico para além da indústria naval.
Estima-se que, somando empregos diretos e indiretos, o programa já gerou mais de 8 mil postos de trabalho em todo o país.
Promessa de recursos ainda não se concretizou
Durante visita ao estaleiro em agosto de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a liberação dos recursos necessários para garantir a continuidade do programa.
Entretanto, o valor prometido ainda não foi transferido, gerando insegurança entre lideranças locais, profissionais envolvidos e empresas fornecedoras.
A continuidade do Programa Fragatas Classe Tamandaré é vista como fundamental para a soberania nacional e para o fortalecimento da indústria de defesa.
O ime, se não resolvido com urgência, pode frear o avanço tecnológico do setor e comprometer a capacidade operacional da Marinha do Brasil nos próximos anos.
Fonte: Gazeta do Povo