Com tarifas de até 43% nos EUA, gigante da tecnologia avalia Jundiaí como rota alternativa para manter competitividade
A Apple está avaliando expandir a produção de iPhones no Brasil como resposta às novas tarifas de importação anunciadas pelo governo dos Estados Unidos, que podem aumentar significativamente os custos de modelos fabricados na China e na Índia. Segundo apuração da revista Exame, a ideia é ampliar a operação na fábrica da Foxconn, em Jundiaí (SP), para abastecer o mercado americano com menos impacto de impostos. A medida visa conter o possível aumento de preços dos dispositivos e proteger a competitividade da marca.
Tarifas dos EUA podem encarecer iPhones em até 43%
De acordo com estimativas da Rosenblatt Securities publicadas pela Reuters, os novos impostos sobre produtos vindos da China (34%) e da Índia (26%) podem elevar os preços de iPhones como o modelo 16 Pro Max de US$ 1.599 para cerca de US$ 2.300 nos Estados Unidos. Com esse impacto, a Apple se vê obrigada a buscar alternativas produtivas em países com tarifas mais amigáveis. A decisão ocorre no contexto de uma política econômica mais protecionista adotada pelo ex-presidente Donald Trump, que retornou ao cenário político americano em 2025 com medidas duras contra importações asiáticas.
Brasil ganha força como alternativa produtiva para a Apple
Atualmente, a fábrica da Foxconn em Jundiaí já monta modelos como o iPhone 13, 14 e 15. A recente homologação do iPhone 16 pela Anatel reforça a possibilidade de a produção local ser ampliada. Conforme destaca a revista Exame, o Brasil oferece uma vantagem estratégica: a tarifa de importação dos EUA para produtos brasileiros é de apenas 10%, bem abaixo das alíquotas impostas a China e Índia. Isso torna o país uma alternativa viável para reduzir custos sem perder qualidade.
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Capacidade e logística ainda são desafios em Jundiaí
Apesar do potencial logístico, fontes do setor apontam que a estrutura da Foxconn no Brasil ainda enfrenta desafios em termos de capacidade produtiva e integração com a cadeia global da Apple. Produzir em larga escala para exportar aos EUA exigiria ajustes, como aumento de linha de montagem, mais mão de obra qualificada e incentivo fiscal. A distância em relação aos centros de distribuição americanos pode gerar custos adicionais de transporte.
Apple também considera diversificar produção para novos mercados
Paralelamente ao Brasil, a Apple estuda outras regiões com menor carga tributária para ampliar sua produção global. Países como Vietnã e México também estão no radar da empresa, segundo especialistas da Exame. A diversificação da cadeia de suprimentos se tornou uma prioridade desde a pandemia de Covid-19 e o agravamento das tensões comerciais entre China e EUA.
Estratégia visa conter aumento e manter mercado americano competitivo
A decisão de evitar rees de preços ao consumidor é estratégica. O mercado norte-americano continua sendo o mais lucrativo para a Apple, e manter a competitividade diante da concorrência da Samsung e de marcas chinesas é essencial. Se confirmada a ampliação da produção de iPhones no Brasil, o país poderá ganhar relevância inédita na cadeia de valor da Apple, não apenas como base de montagem local, mas como exportador global de smartphones .