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Sistemas Híbridos: O Coração da Transição Energética para um Futuro Sustentável e Seguro

Escrito por Corporativo
Publicado em 10/04/2025 às 13:27
Atualizado em 11/04/2025 às 10:37
mudança energética, transição de matriz energética
A importância dos sistemas híbridos na transição energética: equilíbrio e segurança para o futuro energético sustentável’. – FOTO: ©2025|Imprensa TECNOGERA/b>

Transição energética exige equilíbrio entre crescimento acelerado da energia e segurança energética, otimizando sistemas híbridos e descentralização.

A transição energética está dominando as discussões globais, e não é para menos. Essa reestruturação da matriz energética mundial visa abandonar os combustíveis fósseis em prol de fontes mais limpas e sustentáveis. Nos últimos anos, avanços significativos têm transformado o cenário, com países intensificando esforços para reduzir emissões de carbono. A cada dia, mais países anunciam planos ambiciosos para investir em energias renováveis e reduzir a dependência de combustíveis fósseis. Recentemente, a Agência Internacional de Energia relatou que a capacidade de geração de energia renovável cresceu em média 4% ao ano desde 2010, mostrando que esta mudança é irreversível.

O completo processo de transição energética não é simplesmente técnico, mas envolve também a defesa de interesses regionais, equacionando o crescimento energético e a segurança energética. De acordo com uma publicação do Fórum Econômico Mundial em 2020, um dos maiores desafios é garantir que todas as regiões tenham o equitativo às novas tecnologias. Em 2023, por exemplo, países como Alemanha e Japão aproveitaram oportunidades para reavaliar suas políticas energéticas, investindo em grandes projetos de energia solar e eólica. O sucesso desta transição está intrinsecamente ligado à capacidade de adaptação de cada país às suas necessidades energéticas específicas.

Impactos e Adaptações da Mudança Energética Global

Os efeitos da mudança energética já são visíveis, como a diminuição nos custos das tecnologias renováveis. O Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas destacou, em 2019, que os custos da energia solar despencaram 82% desde 2010, viabilizando projetos em áreas antes inexploráveis. Com esta tendência, sistemas híbridos de energia, que combinam diferentes fontes energéticas, se tornaram fundamentais neste cenário de transição. As parcerias entre nações, como o acordo firmado entre Estados Unidos e Índia em 2023 para cooperação em tecnologias limpas, são exemplos de como esse modelo pode ser eficaz. Essas estratégias mostram o comprometimento global em tornar essa transição uma realidade para todos.

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No entanto, não podemos esquecer o papel da descentralização na transformação energética. O movimento permite que comunidades locais tenham maior controle sobre a produção e o consumo de energia. Em 2021, um relatório da IRENA enfatizou que a descentralização pode influenciar positivamente a eficiência energética. Por exemplo, cidades como Amsterdã e Copenhague já implementaram modelos descentralizados bem-sucedidos, inspirando outras regiões a seguir o mesmo caminho. Um exemplo notável é o projeto em andamento na Dinamarca, projetado para ser finalizado até 2025, promovendo uma drástica redução na dependência de importações de energia.

A transição de matriz energética segue como um processo complexo, mas promissor. Enquanto supera desafios, o mundo testemunha uma verdadeira revolução na forma como a energia é produzida e consumida. Estudo após estudo, em 2022 foi evidenciado por instituições como a BloombergNEF que investimentos contínuos são cruciais para sustentar o crescimento das capacidades renováveis. O futuro parece cada vez mais verde e os esforços não mostram sinais de desaceleração fazendo da transição energética um tema central para as próximas décadas.

Defesa de Interesses e Segurança Energética

A transição energética é um tema central de debate em diversas esferas, mas a defesa de interesses setoriais específicos frequentemente sobrepuja a análise mais ampla e equilibrada que essa questão tão crucial merece. É fundamental que esse processo de transição seja debatido e construído como uma ponte robusta, que una interesses variados da sociedade, ao mesmo tempo em que zela pela garantia de atendimento a uma necessidade fundamental: a segurança energética.

Ainda existem 246 localidades no Brasil, totalizando cerca de 740 mil pessoas, que aguardam a chance de ar energia elétrica para impulsionar seu desenvolvimento e bem-estar. Essa realidade evidencia a urgência de priorizar essa questão. As famílias dessas regiões clamam por energia, independentemente da forma ou origem. Paralelamente, é essencial considerar a deterioração da qualidade e disponibilidade de energia no Brasil, um ponto crítico que não pode ser deixado de lado.

Desafios e Resiliência Energética

Os temidos ‘apagões’ têm se tornado mais frequentes, causando prejuízos significativos em vários setores econômicos e sociais. Desde 2021, a resiliência energética se apresenta como uma das cinco maiores preocupações entre executivos, investidores e empresários. Ao examinarmos indicadores de duração e frequência de falhas dentro das redes de distribuição brasileiras, conhecidos como DEC e FEC (Dezena de Curva e Frequência de Corte), fica evidente uma deterioração impressionante de mais de 80% nesses indicadores cruciais.

Apesar desses dados preocupantes, alguns grupos defendem com veemência a aceleração da transição de matriz energética, utilizando para isso subsídios insustentáveis ou investimentos de bancos de fomento, os quais têm, como origem, o bolso do consumidor final, pagador de impostos. Apressar este processo pode trazer complicações significativas.

Crescimento e Desafios na Geração de Energia

O crescimento acelerado da geração eólica, que aumentou de 3 GW para 30 GW na última década (extraindo grandes blocos de energia longe dos centros consumidores, pressionando assim o sistema de transmissão) e a multiplicação por 40 vezes da potência instalada de geração solar no país, atingindo 52 GW em 2024, trouxeram à tona desafios não mapeados adequadamente na operação dos sistemas, como o manejo dos fluxos de potência e a intermitência das fontes.

Esse cenário resultou na crise dos ‘cortes de geração’, também conhecidos como ‘curtailments’, inaugurando uma fase de discussões acaloradas e ações judiciais, onde investidores e associações demandam compensações pela perda de receita. Enquanto isso, a ANEEL defende que os cortes são necessários para proteger o sistema. As estimativas para 2024 apontam para perdas de receita entre R$ 1 a 1,6 bilhão.

Infraestrutura e Eventos Climáticos

Tais eventos ocorrem em um contexto de envelhecimento da infraestrutura, aumento do consumo de energia – intensificado com a implantação de mega Data Centers no Brasil – e eventos climáticos cada vez mais erráticos e intensos. A recente experiência com desastres naturais em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul nos últimos doze meses ilustra bem este desafio.

Neste contexto, é vital buscar equilíbrio e a reabertura de diálogos. Existem soluções técnicas de diversas escalas com potencial para serem integradas ao sistema elétrico brasileiro. Tecnologias como sistemas de baterias para estabilização das redes de transmissão e distribuição, usinas reversas que utilizam energia excedente para bombear água de volta a reservatórios, e a prometedora produção de hidrogênio verde através de fontes renováveis são exemplos.

Soluções Inovadoras e Economia de Carbono

A hibridização de sistemas também se apresenta como uma solução viável, combinando sistemas térmicos, como gás ou Diesel, com baterias e fontes solares. Essa abordagem possibilita descentralização e implantação rápida de projetos de pequena e média escala, com até 10 MW. Com a hibridização, os consumidores obtêm o melhor de cada fonte: as baterias armazenam energia solar e otimizam seu uso, enquanto as fontes térmicas garantem a segurança energética ou complementam o fornecimento.

Os custos de implantação variam de R$ 3.000 a R$ 7.000 por KWh, enquanto a redução da emissão de carbono pode chegar até 75%. Nesse contexto, todos os componentes, como painéis solares, baterias e geradores, são otimizados, reduzindo o investimento total, ou CAPEX, e assegurando segurança energética e descarbonização. Setores como o agronegócio, pequenas e médias indústrias, e especificamente o setor logístico, já estão adotando essas soluções.

Cabe agora aos órgãos públicos, associações e reguladores ampliarem o debate e assegurar que soluções que realmente atendam aos anseios da sociedade tenham espaço. A transição energética deve ser vista como uma ponte inclusiva e não como um elevador voltado para poucos.

Fonte: Arthur Lavieri, CEO da Tecnogera

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